Atrás das nuvens se escondem meus diversos segredos, todos encobertos com o dom da minha vaidade e com a perversidade dos meus pecados. Estão ali, escondidos de mim e do mundo que construí para esse novo “eu”, que caminha descalço em terras desertas, sem destino certo e sem garantias de receber o bônus que havia encomendado naquela época em que era apenas uma menina indefesa…
Foi ali atrás, depois das nuvens cinzas, que escondi as verdades sinceras que me faziam mal, que perturbavam a minha mente inquieta em busca de consolo, e que me diziam a todo momento, o quanto meu pranto era insuficiente para apagar as marcas que havia deixado naquela estrada batida de terra…
Foi ali, entre os vales com pouca luz e o desfiladeiro estreito que enterrei os segredos que minha alma carregava, aqueles que não quero lembrar enquanto estiver caminhando com estas pernas faceiras e com esses pés cheios de calos, que pisam a terra úmida e suave do novo caminho que escolhi percorrer; do caminho seguro e providencial que acolhe minha nova verdade e que canta o hino que escolhi para o enredo da minha nova vida.
E sigo feliz com essas novas verdades que se encaixaram na minha mente anestesiada de tanto tentar esquecer. E as minhas verdades antigas? Estas nem eu consigo mais encontrar; elas estão presas dentro daquelas nuvens densas e pesadas. Das nuvens que bloquearam a minha visão para que eu pudesse seguir um novo rumo.
Fui! (Seguir…)