Existem muitos meninos no mundo. Existem meninos que jogam bola, meninos que lutam karatê e existem os meninos que dançam. Sim, alguns meninos gostam de dançar. E o fato de dançarem não significa que sua masculinidade esteja comprometida. Há muitos homens másculos que dançam, há muitos gays que dançam e há também muitos gays que são másculos.
Então, qual o problema? Nenhum, não fosse o velho e eterno conhecido de todos nós, o preconceito. Ele fecha portas, destrói oportunidades, desfaz amizades. Ele é quem determina quem pode ou não pode, simplesmente, “dançar”.
E o preconceito que meninos femininos sofrem é duplicado quando alguns meninos, sejam eles femininos ou masculinos, desejam dançar. Porque se ser feminino já é assunto de fofoca e discriminação, dançar legitima essa posição, que arrasta para o breu dos acusados sem crime, a sua falta de aptidão para encenar a peça, que a sociedade se arrumou para assistir.
Não somos todos preconceituosos, mas tememos o julgamento alheio quando o assunto são os nossos rebentos. Em geral não nos importamos conosco, mas não conseguimos arrastar por tanto tempo o peso de todos os dedos apontados para o nosso querido menino que, apenas, gosta de dançar…
Fui! (vestir minha galocha para ver meu menino dançar…)