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- Iludidos
Ser iludido, muitas vezes, é bom. Acreditar em algo que nos faça bem, redundantemente, nos faz bem. As ilusões, muitas vezes tidas como vilãs da vida real são, na verdade magistrais psicólogas do cotidiano que abaixam o véu para melhorar a bagunça da vida. Viver nos dias de hoje está realmente difícil. A realidade, quando não entra em nossas casas, nos comove da janela. Somos todos vítimas e culpados de um sistema sem solução. O real tornou-se vazio demais, escuro demais, difícil demais. Na realidade “nua e crua” vemos muito amigo egoísta, parceiro infiel, bandido letrado, pessoas se ofendendo de graça e o caos dominando a nossa colapsada e falida geração. Temos a oportunidade de lutar, mas a verdade é que a causa já está perdida. Temos a oportunidade de melhorar, mas a melhora não vai influenciar verdadeiramente a vida de nenhum dos agentes fiéis ao “sistema”. Temos ainda a oportunidade de tirar o véu e ver exatamente, com mais nitidez, o que se passa por trás dele. E para quê? A verdade é que acreditar em algumas ilusões não é sinal de covardia, mas sim de estratégia de vida. Ilusão e esperança caminham de mãos dadas em tempos diferentes. Enquanto a esperança projeta algo para o futuro, a ilusão trasforma sua realidade atual em algo mais brando e mais fácil. E vamos combinar algo? Vamos aceitar o que não pode ser mudado, mas sempre com um acessório ao lado para nos ajudar a enxergar um pouquinho mais embaçado… Fui! (comprar meus óculos escuros e minha garrafa de Whisky Double Black…)
- Mutação
No âmbito das mudanças sociais, econômicas e políticas que vivenciamos, a mudança interna dos valores que nos acompanham é a mais drástica e difícil de se perceber. Mudamos de hino, de discurso, de amor, mas dificilmente mudamos a nossa essência, seja ela careta ou louca. Mudamos o Mundo ao nosso redor e mudamos a vida mais perto de nós, só que não percebemos que "mudamos mesmo" quando muda a vida, ou o próprio Mundo. E de agentes passamos a meros espectadores de um filme desconhecido, mas com final previsível. A desconstrução dos nossos ideais de vida são postos à prova quando ele, o magistral professor de nome Destino, simplesmente "decide". E nos cabe sentir e evoluir. Nos cabe aceitar ou nos revoltar. Podemos mudar tudo, inclusive as formas que compõem nosso corpo-santuário, mas não mudamos a forma em que nos enxergamos dentro deste universo limitado. Somos todos vítimas da perfeição imperfeita do nosso ser errante. Somos todos um amontoado de ferros retorcidos dentro de sociedades hipócritas e ditadoras. Somos todos reféns de nós mesmos, que nos permitimos mudar sempre e quando é conveniente, de preferência no horário comercial e em canal aberto, para garantir os aplausos patenteados e esperados... Fui! (Mudar de novo e sempre que for possível! Mas com o cuidado de observar se é isso que eu quero ou é isso que eu espero de mim...)
- Mutação
No âmbito das mudanças sociais, econômicas e políticas que vivenciamos, a mudança interna dos valores que nos acompanham é a mais drástica e difícil de se perceber. Mudamos de hino, de discurso, de amor, mas dificilmente mudamos a nossa essência, seja ela careta ou louca. Mudamos o Mundo ao nosso redor e mudamos a vida mais perto de nós, só que não percebemos que “mudamos mesmo” quando muda a vida, ou o próprio Mundo. E de agentes passamos a meros espectadores de um filme desconhecido, mas com final previsível. A desconstrução dos nossos ideais de vida são postos à prova quando ele, o magistral professor de nome Destino, simplesmente “decide”. E nos cabe sentir e evoluir. Nos cabe aceitar ou nos revoltar. Podemos mudar tudo, inclusive as formas que compõem nosso corpo-santuário, mas não mudamos a forma em que nos enxergamos dentro deste universo limitado. Somos todos vítimas da perfeição imperfeita do nosso ser errante. Somos todos um amontoado de ferros retorcidos dentro de sociedades hipócritas e ditadoras. Somos todos reféns de nós mesmos, que nos permitimos mudar sempre e quando é conveniente, de preferência no horário comercial e em canal aberto, para garantir os aplausos patenteados e esperados… Fui! (Mudar de novo e sempre que for possível! Mas com o cuidado de observar se é isso que eu quero ou é isso que eu espero de mim…)
- Dia da Mulher. Por quê?
