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- Orgasmo Clitoriano x Orgasmo Vaginal
Olá leitora curiosa, vamos aprender sobre a diferença entre esses dois tipos de orgasmo e acabar de uma vez por todas com a crença que limita o prazer na penetração? Praticamente toda a semana recebo clientes que se queixam por não sentir orgasmo com a penetração. Então antes de qualquer coisa que eu possa falar, vamos analisar dados reais: Em reportagem do UOL (VivaBem) de janeiro de 2024 são apresentadas as seguintes estatísticas nacionais: · 21% das mulheres no Brasil nunca tiveram orgasmo . · Entre as que já tiveram, 30% a 36% conseguem chegar ao orgasmo pela penetração . · Já a maioria — 60% a 70% — precisa de estimulação do clitóris para atingir o orgasmo. Um estudo americano chamado “Women’s Experiences With Genital Touching, Sexual Pleasure, and Orgasm” (mulheres entre 18–94 anos), mostra que apenas 18,4% das mulheres americanas sentem orgasmo apenas com penetração vaginal (sem estímulo direto do clitóris). Nesse estudo 36,6% das mulheres relataram que precisam de estímulo clitoriano para chegar ao orgasmo durante a penetração, e mais 36% disseram que não é obrigatório , mas o orgasmo fica melhor quando há estímulo do clitóris — somando quase 75% que precisam ou se beneficiam dele. Mas o que ninguém fala e quase nenhuma mulher sabe é que OS ORGASMOS VAGINAIS NÃO SÃO IGUAIS AOS ORGASMO CLITORIANOS! Sabe o efeito que chamo de “montanha russa” aonde vamos enchendo o corpo de carga enquanto o “carrinho vai subindo” e quando chegamos no topo da montanha, “o carrinho despenca” numa descarga elétrica poderosa e que não podemos controlar? Esse só acontece no orgasmo clitoriano, que pode ser equiparado ao orgasmo masculino. Chamamos de orgasmo yang (para fora), ele dura alguns segundos e na maioria das vezes vem acompanhado de contrações e espasmos involuntários. Aqui vale uma observação no que diz respeito a alta concentração de terminações nervosas tanto na glande do clitóris, quanto na glande do pênis. As terminações nervosas são receptores que quando estimulados levam impulsos elétricos, através das fibras nervosas, até o cérebro liberando hormônios e trazendo sensações poderosas de prazer, maior lubrificação, aumento da frequência cardíaca e muito mais. Bem, os homens possuem em torno de 4 mil terminações nervosas na glande do pênis, enquanto as mulheres possuem em torno de 10 mil terminações nervosas na glande do clitóris. Nossa! Então porque as mulheres têm mais dificuldade e até fingem tanto? Ainda existem alguns outros fatores fisiológicos como a quantidade de aporte sanguíneo necessário para a excitação da mulher. É 10x mais do que o do homem. O tempo para excitação é outro fator relevante. Mas eu ainda acho que o patriarcado é o fator que mais nos impede de experimentar nossa sexualidade com liberdade. Você concorda? Dito isto, vamos agora explorar o canal vaginal. Espero não te confundir ainda mais. Acontece que muitos dos orgasmos ditos vaginais, ainda são clitorianos. Isso porque tem uma parte grande do corpo do clitóris que fica para dentro. Essa parte é composta por bulbos que literalmente “abraçam” o canal vaginal bem na altura na altura da famosa área G. Olha só essas figuras aqui em anexo: Então, se ainda estamos estimulando o clitóris, mesmo que seja por dentro e a sensação do orgasmo “montanha russa” é o mesmo, esse orgasmo ainda é clitoriano, mesmo que com estímulo interno – que pode ser com penetração, ou com os dedos. O orgasmo vaginal verdadeiro, não dá a sensação da montanha russa, e é por isso que as mulheres têm enorme dificuldade para entrar em contato com ele, pois buscam a sensação clitoriana. Jamais acharemos esse tipo de orgasmo dessa forma! Para dificultar, vemos a crescente indústria dos vibradores e sugadores especializados em clitóris nos roubar ainda mais as sensações mais profundas. Procuramos atalhos para o nosso prazer e com isso ensinamos nossos corpos a responder à estímulos mecânicos e localizados. Não damos tempo para o nosso corpo todo se mobilizar através do sexo, ficamos focadas no clitóris. Ah, nesse ponto vocês devem querer me perguntar se sou contra orgasmo clitoriano e a resposta é NÃO! Acho incrível e maravilhoso, não dispenso de jeito nenhum. Mas também não dispenso o que o orgasmo vaginal me proporciona. Olha que incrível essa descrição para o orgasmo vaginal: · Sensação : algumas descrevem como mais difusa, profunda e expansiva que a do estímulo clitoriano externo, que tende a ser mais localizada e aguda. · Respostas físicas : contrações rítmicas dos músculos pélvicos, aumento da temperatura, ondas de calor, às vezes espasmos profundos. · Reação emocional : pode vir acompanhada de sensação de rendição, relaxamento intenso, ou até choro/riso. Será que você já sentiu isso? Começa a prestar mais atenção nessas sensações a partir de agora. Dê chance para o seu corpo acessar essa outra possibilidade de prazer! Ficou com alguma dúvida? Manda pra mim! Um beijo carinhoso, Lu Terra.
