3 min
Atualizado: 23 de jan de 2023
Por todos os textos que já escrevi aqui na coluna até agora, você já deve ter percebido que sou uma pessoa otimista, batalhadora e perseverante, não é mesmo? No entanto, às vezes, por mais que eu me empenhe, faça meu melhor, acredite e emane energias positivas para o Universo, as coisas nem sempre acontecem como eu esperava.
Como você lida com a frustração? Confesso que sempre tive certa dificuldade em encarar a desilusão da derrota, quando tanto me doei. No entanto, com o passar dos anos, fui aprendendo a tirar lições valiosas dos meus erros e fracassos. E isso me ajudou a enxergar as coisas por outra perspectiva e a nunca desistir.
“Se quer resultados diferentes, faça coisas diferentes.”
É claro que fico chateada, abatida e às vezes até choro por não ter conseguido alcançar algo que eu almejava. É importante deixarmos nossos sentimentos virem à tona e extravasarmos, pois só assim não acabaremos sufocadas por eles.
Meus primeiros fracassos memoráveis foram as vezes que não consegui passar no vestibular, quando não atingi a nota mínima por 1 ponto. Até hoje me recordo da sensação de revolta. É muito triste percebermos que chegamos tão perto, que quase conseguimos tocar o que desejávamos, mas de repente aquilo foi afastado de nós de uma vez. Era assim que eu meu sentia, como se tivesse nadado, nadado e morrido na praia.
Nas três tentativas frustradas, passei por uma espécie de “fases do luto”. Primeiro vinha a negação, eu não acreditava que aquilo tinha mesmo acontecido; depois a revolta; em seguida, a tentativa de barganhar com qualquer Ser Supremo disposto a me ouvir; então chegava a tristeza profunda, o lamento e a autopiedade; e por último, a conformação.
Geralmente esse ciclo durava um tempo relativamente curto, cerca de uma semana. Mesmo que ainda estivesse cansada e abatida, eu erguia a cabeça e recomeçava a estudar tudo outra vez, buscando maneiras diferentes de memorizar o extenso conteúdo. Após um ano e meio, na quarta tentativa, passei em terceiro lugar para a Faculdade de Medicina de uma Universidade Federal.
Olhando para trás, percebo que sempre que algo não deu certo, eu vivenciei o mesmo ciclo. Cada um tem a sua forma de lidar com a frustração, essa é a minha. O mais importante é encontrarmos uma maneira de superá-la, porque se não fazemos isso, corremos o risco de nos tornamos pessoas amarguradas e, pior ainda, de desistirmos de grandes sonhos e objetivos importantes.
Até hoje lido com a desilusão da mesma forma. Por exemplo, quando lanço um novo romance para o qual me dediquei com afinco durante a escrita, desde a fase da pesquisa até a preparação do texto já pronto; abdiquei-me de horas diárias e preciosas do convívio com meu marido e meus filhos; investi tempo, dinheiro e acreditei que tinha grande potencial para ser sucesso, mas acaba não sendo; eu passo por aquele meu ciclo do luto. Ele me ajuda a esfriar a cabeça e esvaziá-la dos sentimentos ruins para começar a pensar em um outro projeto.
Também acredito muito no velho ditado que diz: “Se quer resultados diferentes, faça coisas diferentes.” Existe uma frase famosa do Albert Einstein que adoro e você já deve ter ouvido: “Loucura é querer resultados diferentes fazendo tudo exatamente igual.”.
É com base nisso que encaro meus fracassos. Se não deu certo da forma que tentei, saio em busca de novas alternativas. Porque desistir, para mim, nunca foi uma opção. Se quero muito algo, pode demorar, pode me custar muitos fracassos e ajustes de estratégias, mas sigo confiando que vou alcançar o que busco, até que eu o conquiste.
Seja assim também, minha amiga! Encontre sua força interior e se agarre a ela. Quando tudo estiver dando errado, pare um pouco. Permita-se sentir tristeza, decepção, dor e revolta, mas deixe que esses sentimentos se esvaiam, para que possa se encher outra vez de esperança e recomeçar.
Acredito muito que todos temos um futuro maravilhoso pela frente, só precisamos encontrar o caminho certo que nos leve até lá. Pense nisso e boa jornada!
Renata R. Corrêa para a coluna Universo feminino