“Dia da Mulher”. Um dia para comemorar a existência de tão sublime ser, muito importante na sociedade e que exerce o papel de mãe, cuidadora, companheira, objeto sexual, e que também, trabalha. Esse extraordinário “Ser” é muitas vezes violentado no seio da sociedade machista, muitas vezes em países com religião islâmica ou muçulmana e em países africanos. Em outros países a mulher também sofre discriminação em algum grau específico. Coitadas delas e Direitos Humanos neles!!! Mas o que me intriga, mesmo sendo uma pomba-gira ambulante que transita no espaço cósmico depois de ter me prostituído e aliciado a prostituição de várias putas famintas em um Bordel no século XVIII, é o fato deste país chamado Brasil comemorar o “dia da Mulher”. Posso estar enganada, mas pelo que eu tenho visto o que não falta nesta sociedade são direitos para a mulher: para começar existe o direito dado pela lei à guarda do filho, ainda que compartilhada, sempre é a mãe que possui o direito de ter a “guarda prioritária”, além disso, o direito a qualquer cargo em empresa pública ou privada, com o mesmo salário equivalente (ainda que em alguns lugares existam distorções, o direito é garantido). Não bastasse, existe o direito de defesa, exclusivo para mulheres, com a criação da Lei Maria da Penha, além de vários outros direitos e benefícios, tanto aos olhos da lei como aos olhos da sociedade. São direitos legítimos, com toda certeza (embora nem sempre cumpram esse papel exato), mas o que faz com que a mulher, linda em curvas e formas, receba uma flor por um dia especial que é a homenagem da sociedade ao fato de tão bela criatura simplesmente “existir”??? Como já dizia um professor antigo, o costume faz isso. Faz com que a sociedade aja de forma rotineira sem nem saber ao certo o motivo dos atos, ou mesmo sabendo, sem questionar o porquê de ainda hoje, século XXI, em uma sociedade dita moderna, com tantos gritos pró-igualdade de sexos e raças, ainda exista o Dia da Mulher, o Dia do Índio e o Dia do Negro. Falta criar ainda o Dia do Anão, o Dia do “TransMultiSexual” e, finalmente, o Dia do Heterosexual (raça mais discriminada do momento!). Fui!!! (tratar de temas mais relevantes do que os dias em que toda a sociedade que não é branca e máscula é homenageada… )
- Bônus
Na vida existe uma lei que devemos obedecer. A essa lei damos o nome de “destino”. E aos senhores desse destino damos muitos nomes, muitas identidades. Mas no final somos apenas peças de um grande tabuleiro tentando nos apropriar de alguns “bônus” no percorrer dessa estrada. Esses bônus são os presentes que ganhamos independente da nossa força. São os dons, as bênçãos, os milagres. É o tempo que ganhamos, o tempo com felicidade, com tempero exótico e marca de grife… É o emaranhado dos prazeres espontâneos, e também dos planejados. É o bônus de sentir prazer mesmo com todos os motivos para lamentar. É para esse bônus que lutamos todos os dias, que paramos para contemplar a vida, que rezamos para agredecer e pedir um pouquinho mais. É para ser merecedor de algo “a mais” do que o que está no nosso cardápio para esta vida que acreditamos, que buscamos. É por causa desse “bônus” que temos esperança, que renovamos nossa fé. É por ele que que queremos e pedimos mais… Fui! (renovar meus votos, esconder meus infinitos pecados e desfrutar ao máximo meus preciosos bônus…)
- Reza de Ano Novo
Ano Novo! Vida nova, tudo novo… Será? Muitos pecados abolidos, muitas rezas concluídas, muitas frustações sendo escondidas às pressas, muita dívida para pagar. Somos todos reféns de uma única certeza: a de que nossos compatriotas possuem costas mais largas e melhor preparo físico para estarem à frente na linha do tiro. Se o apocalipse se aproxima, que eu seja a última a presenciar tamanho feito… que o absurdo de ser passado para trás em uma fila por uma simples gorjeta robusta não seja presenciado do lado de cá da minha pessoa… que a luz não acabe, mas ainda assim, se acabar, que não seja no meu bairro… ou na minha rua… ou pelo menos que não seja na minha casa! Que as bênçãos sejam sorteadas em rifas especiais, mas que a minha, claro, venha ao menos com um prêmio de consolação. Que os menos favorecidos sejam agraciados, mas que a sorte que vai para eles não saia de mim, e se sair, que seja compartilhada, mas jamais doada e esquecida! Que meu aniversário seja algo digno de louvor e nunca de pequenez cotidiana. Que nossos prazeres sejam tranformados em rotina mensal, semanal ou até diária. E que todos os nossos inimigos sejam os primeiros a serem convocados para a linha de frente da guerra santa e apocalíptica do juízo final… E até lá, que Deus me abençoe, me proteja e, principalmente, me perdoe… Mas se não perdoar tudo bem, tem Yemanjá para fazer isso também! Fui! (Correr para bater meu tambor e pedir chuva, muita chuva para me livrar do pecado que é viver “pecando”…)