- Os Holofotes da Minha Avenida
Caminho por rua estreitas até conseguir chegar na grande avenida por onde transitam minhas mais intensas emoções. É lá, no caos da minha mente agitada, que encontro as várias versões de mim em uma busca frenética por consolo e acalento. Sou menos egoísta quando as luzes se acendem para iluminar o caminho que busco construir com vontade, mesmo com toda preguiça que tenho para atravessar essa imensa Avenida... e na confusão dos meus sentimentos percebo-me noite, com minha visão turva e sem clareza dos locais que devo acessar. Mas sou agraciada pelos holofotes que se acendem rotineiramente, sempre que preciso de lampejos de sorte ou de uma ajuda do universo. Ajudo-me a caminhar no piso que eu mesma asfaltei, com a certeza de que não tropeçarei em nenhuma pedra, pois enxergo na luz da minha sabedoria, quais pensamentos devem habitar este lugar. Perdoo-me por não haver construído as pontes que me levariam mais rápido aos lugares que me trazem maior conforto e sigo caminhando com resiliência na estrada fria que me desafia a manter-me de pé. Ouso imaginar-me em uma outra estrada, uma que seja toda de terra, cercada com paisagens mais amenas e com a luz do sol para iluminar meus passos; mas lembro-me de que preciso terminar meu passeio por esta avenida de emoções hostis e tensas. E tão logo minhas emoções começam a desabrochar, olho para o céu noturno da minha mente barulhenta e encontro razão para continuar com todos os holofotes que iluminam o caminho que devo percorrer. Fui! (Seguir...) Por Cris coelho para Maria Scarlet @criscoelhoescritora
- Sorrir é Ato Erótico: Medicina Para o Corpo, Combustível Para o Prazer!
Olá, queridíssima leitora! Chegamos ao meio do ano e por isso quero te perguntar: O quanto você tem se dedicado a amar seu corpo? Com que frequência você sorri para seu corpo? Sorrir para seu corpo é um ato de amor, autocuidado e elevação energética! Você já se olhou no espelho hoje com um sorriso? Talvez não te contaram, mas esse gesto simples tem o poder de transformar seu corpo, sua energia e sua vida. Amar, cuidar e sorrir para o próprio corpo não é só uma prática de autoestima, mas também uma chave poderosa para elevar sua vibração, melhorar sua saúde e fortalecer sua conexão consigo mesma. O Dr. David Hawkins, psiquiatra e pesquisador, desenvolveu uma escala que mede os níveis de frequência energética dos estados emocionais. Na base da escala estão emoções que vibram em baixa frequência, como vergonha, culpa e medo. À medida que subimos, passamos por coragem, aceitação, amor e, no topo, alegria, paz e iluminação. O sorriso está diretamente conectado às frequências mais altas dessa escala. Mesmo quando sorrimos de forma intencional (sem um motivo externo), nosso corpo envia sinais para o cérebro de que estamos em segurança, em bem-estar. Isso move nossa vibração de estados como ansiedade e tristeza para estados de amor, aceitação e alegria. O amor vibra em 500 Hz e a alegria em 540 Hz. O sorriso é literalmente uma ponte energética que te tira do medo e te leva para o amor. O que acontece no seu corpo quando sorrimos? O cérebro interpreta o sorriso, mesmo que intencional, como um sinal de bem-estar. Isso ativa áreas cerebrais ligadas à recompensa, como o córtex pré-frontal, os núcleos accumbens e o sistema límbico, além de inibir áreas relacionadas ao estresse, como a amígdala cerebral. Pesquisas mostram que sorrir libera uma poderosa combinação de hormônios: Serotonina — bem-estar, equilíbrio emocional e regulação do humor. Dopamina — motivação, prazer, satisfação. Endorfinas — alívio da dor, relaxamento, prazer. Ocitocina (em alguns tipos de sorriso, especialmente quando há conexão com o outro ou consigo mesma) — amor, afeto, vínculo e relaxamento. Um estudo da University of Kansas (2012) demonstrou que até mesmo sorrisos forçados reduzem a frequência cardíaca durante situações de estresse e ajudam a diminuir o nível de cortisol (hormônio do estresse) no sangue. O sorriso é literalmente uma ponte energética que te tira do medo e te leva para o amor. A Penn State University descobriu que pessoas que sorriem mais frequentemente são percebidas como mais confiantes, competentes e agradáveis — mas o mais importante é que esse efeito começa em si mesma: quem sorri se sente mais confiante e confortável no próprio corpo. Quando você sorri para seu próprio corpo — para seus seios, seu ventre, seu rosto, suas coxas, seu útero, suas mãos — você envia uma mensagem profunda de aceitação, amor e segurança. Isso não só eleva sua vibração energética na escala de Hawkins, como também regula seu sistema nervoso, fortalece sua saúde e nutre sua autoestima. Sorrir é mais do que um gesto: é uma medicina gratuita, disponível, poderosa e transformadora. Para te dar um empurrãozinho, vou te indicar uma prática simples e poderosa. Sorriso no Espelho Fique de frente para um espelho de corpo inteiro. Respire lentamente e profundamente 3 vezes. Exale com o maxilar solto fazendo o som da vogal “A”. Traga um olhar amoroso para seu corpo e sorria para cada parte dele. Diga mentalmente: "Eu me amo. Eu me sinto segura. Eu sou suficiente. Eu sou linda." Faça disso um ritual de elevação energética, de amor e de cuidado diário. Ficou com alguma dúvida? Manda pra mim! Um beijo carinhoso, Lu Terra. Lu Terra para a coluna Terapia Sexual Encontre-a no Instagram: @luterra.terapeutasexual
- Experiência de uma apaixonada por livros.
