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- Ex-namorados
Ex-namorado é igual a etiqueta com linha de nylon na roupa. Por mais que tentemos fingir que não incomoda, sim, INCOMODA! Há pessoas eduacadas, finas e modernas que convivem bem com o tormento do, ou da, “Ex”. A convivência é pacífica e, em alguns casos, até íntima. É bonito ver casais superando os preconceitos da sociedade regulamentadora dos direitos e deveres do “casamento-padrão” e a incorporação de novos paradigmas no cotidiano selvagem dos dias atuais… Mas bom mesmo é saber que a ex ,ou o ex, moram a quilometros de distância, e que um acidental encontro é 0,01% provável. As lembranças do nosso amor já são suficientemente massacrantes para irrevogáveis ciumentos tradicionais e caretas, não se precisa de mais pimenta nesse molho! Mas ainda assim, há os que insistem em afirmar a posição de “amigos do passado”, em referência e reverência à pessoa querida que ocupou um lugar de destaque em um momento da vida e, blá, blá, blá…. Porque não encerrar logo o assunto e mudar o canal? Conheço casos em que até convidar para um jantar na casa o cara de pau sugeriu e a dona confiante, aceitou… Se por um lado uma das partes insiste em usar essa arma para provocar o descontrole e ativar o botão de “alerta ciumental”, a outra parte tende a se defender, muitas vezes, no próprio campo inimigo, deixando o contato maldito ter prosseguimento em uma utópica relação de amizade consensual… É bonitinho de ver, dificil de conceber e dramático de imaginar. É, na verdade, uma “tremenda” situação… Se eu pudesse, assassinaria todas as ex do meu homem. Do MEU, porque enquanto estiver ao meu lado, deixa de ser uma pessoa independente, com vontades e desejos próprios e passa a ser, nada mais, que o meu objeto de amor mais intenso e egoísta. E pensar que ele já sentiu algo com outra? E que já gemeu nos seus braços? E que já pensou em dividir a cama que hoje é minha??? Bom, essa conversa está muito boa, mas agora eu tenho que preparar o jantarzinho para receber a ex do meu marido. E vou aproveitar para ir ao mercado comprar bastante laxante para incluir no molhinho da carne dela… A pobre tá precisando emagrecer um pouquinho… Fui!
- Registros
Mais do que simplesmente registrar momentos, as fotos nos mostram a “vida boa” que temos. Nos mostram o quanto vale a pena seguir no caminho que escolhemos ou que, por acaso, acabamos lá… Também nos mostram que, se existem problemas ou negativas nesse caminho, existe também muito motivo para se brindar a vida, nesse espaço que é só nosso, em um universo de possibilidades. E em todas as hipóteses de terapia, a melhor mesmo é sempre a fotografia. Aquela fotografia que está colada no álbum antigo de 15 anos atrás, ou o registro digital espalhado pelos computadores da casa. O registro de um passado distante ou de um momento recente, que nos faz enxergar o que não conseguimos ver no instante vivido… Mas, se as fotos nos servem como “amigas fiéis” para alento nos momentos de carência e nostalgia, há de se cuidar para que elas nao se tornem as “amigas traiçoeiras” do momento presente. Com o propósito de “congelar” o inesquecível momento, algumas pessoas terminam por congelar lacunas em branco com o seu rosto estampado. Isso porque a ânsia de tirar o máximo de fotos possíveis é tão grande, que a vivência deste maravilhoso momento torna-se muito pouco “experimentada”. É assim, como aquele prato de risoto de pato confeitado com peras carameladas do restaurante em Milão, que de tão irresitivelmente delicioso, vira modelo fotográfico para entrar na “história das experiências gastronômicas da vida”… Mas, na verdade, histórias gastronômicas da imaginação, porque, na prática, na hora de comer, o arroz já estava frio, o pato seco e as peras grudadas com o caramelo duro… (detalhe: tirar foto do prato é muiiiiito brega!) Então, tira umas duas fotos e vai curtir a festa!!! Essa música não vai repetir… Fui!
