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O ato de conhecer a si mesma

Atualizado: 28 de out de 2022

Masturbação

Eu queria dizer que até pouco tempo atrás, esse era um tema que a maioria das mulheres tinham vergonha de debater. No entanto, ainda nos dias atuais, o vemos como um tabu. O tempo não descontruiu a ideia de que masturbação é um bicho de sete cabeças – especialmente, a feminina.

Certa vez, em uma viagem de carro com duas amigas, uma delas, com a maior naturalidade, perguntou se nos masturbávamos com pênis de borracha, porque ela admitiu que para ela, a experiência era horrível. Eu abri a boca para responder, quando a amiga do banco de trás gritou com um olhar contrariado: “Meu Deus, vocês se masturbam? Que nojo!”. Foi quando iniciamos uma discussão acalorada à cerca da nossa sexualidade reprimida.

Para uma das minhas amigas, isso era algo normal e o fazia com frequência – de acordo com ela, todos os dias. Para a outra, era um absurdo uma mulher receber carícias de si mesma. Era vulgar, sujo e errado. Confesso que antes de iniciar minha carreira com livros eróticos, eu também não enxergava a masturbação como algo natural. Para começar, sofria da ideia de achar que era algo que apenas os homens faziam, e cresci com a mente de que o prazer feminino era responsabilidade do meu parceiro.

Qual foi a minha surpresa ao descobrir que explorar o meu próprio corpo, seria a chave para o meu prazer?

A masturbação feminina vai além de aliviar o estresse e a ansiedade do dia.

Muitas mulheres ainda se sentem inseguras e travam na hora de dizer ao outro o que gostam na cama e o bloqueio pode impedi-las de chegar ao orgasmo. Quando uma mulher se toca, seja com as próprias mãos ou com um brinquedinho sexual, ela se descobre. É um exercício de autoconhecimento e intimidade. Ela navega por seu corpo à procura dos locais que a excitam, conhece seus limites, suas necessidades e seu velho amigo clitóris. Ela se sente linda, sensual, desejável, segura, e com uma autoestima inabalável.

Quando uma mulher se masturba, torna a relação sexual muito mais satisfatória para ambos. Ela sabe do que gosta, sabe instruir o outro para os seus pontos sensíveis. E receber carícias nos lugares certos, proporciona maior liberdade sexual e ajuda a ultrapassar limites que talvez nem soubesse existir.

Masturbação, quando usada da forma correta, só traz benefícios para o corpo e a mente. Acabar com o estigma de que é um absurdo a mulher se masturbar, é o mais importante. É algo perfeitamente normal e nós, mulheres, não devemos nos sentir culpadas quando escolhemos nós mesmas para nos darmos prazer.

Ainda no carro, uma vez que fizemos nossa amiga entender a importância da masturbação, demos continuidade à conversa e deixamos a mente viajar. Foi quando ela começou a se soltar e a se interessar pelo papo. Às vezes tudo o que uma mulher precisa, é uma amiga para virar a chave das suas inseguranças e apresentar a ela um mundo instigante e cheio de gemidos.

Discutimos a respeito dos brinquedos, dedos, e principalmente sobre cada mulher ser única e não existir maneira certa ou errada de se tocar, o importante é ela acordar a sua libido e se conhecer.

Há mulheres que gostam de se tocar gentilmente, outras, de penetração. Há as que gostam de assistir pornô lésbico, ainda que sejam heterossexuais – sim, as mulheres também respondem aos estímulos visuais – ou as que preferem entrar no clima com velas e silêncio total.

O foco é se sentir confortável, se explorar e abandonar os questionamentos internos e externos.

Se toque.Se provoque.… Não pare.

Dedique esse tempo para você, porque, minha querida amiga, há uma enorme probabilidade de o primeiro orgasmo da sua vida, ser com você mesma.

E não tem nada mais sexy do que descobrir que é irresistível.

R_Christiny escreve para a coluna Papo de Bordel

Encontre-a no Instagram @r_christiny