Bienal do Livro 2025 – Rio de Janeiro De 13 a 22 de junho, o Riocentro se transformou em um verdadeiro templo da literatura com a Bienal do Livro do Rio 2025. Em meio a estandes, painéis, encontros e sorrisos, cerca de 130 000 m² foram tomados por histórias, leitores, autores, profissionais do livro e aquela energia quase mágica que só a paixão pela leitura consegue criar. Foram mais de 570 expositores espalhados pelos pavilhões, um número que impressiona e mostra que, mesmo em tempos digitais e acelerados, o livro continua pulsando forte no coração das pessoas. É impossível não se emocionar ao ver famílias inteiras circulando pelos corredores, jovens vibrando a cada livro recém-comprado, crianças encantadas em contações de histórias e adultos descobrindo novos autores. Como leitora, me vi completamente envolvida por esse ambiente, tomada por uma alegria difícil de descrever. E como profissional do livro, foi fascinante testemunhar o quanto o mercado editorial está apostando em novas formas de se conectar com o público. Grandes editoras investiram em experiências imersivas e criativas, transformando seus estandes em verdadeiros universos à parte. A Bienal se tornou quase um parque literário, com atrações como a roda-gigante “Leitura nas Alturas”, o “Labirinto de Histórias”, o “Escape Bienal” e a “Praça Além da Página”, espaços onde a literatura ganhou forma, cor e movimento. Tudo isso potencializou o clima de encantamento e tornou a Bienal uma celebração viva da leitura. E não foi só o Brasil que brilhou: estandes internacionais, como o da China, reforçaram o alcance global do evento e mostraram que o livro é, de fato, uma linguagem universal. No meio de tanta gente, tanta história e tanto movimento, a Bienal reafirmou algo essencial: o livro continua sendo uma das formas mais poderosas de conexão. Entre sorrisos, autógrafos e filas animadas, ficou claro que a Bienal não é apenas uma feira — é encontro, comunidade e amor pelos livros. Há algo mágico em dividir o mesmo espaço com milhares de apaixonados por histórias, onde cada conversa vira uma nova recomendação de leitura e cada compra carrega a promessa de novas descobertas. Para quem acha que o livro perdeu força em um mundo cada vez mais digital, a Bienal provou o contrário: histórias continuam sendo likes para a alma. Mais do que nunca, o livro mostra que tem o poder de unir gerações, criar diálogos e transformar momentos simples em memórias inesquecíveis. E foi impossível sair dali sem a sensação de que, enquanto houver leitores, haverá esperança — e páginas esperando para serem viradas. Andressa Adarque para a coluna Resenhas da Maria Scarlet Encontre-a no Instagram: @meuladoleitora
- Ser mãe e esposa – e seguir inteira
Amar alguém quando se é mãe nunca é simples. Ainda mais quando aquele que está ao nosso lado não é o pai do nosso filho. Não se trata de falta de amor, nem do parceiro, nem da mãe. Trata-se de espaço. Lugar. Vínculo. Meu filho já é um homem. Tem quase 19. Tem seu pai presente, tem sua vida em movimento, suas escolhas, sua autonomia. Mas ainda é, para mim, meu menino. Porque a maternidade não tem ponto final. Mesmo quando os filhos crescem, uma parte nossa continua em estado de vigília, cuidado e entrega. E é aí que a coisa complica. Porque enquanto ele cresce, vive, erra e acerta, eu também sigo sendo outra: mulher, profissional, esposa. E às vezes, me percebo tentando equilibrar dois mundos que não se cruzam com naturalidade: o da mãe que continua pulsando em mim, e o da mulher que deseja amar e ser amada por um homem que não compartilha essa história comigo por mais incrível que ele seja. Ele não é o pai do meu filho. E nunca precisei ou esperei que fosse. Essa conta já tem quem assuma. Mas há momentos em que o silêncio entre eles pesa e me causa um incômodo doloroso. E é nesse ponto que eu, mulher, me sinto no meio: entre dois afetos legítimos que pouco falam. Entre o amor que me escolheu e o amor que me moldou. Eu acredito que toda mãe que vive essa situação gostaria que enxergassem que seu papel de mãe não se desliga na tomada mesmo quando o casal está a sós, que não tem como se dividir em duas (ou mãe ou mulher), na teoria pode funcionar, mas na prática a coisa é bem diferente. Não é fácil para mim, nem para ele, nem para meu filho. Sinto culpa, mesmo sabendo que não deveria. Tento agradar todos os lados e com isso me desgasto. Tento equilibrar os pratos, mesmo sabendo que é impossível. O que eu gostaria, no fundo, é nunca precisar escolher. Eu gostaria que os dois amores pudessem conviver dentro de mim sem me sentir em dívida com nenhum deles. Porque o coração de uma mulher que é mãe e que ama de novo é assim: feito casa com mais de um cômodo. Cabe mais gente, mas precisa que todos tirem os sapatos para entrar. Ive Bueno para a coluna Universo Feminino Encontre-a no Instagram: @euivebueno
- Seu períneo na gestação importa!