- Natal Patrocinado
Natal é tempo de festa! De renovação dos votos familiares e laços de amizade. É tempo de amar e ser amado. Tempo de acreditar. É lindo. Emocionante… Mas mais lindo ainda seria se os patrocínios por trás de toda a beleza natalina não fossem reflexo da busca desenfreada pelo poder financeiro, político e religioso. O poder de comandar o desejo de multidões, sejam eles desejos de ganhar presentes, desejos de acreditar nas histórias de mais de 2.000 anos ou simplesmente desejos de comer rabanada e peru de Natal… Se Jesus nasceu mesmo no dia 25 de dezembro, bem perto do final do ano no calendário católico, nunca vamos ter certeza absoluta, mas podemos acreditar. Se Papai Noel existe mesmo em algum lugar do Polo Norte também nunca vamos saber, mas vamos imaginar que ele não existe. Isso porque somos todos adultos e, como adultos, pensamos livremente com a nossa cabeça patrocinada pelas diferentes indústrias. Se eu gosto de Natal? Claro que não. Mas não porque não acredito na força do amor. Acredito (e muito!). Acredito até mais que muitos católicos fervorosos e racistas, pois acredito em toda e qualquer forma de amor, independente do sexo, idade ou condição social. Mas acredito no amor o ano inteiro e de forma espontânea e descompromissada de datas e eventos. Acredito em “Natal sem Patrocínio” porque não existe dia para boas ações, assim como não existe dia para ligar para alguém importante na sua vida e dizer que você se lembra dele. Só que o ser humano é por essência desorganizado e complicado. Ele precisa de marcações e responsabilidades. Precisa de calendário para separar o momento de parar e agradecer. O ser humano precisa de rituais. E é isso que ganhamos ao acreditar na história de que Jesus nasceu mesmo nesse dia (mesmo já tendo sido levantada a hipótese de que ele teria nascido em outra data). É isso que ganhamos ao celebrar o Natal com um pinheiro gigante no meio da nossa sala e milhões de presentes para (até mesmo!) quem repetiu de ano: ganhamos o presente de um ritual. Não importa se a Coca-Cola ou a Igreja Católica ganhem qualquer tipo de poder nessa época nos fazendo crer que esses símbolos, reais ou hipotéticos, são importantes. Importa que eles nos remetem a algo realmente substancial: a nossa fé. A fé nas pessoas que nos são importantes. E é por isso, que mesmo não gostando de “datas marcadas” me rendo aos encantos natalinos e em prosa e verso recorro ao tradicional “Feliz Natal”… sempre com muito amor, peru e rabanada. Fui! (esperar ansiosa o meu presente, porque Natal sem presente não rola!!!!)
- Vulgar
Não tem jeito… Algumas coisas não mudam e algumas pessoas também não. Objetos que foram desenhados com cuidado e perfeição não podem ser vendidos na mesma estante em que outros, produzidos de qualquer forma, em larga escala, estão à venda. Ainda que possuam a mesma função, alguns “pequenos grandes” detalhes fazem toda a diferença. E esse detalhe pode ser marcado por uma atitude divisora de águas: a vulgaridade. Vulgar todo aquele que expõe suas prematuras emoções sem esperar o tempo certo de maturação. E mais vulgar ainda é aquele que não reconhece os limites entre o “ser” e o “mostrar que é”. E é por isso que na corrida desenfreada por um relacionamento sério vários candidatos se perdem no passo correto da entrega. Porque comida sem o tempero certo perde a graça… Fui! (colocar minha melhor calcinha bem coberta por baixo do meu jeans preferido, afinal já tem muita bunda de fora por aí…)
- Culpa
"Senhor Pai, livrai-me de todos os pecados". Se dos pecados feitos fossem eles capazes de sumir por mágica seria eu, a mais aliviada de todas as criaturas. Mas como pecadora assídua da carne e não podendo refazer o caminho traçado, me resta somente a submissão dos meus atos em súplica a absolvição deles, pecados cruéis. E no enredo da minha oração descubro o que realmente quero para acalmar minha ansiedade: quero me livrar de toda a culpa que carrego. E sem querer, percebo que não me consumo pelos pecados voluptuosos e ofensivos que propaguei a outros em nome a algo aparentemente supérfluo. Me consumo pela culpa deles na minha mente, na minha alma. Morro um pouco a cada dia por ela, a grande culpa. E nunca mesmo por eles, pequenos pecados do passado... Fui! (tomar uma dose de whisky com minha culpa e tentar entrar em um acordo até que minhas preces sejam atendidas...)


