- Facefútil
É incrível como algumas coisas incrivelmente banais se tornam tão essenciais para a nossa rotina ficar “colorida”. É assim quando utilizamos a ferramenta do Facebook para nos relacionarmos. Muito mais do que uma ferramenta de relacionamento, credito no Face uma funcionalidade primordial que é a “Terapia On-line”. As pessoas descarregam suas emoções ali, nesse “cyber-espacinho” que é todo delas, igualzinho a uma sala de consultório de um pscicanalista, só que com uma platéia oculta. Dramas cotidianos como a frustação pessoal de ter sido traído são traduzidos em formas codificadas e, ao mesmo tempo, escancaradamente reveladas pelos habituais amigos que já entenderam o final do filme logo no início. Também existem as auto-afirmações, com mensagens do que é politicamente certo de que se goste, ou, ao menos do que nós gostaríamos que nos fosse associado… A amizade nunca foi tão fácil de se conduzir e os antigos desafetos até se esquecem do motivo da briga… O mais curioso, eu diria, é que o Facebook tem um lado “Facefútil” que atrai 98% dos usuários da rede (98 porque os outros 2% provavelmente estão viajando de férias e se desconectaram provisoriamente da rede!). O “Facefútil” atrai os olhares famintos por diversão, e atua como um entorpecente alucinógeno que mantêm a nossa realidade “Matrix”, enquanto vemos um Mundo de verdade cair aos pedaços em forma de assassinatos, enchentes, degradação do meio ambiente, do ser humano, da vida. A realidade nua e crua já recebemos em todos os meios disponíveis e, mesmo que tentemos fugir, a notícia catástrofe sempre nos pega ali na esquina, de alguma forma. O único dispositivo saudável para a nossa, já tão bombardeada mente e refúgio da miséria do nosso “Mundo Real”, se torna mesmo a rede… O Facebook é assim, um “Mundo de Alice” onde é possível experimentar a sensação de viver intensamente as mensagens otimistas dos antigos livrinhos de bolso, gritar com letras garrafais a loucura que é amar sem sentir-se envergonhado, onde é possível demonstrar felicidade sem se importar com o efeito devastador que a inveja dos “amigos não-verdadeiros” vai ter na sua vida (afinal você não vê quem está recebendo a informação e até se esquece de quem colocou na sua rede de contatos!), e é também um lugar onde podemos ser exatamente o que todos esperam de nós: uma pessoa gentil, doce e ainda por cima, sociável. Mas o melhor mesmo, é que podemos nos deliciar com a incrível capacidade do ser humano de encher o “espaço virtual compartilhado” de fatos cotidianos irresistivelmente… Fúteis! Viva o “Facefútil”!
- Cidade Maravilhosa
Desde a “Re-colonização” do Rio com as performáticas expulsões dos saltimbancos marginais, a Cidade Maravilhosa vive o seu momento de esplendor. É “cool” ser portador da doença TOCC: “Transtorno Obsessivo Compulsivo Carioca”, é “cool “amar a praia sobre todas as coisas” e mais “cool” ainda é ser aficionado pela vida saudável. Tudo isso é lindo mesmo, é emocionante, é legítimo. Sem querer me contrapor ao adjetivo elogioso, ousaria eu, atrevida e louca, dizer que é maravilhosa, mas não a cidade toda, e sim a orla inteira da praia e maravilhosos alguns poucos bairros da Zona Sul e Oeste. É deslumbrante a visão das montanhas cheias de verde (e de barracos coloridinhos) nos morros que terminam no mar, assim como a riqueza de árvores centenárias ou mesmo de poucos anos que crescem e florescem cheias de vigor no nosso clima extraordináriamente perfeito para a proliferação da espécie vegetal. A natureza é perfeita, o que a destrói é a mão do homem. Se Deus tem um xodó especial com essa parte específica do Seu quintal, Ele deve estar bem furioso com o estrago que nós, ou aqueles do governo, fizemos ou fizeram com o seu Badulaque Tropical. Não tem jeito, a natureza é sábia, mas também responde aos estímulos externos. Se uma mulher com características genéticas super favoráveis começar a tomar coca-cola todo dia, não fizer nenhum exercício para manter seu “corpicho bacana” e fumar maconha dia e noite, o resultado final do seu “carro alegórico” vai ser mesmo desastroso… Assim como o resultado que encontramos na “Cidade Maravilhosa”: “celulites” em forma de lixo espalhadas por toda parte do Rio (que não sejam a orla e os bairros elegantes), “bundas caídas” em forma de edificações velhas e sem reformas estruturais e estéticas – Alguém já reparou nos prédios do Elevado da Perimetral???, e por fim, “neurônios” confusos e em pânico representados por um trânsito caótico e aflitivo… É a essa “desordem estética e desfuncional” a que me refiro quando digo que a Cidade nao pode ser considerada “Maravilhosa” se a observamos em um contexto global que inclui saneamento, paisagismo, limpeza, segurança e outros tantos fatores. É bonita? Sim, é linda se a observamos de frente, com um vestido negro com uma fenda enorme na perna, by Angelina. Mas se vira de costas e está desnuda… Aí o que se vê é um corpo cheio de celulites e hematomas, com uma bunda flácida e várias tatuagens decadentes… Com o perdão da palavra, vou mudar o nome da minha “Cidade Maravilhosa” para: “O&AB Maravilhosos”… E saio correndo, antes que eu seja linchada!!! Fui! Legenda: O&AB: “Orla & Alguns Bairros” Maravilhosos…
- Freud Explica
Freud explica. Explica tudo. Ou quase tudo… Por que esse apego ao passado? Por que não simplesmente seguimos em frente e guardamos com carinho os bons momentos dos nossos “ex”??? Porque somos inquietantemente frágeis quando o assunto é a alma humana. Somos pequenos e medrosos. Somos todos reféns do nosso passado. Coisas que aconteceram são relevantes. Coisas que não aconteceram viram lendas. Lendas vivas dentro do rol de lembranças que nunca existirão tão perfeitas do lado de fora quanto dentro da nossa imaginaçao. O passado logo se transforma em futuro, através da esperança de ser, de novo, o que nunca foi antes. Se aquele EX não vingou em um EXemplar marido, pode se transformar em um EXtremo oposto do que você tem atualmente, no EXato momento em que tudo poderia ser EXcepcional, se fosse na vida real… Mas por que estar tão conectado ao passado? Freud de novo EXplica: Porque o presente ainda não se transformou em EX, sem tempo para decantar e madurar velhas lembranças e novas idealizações…


