Mulher, você já parou para pensar em como está o seu períneo? Sim, a musculatura esquecida que sustenta seu bebê, facilita seu parto, sua recuperação e o seu prazer. E tem mais impacto na sua gestação e no seu parto do que você imagina. Enquanto sua barriga cresce, seu corpo se adapta, e as emoções se misturam, existe uma musculatura lá embaixo sustentando tudo: o útero, a bexiga, o intestino e também a sua confiança. É o assoalho pélvico (períneo) que vai influenciar no jeito que seu bebê nasce, no risco de laceração, na sua recuperação pós-parto e até no prazer que você sente (ou deixou de sentir). E a verdade é que o períneo não se prepara sozinho. Ele precisa de consciência, técnica e cuidado. Se você nunca olhou com atenção para ele, esse é o momento. O que é períneo e por que ele importa tanto na gravidez? O períneo faz parte do assoalho pélvico, um conjunto de músculos, ligamentos e fáscias que fecham a base da pelve. Ele sustenta órgãos como útero, bexiga e intestino, e atua em funções vitais: micção, evacuação, função sexual, estabilização postural e suporte visceral. Durante a gestação, esse sistema é profundamente impactado: O útero cresce e o peso sobre o períneo pode ultrapassar 5 kg; A ação da relaxina e da progesterona leva a um afrouxamento ligamentar global (Guthrie et al., 2005); O aumento da pressão intra-abdominal e as alterações posturais aumentam a sobrecarga pélvica; Até 58% das gestantes relatam perdas urinárias ao longo da gravidez (Mørkved & Bo, 2014). Com a fisioterapia pélvica, é possível prevenir disfunções e preparar essa musculatura para um parto mais funcional e uma recuperação mais rápida. Preparo para o parto: períneo treinado, laceração evitada Um períneo que consegue se expandir, coordenar com a respiração e relaxar no tempo certo oferece menos resistência à passagem do bebê e menor risco de trauma. E isso não é só percepção clínica, é ciência. A massagem perineal a partir da 34ª semana, feita com orientação profissional, reduz o risco de laceração grave e episiotomia em primíparas (Beckmann & Garrett, 2006 – Cochrane Review). Já os exercícios de consciência perineal e mobilidade pélvica melhoram o posicionamento fetal e facilitam o trabalho de parto (Thompson et al., 2015). O preparo perineal completo envolve: Avaliação do tônus, da força e da coordenação do períneo; Exercícios respiratórios e de consciência corporal; Mobilidade da pelve (oscilação, rotação, inclinação); Treino funcional com posições de parto e estratégias para “expulsar” o bebê; Massagem perineal supervisionada e orientada. Mais do que “fortalecer”, o objetivo é treinar a função e a resposta do períneo ao estiramento natural do parto. Pós-parto: e agora, quem cuida do seu períneo? Você passou pelo parto. Agora o corpo precisa se reorganizar e o períneo também. Ainda assim, poucas mulheres recebem suporte adequado para essa fase. Muitas convivem com: Incontinência urinária ou fecal; Sensação de peso ou abaulamento vaginal (sinal de prolapso); Dor durante a relação sexual (dispareunia); Dificuldade de ativar o abdômen e sustentar a postura; “Barriguinha” persistente (frequentemente associada à diástase abdominal e à incoordenação abdominal-pélvica). Tudo isso pode ser tratado. Mas o tempo passa e o que deveria ser provisório, se torna crônico. Estudos mostram que a fisioterapia pélvica no pós-parto melhora significativamente a função muscular, reduz sintomas e acelera o retorno da mulher à sua rotina com segurança. Cesárea não “poupa” o períneo Essa é uma dúvida comum no consultório. Mas a verdade é que todas as gestantes, independente da via de parto, precisam de atenção ao períneo. Na cesárea: O peso da gestação sobrecarrega o assoalho pélvico; A cicatriz pode gerar aderências e desequilíbrio postural; Muitas mulheres apresentam dor pélvica, escape de urina ou sensação de fraqueza abdominal. A fisioterapia atua com liberação de aderências, reequilíbrio tônico da pelve e integração entre abdômen e períneo. Reabilitação passo a passo: como a fisio pélvica atua no pós-parto Cada corpo tem seu tempo. Mas existe um caminho técnico para a reabilitação do períneo: Avaliação individualizada (força, tônus, coordenação, cicatriz, dor); Exercícios de ativação leve e reconexão; Reeducação da função abdominal-pélvica; Treinamento evolutivo de força e resistência; Orientações sobre retorno à vida sexual e exercícios físicos. O foco não é só “voltar ao normal”. É recuperar a função com mais consciência e confiança. Cuidar do períneo é cuidar da mulher que você é O seu períneo guarda mais do que músculos. Guarda a memória do parto, do prazer, do medo, da força que você nem sabia que tinha. E quando ele é cuidado com técnica, escuta e tempo, ele devolve algo precioso: autonomia. A fisioterapia pélvica é, sim, uma área técnica. Mas também é sobre sentir. Sobre estar presente no seu próprio corpo. E isso, nenhuma estatística consegue medir. Mirella Bravo para a coluna Saúde Íntima Encontre-a no Instagram: @mirellabravofisio
- Livro: Corações Quebrados
