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Paquera virtual: como começar um relacionamento nos tempos atuais.

Atualizado: 23 de jan de 2023

Nos tempos atuais, a tecnologia virou uma grande aliada na hora de conhecer alguém, principalmente após a pandemia do COVID 19. Seja pelas redes sociais ou usando os vários aplicativos de namoro como Tinder, Bumble, Happn, Inner Circle, Grindr, dentre outros. Porém essa facilidade toda também se tornou uma oportunidade para pessoas mal-intencionadas aplicarem golpes.

Em fevereiro deste ano foi lançado um documentário na Netflix sobre casos reais que aconteceram em um aplicativo de relacionamentos. O Golpista do Tinder conta a história de três mulheres que dizem ter sido traídas por um homem, Simon Leviev, que conheceram através do aplicativo. Elas transferiram enormes quantias de dinheiro ao israelense e apesar das denúncias e das evidências dos golpes, Liviev foi solto logo após ser preso e continua livre, negando tê-las roubado.

Como confiar em quem está do outro lado da tela? Será que dá mesmo para começar um relacionamento real no mundo virtual?

Após o ocorrido, os aplicativos têm investido mais na segurança dos seus usuários, buscando verificar a autenticidade das identidades dos mesmos, mas ainda assim é bom sempre ter cuidado.

“Ninguém é, nem nunca será 100% perfeito e compatível com outro alguém. Somos humanos, temos medos, defeitos, manias, criações distintas, vivências muitas vezes que deixaram marcas.”

De acordo com um estudo realizado pela AppsFlyer, plataforma de análise e atribuição de marketing móvel, a receita dos aplicativos de relacionamentos cresceu 406% desde 2020. Isso significa que os internautas não só usaram a versão gratuita dos apps como investiram dinheiro, assinando planos.

A paquera no mundo virtual está cada vez mais simples e segura, mas tem enfrentado seus dilemas. Segundo dados de pesquisas realizadas pelo aplicativo de namoro Happn, os brasileiros estão entre os que mais mentem durante o flerte on-line (51%. A média mundial é 29%). Dentre os usuários nacionais, o principal motivo para eles criarem mentiras no momento da paquera é para chamar a atenção do crush (35%), seguido pelo receio de ser julgado (23%) e por sentir vergonha de algo pessoal (13%).

Levantamentos feitos pelo mesmo aplicativo ainda mostraram que os usuários da plataforma estão enfrentando dificuldades para iniciar relacionamentos. 81% dos participantes disseram passar mais tempo curtindo perfis do que de fato conversando com outras pessoas, o que os tem levado a um sentimento de exaustão ao tentarem encontrar alguém de fato interessante e interessado em algo sério.

Segundo o aplicativo Happn, 78% dos entrevistados usam ou já usaram mais de um aplicativo de namoro ao mesmo tempo o que alerta para o fato de que talvez expectativas irreais estejam sendo criadas. Como se os usuários esperassem encontrar alguém perfeito, bonito(a), sensual, inteligente, bem-sucedido(a), e 100% compatível com seu estilo de vida e ideais, o que é uma grande ilusão.

Ninguém é, nem nunca será 100% perfeito e compatível com outro alguém. Somos humanos, temos medos, defeitos, manias, criações distintas, vivências muitas vezes que deixaram marcas. Quem quiser mesmo encontrar alguém bacana e construir um relacionamento sério e duradouro, precisará ter um pouco mais de tolerância.

Esses aplicativos se tornaram uma espécie de catálogo de pessoas, mas precisamos ter em mente que não dá para definir alguém apenas por uma foto e uma breve descrição do perfil. Só será possível conhecer de fato quem está do outro lado, gastando tempo conversando. Quando um usuário de aplicativos de namoro logo descarta quem não se encaixa em um perfil que tinha em mente como ideal, pode estar perdendo a oportunidade de um bate-papo legal e encontros interessantes.

Ainda, segundo o aplicativo Happn, 94% dos entrevistados disseram sentir que está cada vez mais difícil engatar uma conversa e manter interações significativas. Eles alegam que, geralmente, os assuntos on-line não se desenvolvem e isso pode estar acontecendo porque depois do match, muitas pessoas têm um certo medo de abrir uma conversa e se “expor”. Mesmo que de maneira inconsciente, não se deixam conhecer para evitar uma possível frustração.

Se estiver desiludida por já ter tido vários dates ruins, deixo aqui algumas reflexões importantes: já parou para se perguntar o que você realmente está procurando? Tem consciência dos seus valores e necessidades? Que tipo de pessoa gostaria de ter ao seu lado? Em que tipo de relacionamento gostaria de estar agora e no futuro?

Antes de partir para um match e para que uma relação à dois funcione, primeiro é preciso que conheça a si mesma a fundo, seja verdadeira durante suas conversas e esteja ciente do que deseja de verdade.

Pense nisso e boa sorte!

Renata R. Corrêa para a coluna Universo feminino