De todos os lugares que percorri foi ali, em meio a multidão do meu eu e na solidão que carrego em mim, que consegui encontrar o que tanto busquei pelo longo caminho…
Foi nas minhas andanças por trilhas estreitas que encontrei o equilíbrio para entender minhas escolhas infelizes e foi no campo aberto que entendi, finalmente, que por mais que eu tentasse explicar meu propósito, eles não conseguiriam acompanhar-me nas minhas ideias; pois o caminho era compartilhado, mas a jornada era só minha.
E só quando me cansei do trajeto, percebi que havia caminhado um tanto sem chegar a lugar algum, que fazia um tempo em que não vislumbrava o pôr do sol no final de uma subida íngreme, ou que sentia uma brisa gelada acariciar a parte mais disponível da minha face. Então, resolvi voltar por onde havia caminhado e refiz o caminho pela rota mais difícil, mas igualmente mais prazerosa.
Encontrei velhos amigos de caminhada, todos com seus brancos honestos enfeitando seu semblante sereno e com certezas que carregavam no bolso cheio de vivências perenes e infinitas; cheguei a rir de mim mesma quando lembrei das minhas várias versões assustadas, que se depararam com os perigosos obstáculos que cruzaram meu caminho e me permiti, pela primeira vez, experimentar aquela versão madura que eu tanto censurava, mas que estava ali, pronta para ser vestida por uma pessoa mais serena e confiante.
E minha história não termina aqui, nesse ponto, nessa estrofe: ela continua por onde eu for, com todas as milhões de mim me acompanhando pelo percurso e que compõem a solidão em mim, que me completa desde a minha estreia nesta caminhada chamada vida.
Fui! (Continuar a andar…)