O que acontece quando duas almas feridas se cruzam? Quando a dor parece tão imensa que até respirar se torna um esforço diário? Corações Quebrados , da autora Sofia Silva, nos convida a mergulhar nas profundezas do luto, da depressão e da possibilidade de renascer — mesmo quando tudo dentro de nós grita o contrário. Emília perdeu o chão. Tudo o que ela mais amava se desfez em um instante, e viver já não parecia uma opção. A escuridão tomou conta de seus dias, e a morte passou a parecer menos assustadora do que a vida. Mas é exatamente nesse momento, quando tudo parece irreversível, que sua terapeuta propõe um novo caminho: uma conversa. Não com um profissional, nem com alguém que tenha respostas prontas — mas com outro coração quebrado. Um homem que também carrega cicatrizes profundas e que, de alguma forma, continua tentando. É assim que conhecemos Diego — um ex-soldado marcado pelos horrores da guerra, que carrega consigo uma dor silenciosa e a constante sensação de estar à beira do abismo. Ainda assim, há nele uma generosidade rara, uma força que não grita, mas abraça. Diego não tenta salvar Emília. Ele apenas a escuta, compartilha, acolhe. E nesse gesto aparentemente simples, os dois iniciam uma jornada que vai além da cura: trata-se de reconhecer a dor do outro como espelho da própria, e, a partir disso, reconstruir um novo sentido. Sofia Silva conduz essa história com uma sensibilidade comovente. Sua escrita é íntima, quase como um sussurro ao pé do ouvido do leitor. Ela não romantiza o sofrimento, mas o retrata com honestidade, respeito e empatia. Fala sobre depressão, luto e traumas de forma responsável, abrindo espaço para reflexões necessárias, sem perder a leveza de quem acredita no poder dos encontros — mesmo (ou principalmente) quando estamos despedaçados. Emília e Diego são personagens que transbordam humanidade. É impossível não se emocionar com suas falas, seus silêncios, seus pequenos avanços e recaídas. Diego é altruísta, sensível, um verdadeiro farol nas sombras. Emília é forte, mesmo sem saber. Juntos, eles nos mostram que a dor pode nos marcar, mas não precisa nos definir. Corações Quebrados não é apenas uma história de superação. É sobre escuta, acolhimento, conexão e, principalmente, sobre a delicada arte de continuar — mesmo quando tudo parece perdido. Uma leitura que toca, transforma e nos lembra de algo essencial: não estamos sozinhos. Autora: Sofia Silva Páginas: 334 Editora: Valentina Andressa Adarque para a coluna Resenhas da Maria Scarlet Encontre-a no Instagram: @meuladoleitora
- Não aceite ser maltratada!
“Eu não me deixo ser maltratada por ninguém!” Essa foi a frase dita por Luana Piovani no Fantástico e que gerou muitos comentários nas redes sociais. É uma frase forte e que realmente nos faz refletir. Afinal, que mulher nunca foi maltratada por um homem em algum momento? A questão é que, infelizmente, virou hábito uma mulher ser desrespeitada por homens em diversos contextos, como se esse comportamento fosse natural, mas não é. Precisamos entender que educação e respeito independem de gênero, e devemos parar de normalizar certos comportamentos machistas e agressivos por parte dos homens. Nós, mulheres, não somos inferiores nem submissas aos homens. Temos direitos, e estes devem ser respeitados. A democracia nos garante o direito de usar a nossa voz, e não é justo que pai, irmão, parceiro, patrão ou filho nos impeçam de falar. De usar a nossa voz para sermos respeitadas, para termos liberdade, para ter nosso trabalho reconhecido etc. Por muitos anos, as mulheres foram dominadas por uma sociedade que lhes dizia o que vestir, com quem casar, como se comportar, além de aceitar agressões e maus-tratos. Foi graças às vozes das mulheres que se recusaram a se calar que, hoje, temos liberdade. Ou seja, a voz de uma mulher pode mover uma geração inteira. Entendo que ainda há mulheres presas a esses comportamentos retrógrados e a relacionamentos abusivos. Por isso, é importante e necessário falar sobre este assunto. Confesso que me revolto e, ao mesmo tempo, me entristeço ao ver uma mulher próxima ser humilhada e apagada no relacionamento, sem ter forças para se libertar. O pior é que muitas não se libertam por causa das convenções sociais, as mulheres que conheço, por exemplo, acreditam que ser divorciada é um fracasso. Para algumas, o status social ainda vale mais do que a própria felicidade. E, infelizmente, nem sempre há o que possamos fazer. Há, também, aquelas que por serem solteiras são dominadas pelos irmãos. Parece que alguns homens olham para as mulheres e vêem presas ou objetos frágeis. Escrevo este texto para influenciar e inspirar mulheres a enfrentar o machismo, erguer a cabeça e gritar mais alto quando gritarem com você. Não se cale! Cada mulher carrega em si as vozes daquelas que nos antecederam e lutaram pela nossa liberdade. Seja forte e não permita que ninguém lhe aprisione. Que esse texto sirva como um lembrete de que você não está sozinha e de que sua dor, sua voz e sua luta importam. A coragem de uma mulher pode despertar outras, e juntas somos mais fortes. Que possamos continuar ocupando espaços, rompendo silêncios e transformando realidades. Porque ser mulher é resistir e, sobretudo, existir com dignidade, respeito e liberdade. Flávia Albuquerque para a coluna Empoderamento Feminino Encontre-a no Instagram: @flavia.albuquerqueoficial
- “É da sua natureza”
— Por que a presença de algumas pessoas pode prejudicar toda uma família? Sabe, eu estava ouvindo uma história num programa de rádio outro dia. A mulher vivia atrapalhando a vida do marido. Você acredita? Isso me dá tanta raiva, tanta raiva que eu nem consigo dormir! Tive que parar de ouvir rádio à noite. Quer mais um pedacinho de bolo? Minha tia era desse jeito, coitada. Signo de escorpião, sua natureza era a de picar. Picar e envenenar. Maldita hora em que aceitei o convite para entrar naquele covil. Argh! Dona Isaura, minha mãe, tinha falecido, e eu não tive outra alternativa a não ser ir morar com a tia Ottilie, a prima distante da mamãe. Lembro do dia em que cheguei. Devia ter por volta dos 13 anos, usava óculos e era estrábica. Estava com um vestido azul-claro e babado branco. Ela me levou até o jardim, nos fundos da casa, onde ficava a piscina. Como se mostrava doce e atenciosa! Mal sabia eu que... Suas escolhas, sua vida, tudo era perfeito e harmonioso. Em compensação sempre encontrava uma “falha” nos seus interlocutores e expressava isso da forma mais natural possível. Como se estivesse numa conversa de amenidades. No subtexto lia-se: “Como você é ignorante”, “Como você é desinformado”, "Como você é ingênua”, “Como você é medíocre e cafona”. Tóxica. Mas ela... bom, ela era extremamente prendada. Tinha tido a melhor educação que os pais poderiam dar a uma filha para ser a esposa exemplar de um general do exército. — Essa aí tem cara de pobre! Às vezes, soltava esse tipo de pérola vendo a foto de uma jovem. A frase era enigmática. Seria inveja? Não há mais como saber. Atualmente, andava esquecida de tudo, igualzinha à mãe. Volta e meia estava fora do ar. Seu maior orgulho era Vitor Hugo, seu filho primogênito. Era médico, cirurgião de cabeça e pescoço. Falava sobre como ele era ocupado com os vários plantões que fazia nos hospitais da cidade. Quase não tinha tempo para ela. Pobrezinha, como sofria pela ausência do filho. Quando cheguei, Manuela, a do meio, já tinha ido servir na Cruz Vermelha. Queria ajudar as pessoas. E, infelizmente, Juliana já estava em sua peregrinação pelas muitas casas de reabilitação para dependentes químicos. — Sofre dos nervos – dizia a tia e mudava logo de assunto. Organizava os jantares mais pomposos do seu círculo de convivência. Ficava toda envaidecida toda vez que elogiavam os seus dotes: “Nossa, que pudim perfeito”, “Que maravilha de porcelana, Ottilie. Onde você comprou? “, “Que casa linda”, “Como é espaçosa e bem decorada”, “Sua pele está um primor”, “Ninguém diz a sua idade”. Como ela adorava ouvir essas frases! Eram como sons suaves e delicados de um arpeggio em tom menor. Talvez já pressentisse o som do paraíso. Sim, afinal classificava as pessoas em dois grupos: boas e más. Só acreditava na bondade sem mistura. E estava mais que claro, já que todos os sinais demonstravam o quão boa ela era. Pensava assim. Mal sabia o sabor de sua perfídia. A dama altiva do retrato da sala seria a Rainha de Copas de Alice? “Cortem as cabeças!” Parecia ouvir exatamente isso quando ela sentia raiva do mundo. Até que um dia, já vestida para ir à festa na casa de uma das meninas do colégio e encontrar o Tavinho, passava eu o lápis preto nos olhos. — Onde você pensa que vai? Comecei a tremer. Um fervor me subiu ao rosto, e um nó se instalou na garganta. — Você não vê que isso não vai dar certo? Você é uma mestiça! Eu não vou deixar você estragar a vida desse rapaz. É uma questão moral! — Mas, tia, a gente se gosta! — De jeito nenhum. Vá limpar essa cara agora! Apertei os olhos contra os nós dos dedos. Fui para a cama chorar minha amargura. Impotente. Era o único refúgio que podia encontrar. Não pregaria o olho a noite inteira, relembrando o tom de voz e as falas de tia Ottilie. “Bruxa! Bruxa! Você é uma bruxa”, xingava baixinho entre as lágrimas. Era só o que conseguia fazer, enquanto a megera permanecia fazendo seu tricô, divertindo-se com suas pequeninas perversidades. Infelizmente, já não era mais possível restabelecer um estado de convivência harmônica com tia Ottilie. A condição em que cada uma de nós se encontrava era completamente distinta. Ela, uma senhora viúva com a herança de uma bela pensão. Eu, ao contrário, reivindicava o meu direito de descobrir o mundo, de lutar pela minha felicidade. Pois um coração que está em busca intui que algo lhe falta, mas aquele que perde sabe do que lhe foi privado. Com Tavinho, eu havia encontrado, pela primeira vez, alegria e ânsia de viver. Sem ele, sentia um imenso vazio. Contudo, eu também tinha sido picada com o ferrão mais venenoso. E foi assim que, em meio ao lusco-fusco, prenunciando a escuridão, a vingança sussurrou-me ao espírito e não tardei para ver na prática o que assistira num filme. Meses depois, tia Ottilie faleceu com uma dose extra de insulina. Isabella Dias para a coluna Contos Literários Encontre-a no Instagram: @cuidadoterapeutico
- Parada LGBT+ contra o etarismo
“Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro” foi o tema escolhido para a 29ª edição da Parada LGBT+ agora em 2025. Com a proposta de destacar as necessidades específicas deste grupo com o envelhecimento, e também celebrar as histórias desta comunidade, diversas atividades foram realizadas no mês do Orgulho, para dar visibilidade e gerar reflexão. Eu nunca tinha parado para pensar como pode ser ainda mais difícil enfrentar o etarismo para um grupo de pessoas que já sofre tantos preconceitos da sociedade! Aprendi que o envelhecimento desta população vem acompanhado de uma série de medos e preocupações específicas, relacionadas à invisibilidade social, à solidão e à falta de políticas públicas inclusivas. Muitas pessoas LGBTQIAP+ envelhecem sem filhos ou familiares próximos. Ainda enfrentam discriminação em instituições religiosas e locais de serviço público de saúde, que podem afastar os idosos de espaços de convivência. Muitas tiveram dificuldades para se firmar no mercado de trabalho ao longo da vida, o que afeta a aposentadoria e agrava a insegurança financeira que sentimos nesta fase da vida. Para esta comunidade, sobreviver no Brasil já é um ato de resistência. Um dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) apontou que o Brasil, pelo 16º ano consecutivo, continua sendo o país que mais mata pessoas trans no mundo. Sem contar a grande subnotificação, pois dificilmente as autoridades no momento de identificação das vítimas oficializam as mortes como devidamente casos de pessoas transexuais ou travestis. A expectativa de vida dessa população é de até 35 anos, apenas. Por isso, foi tão emblemática a homenagem aos que hoje já alcançaram a maturidade. A trajetória destas pessoas ajuda a contar a história do próprio movimento no Brasil. “Muitas das liberdades que hoje celebramos só existem porque elas resistiram — enfrentaram repressões, apagamentos e violências.” destaca a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOLGBT-SP), organizadora do evento. Não pertenço à comunidade LGBTQIAP+, mas achei excelente que um evento deste porte tenha escolhido o tema do envelhecimento. E torço para que comecem a existir políticas públicas mais inclusivas, e centros de acolhimento com um olhar especial para este grupo. Todos merecem envelhecer com dignidade! Ana Lúcia Leitão para a coluna 50+ Encontre-a no Instagram: @aninhaleitao2
- Segura, mas não aperta!
Mulher, já imaginou algo que te dá suporte sem te apertar? Que alivia dores, melhora a circulação e ainda te ajuda a se sentir mais confortável no pós-parto? Pois é, existe – e não, não é uma cinta! Estou falando do taping funcional, aquelas fitas elásticas adesivas que parecem detalhe estético, mas fazem toda a diferença no seu bem-estar. E sem prender seus movimentos! Se você quer um pós-parto mais leve e confortável, essa técnica pode ser sua aliada. Mas calma, nada de sair colando fita por aí! O ideal é que a aplicação seja feita por uma fisioterapeuta pélvica para garantir os melhores resultados. O que é o Taping e como funciona? O taping é uma técnica que utiliza bandagens elásticas adesivas aplicadas sobre a pele para proporcionar suporte muscular, aliviar dores e melhorar a circulação. Diferente de faixas compressivas, ele não restringe os movimentos e pode ser usado para auxiliar na adaptação do corpo às mudanças pós-parto. Benefícios do Taping no Pós-Parto: Alívio de dores lombares e pélvicas - Durante a gestação, a postura muda e pode sobrecarregar a coluna e a pelve. O taping ajuda a distribuir melhor essa carga, reduzindo o desconforto. Redução do inchaço e melhora da circulação - O pós-parto pode trazer retenção de líquidos e sensação de pernas pesadas. O taping auxilia no estímulo do sistema linfático, favorecendo a drenagem e reduzindo o inchaço. Suporte para o abdômen e sensação de firmeza - Após o parto, muitas mulheres sentem o abdômen instável. O taping pode ajudar a dar uma leve sensação de suporte, mas sem substituir exercícios ou tratamentos específicos para a recuperação da musculatura. Melhora da postura e conforto na amamentação - Com o tempo prolongado em posições fixas ao segurar o bebê, é comum sentir dores nas costas e nos ombros. O taping pode ser aplicado para ajudar na postura e aliviar tensões musculares. Quem pode usar o taping no pós-parto? O taping pode ser utilizado tanto por mulheres que tiveram parto normal quanto cesárea, desde que seja aplicado corretamente por um profissional qualificado. Ele é uma ferramenta complementar para promover bem-estar, mas não substitui exercícios ou acompanhamento especializado na recuperação pós-parto. Um novo olhar Se você está no pós-parto e busca alívio para dores, inchaço ou desconfortos musculares, o taping pode ser um excelente aliado. Converse com um profissional de fisioterapia pélvica para saber se essa técnica é indicada para você. Seu corpo merece esse cuidado! Mirella Bravo para a coluna Saúde Íntima Encontre-a no Instagram: @mirellabravofisio
- Nenhum homem vai te querer
Olá, maravilhosa! Hoje estou aqui para falar de uma situação extremamente desagradável que passei recentemente. O título desse texto é a frase de uma mensagem que recebi de um homem desconhecido, mas que me impactou bastante. Sabe por quê? Porque eu já ouvi e vi outras mulheres serem vítimas dessa frase por seus parceiros e eu acho isso triste demais. Mas, deixa eu explicar como tudo começou. Eu publiquei um vídeo treinando em casa, tenho esse hábito desde setembro. Esse vídeo teve bastante compartilhamento e com isso chegaram ao meu perfil novos seguidores, porém a maioria homens. Já falei aqui sobre os devotees, né? Caso você ainda não tenha lido, vale a pena ler no site. Devotee é o nome do fetiche que algumas pessoas têm por pessoas com deficiência, principalmente deficiência física. Eu relutei muito sobre se publicaria ou não este vídeo porque já sabia que receberia mensagens de homens com esse fetiche idiota, mas também cheguei a conclução de que não posso permitir que isso me pare. Dos diversos seguidores que ganhei, um ficou enviando mensagens. Todo homem que me envia mensagem é respondido assim: Olá, tudo bem? Este perfil é profissional e não respondo mensagens que não sejam sobre o meu trabalho (palestras, mentoria e consultoria). Alguns mesmo depois dessa mensagem insistem em continuar conversando, outros já desistem após essa mensagem. Um seguidor não desistiu, fez inúmeras perguntas sobre a minha vida, respondi que não iria responder, enviou mensagem no meu whatsapp comercial, então achei melhor bloquear. Não satisfeito, ele começou a me seguir no meu outro perfil de trabalho (onde falo somente sobre óleos essenciais), e continuou fazendo perguntas. Com a maior paciência do Mundo expliquei novamente que minhas redes sociais são para trabalho, que é errado ele fazer perguntas porque isso é caracterizado como capacitismo (preconceito relacionado às pessoas com deficiência) e foi aí que ele soltou a frase: se você continuar assim nenhum homem vai querer casar com você. Meu sangue ferveu! Primeiro porque ele não sabe como sou, segundo que eu fui grossa porque ele foi inconveniente e terceiro por que ele acha que tem o direito de declarar isso? Sim, eu sou grossa! Mas, não saio dando fora sem motivos. É que as pessoas mal me conhecem e já se acham íntimas mesmo eu não dando intimidade. Acho isso horrível e não deixa de ser capacitismo também, já que fazem isso muitas vezes por me acharem “fofa” por causa do meu tamanho. Só que isso não dá o direito de um homem que foi mal educado comigo dizer esse tipo de coisa. Não são os homens que vão me escolher, eu sou uma mulher capaz de escolher quem eu quero ao meu lado, e não ter um companheiro não me torna inferior. Essa frase me passa a impressão de que eu nunca terei um relacionamento e isso significa que sou uma fracassada. Já foi o tempo que as mulheres precisavam ter um homem para ser alguém. É claro que enviei uma resposta afiada para ele e o bloquiei novamente. Segue a mensagem que enviei: “Todos somos criaturas de Deus. Achar que uma pessoa é especial por ter uma deficiência e fazer coisas mesmo tendo uma deficiência é preconceito. Você já ouviu falar em capacitismo? Pesquise. Você precisa aprender a lidar com pessoas com deficiência. Sua mente é antiquada. Já evoluímos muito nessa questão de ver pessoas com deficiência com olhar de pena. Eu não preciso de um homem para me sentir segura e bem-sucedida. E a questão não é um homem me querer, mas sim eu achar que ele está à minha altura. Não sei de que país você é mas aqui no Brasil, graças a Deus, temos voz, não somos o sexo frágil ou inferior aos homens. Tenho muito orgulho da mulher que sou e vou continuar sendo assim. Espero mesmo que você aprenda que pessoas com deficiência não merecem e nem precisam de pena, elogios e nem são obrigadas a responder perguntas para sanar a sua curiosidade.” Uma prima minha falou que era para eu ter ignorado, mas se eu ignorasse isso, me sentiria mal, sabe? Me daria um sentimento de impotência. Se ele se achou no direito de falar também precisa ouvir. É aquele velho ditado: quem fala o que quer ouve o que não ver. Se algum homem um dia lhe disser essa frase não se cale. Não precisamos mudar para caber no mundo de alguém. Também não se frustre caso ainda não tenha tido um amor correspondido, tire da cabeça essa ideia de achar a metade da laranja. Você é uma laranja completa que encontrará ou não outra laranja completa para dividir a vida com você. Há pessoas que escolheram não ter ninguém e isso também não as torna inferiores. A vida é feita de escolhas, escolha ser feliz e não fazer algo seguindo regras de uma sociedade machista, preconceituosa e patriarcal. Até a próxima! Flávia Albuquerque para a coluna Empoderamento Feminino Encontre-a no Instagram: @flavia.albuquerqueoficial


















