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- Fé em mim
De todos os caminhos que percorri, de todos os pontos que conquistei, de toda a vida que vi renascer nas margens do meu sofrimento, foi ali, nos braços dela que encontrei a razão de toda a minha busca. Ela, a minha paz interior, só me estendeu suas mãos em poucos momentos de plenitude, quando eu pensava ter conquistado, finalmente, a minha verdadeira vocação. Mas ela foi embora todas as vezes em que eu pensava ser onipotente e superior aos defeitos que me acompanharam por toda uma jornada. E todas as vezes em que duvidava de mim, da minha capacidade de me superar, de enfrentar os obstáculos que encontrava pela frente, era uma outra versão de mim que me saudava pelo caminho, aquela que nunca me abandonava, mas que pedia resiliência e paciência, sempre que o desespero aparecia, carregando a angústia e a descrença. Essa versão era aquela que eu chamava de “fé”, a minha fé que sempre me segurou, todas as vezes em que eu tentava olhar para o abismo do precipício mais servil e fácil. Caminhei por tanto tempo, por tantas estradas e, quando parei, vislumbrei um alguém pleno de perdão e repleto de histórias incríveis, com respingos de ensinamentos e arquivos lotados de aprendizados, sempre em consonância com o que eu buscava, mesmo quando não sabia exatamente o que era… Estava ali, bem ao meu lado, me mostrando o quanto eu pude mais quando contei com ela. Fui! (me conectar…)
- Fé
“A fé remove montanhas” e, de fato, remove há mais de 2 mil anos. A utilização desta força manipuladora pode formar impérios, destruir gerações inteiras, arrastar multidões e fazer fortunas. Um claro exemplo foi o caso da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtianide, 43 anos, que foi condenada a morte por tentativa de assassinato do marido e adultério. Um detalhe: o juiz decidiu que a morte vai acontecer por apedrejamento. Segundo Sakineh o homem que matou seu marido foi identificado e preso, mas não foi condenado à morte porque o filho de Sakineh o perdoou: “A resposta é muito simples. É porque sou uma mulher e acham que podem fazer o que querem com as mulheres neste país. Para eles, o adultério é pior que o assassinato, mas não todos os adultérios: um homem adúltero pode acabar na prisão, mas para as adúlteras significa o fim do mundo”. – relata a acusada. Este crime que vai acontecer está totalmente atrelado ao contexto político do país em questão. Esse contexto político por sua vez está também intimamente ligado à cultura dessa sociedade, uma cultura religiosa ao extremo, que trabalha na fé das pessoas de que adultério é tão grave ou até mais grave que o próprio assassinato. Isso está impresso na fé de uma religião. Que dita normas e regras de condutas, segundo os mandamentos sagrados de Alá, Buda ou Moiséis. Não sei bem de qual enviado, mas em algum momento alguém ou alguma entidade escreveu que isso era um pecado terrível e em pleno ano 2012 vai acontecer (mais) uma morte embasada em uma premissa de vários aspectos, mas predominantemente… religiosa. A fé, resumida em religião, disciplina e catequiza a mente de muita gente. Trabalha com o que há de mais eficaz para controlar a mente humana: o medo. O medo do desconhecido, do abstrato, do oculto. A fé é boa, é saudável, é necessária. É o que nos faz acordar todo dia e seguir adiante. Ter fé na vida. Ter fé nas pessoas. Ter fé em nós mesmos. O que me perturba é a religião como instituição. É a inibição e a arrogância. É o conceito do que está certo e do que está errado. É a manipulaçao psicológica que nos transforma a todos em “John Malkovich” enfileirados em uma fila de pão… Melhor rezar logo esse Pai Nosso para que eu possa dormir tranquila. Afinal, essas palavras podem ser apenas palavras… mas eu tenho fé nelas. Fui! Obs* crônica antiga, datada de 13/01/2012, aposentada no site.
- O Que Aprendi…
Pelas minhas andanças por essa vida tão cheia de percalços e desafios, encontrei razão nas palavras dos velhos sábios, que carregavam o estigma de senhores dos bons modos e moderadores da boa convivência, mas que no final, eram apenas velhos mortais que tentavam ensinar o que nós não queríamos aprender… Entendi que, por mais que eu goste de alguns, jamais serei digna do seu colo ou do seu alento, pois sou menor que sua ganância em se destacar ou em delimitar os seus espaços nos patamares mais altos. Entendi também que sou elegante demais para frequentar os mesmos bares que aqueles outros, que insistem em embriagar de vulgaridade o seu ganha-pão de todo dia. Aprendi a ser mais generosa com todos que me rodeiam, mesmo sendo algum deles menos amáveis do que eu mereceria ou menos solidários, ou ainda, menos recíprocos… aprendi a não discutir por nada mas, ao mesmo tempo, entendi que, às vezes é necessário retrucar alguma dose de malcriação, seja para se impor, seja para expurgar os demônios que correm revoltados em minha mente com tamanha ignorância alheia… Entendi que os trilhos são mais lisos que meu salto fino aguentaria, mas que a graça reina justamente aí: em fazer-me equilibrar nas barras escorregadias desta sociedade melancólica que insiste em rir de si mesma, em descompasso com os que tentam permanecer em pé, eretos e firmes em seus propósitos. Aprendi a amar sem culpa os que me cativaram pelo caminho e entendi que não importa o quanto eu tente, jamais vou conseguir ser indiferente aos meus amores do passado, aqueles que me ensinaram a caminhar e a mentir para sobreviver, antes mesmo que eu percebesse que estava sendo eu a enganada, durante todo o caminho. Mas eles permanecem ali, como feridas expostas e cicatrizes mal curadas, até o dia em que eu deixar que sequem; até o dia em que eu deixar que se vão… E os novos? Estes me dizem todos os dias que eu devo continuar a caminhar por estes trilhos escorregadios, cambaleando e rezando, com todo o medo que se acumulou no meu peito durante o percurso, depois de ver tudo o que vi e de viver todas as dores que vivi; são eles, meus novos que me pedem um pouquinho mais de mim, em doses de clemência e abnegação, e em forma de conselheira velha, daquelas que primam pelo bem estar dos que chegam recentes ao picadeiro da vida, saltitantes de alegria, esfuziantes de vontade e ignorantes das verdades que encontrarão pela frente, nesta estrada chamada “aprendizado”… Fui! (Equilibrar-me nos trilhos desta vida incrível e ao mesmo tempo perigosa…)
- O Que Eu Aprendi Durante o Caminho…
Durante a estrada de terra batida, aprendi a desviar dos obstáculos que insistiam em invadir meu espaço sagrado, dominei o mal que havia dentro de mim e ignorei os avisos para manter-me segura, pois sabia que durante todo esse tempo eu estava protegida por esse algo maior que não vejo, mas que determina quando o caminho começa e quando finda. Durante o percurso senti sede de ser amada e fome de ser cortejada; envolvi-me em vários conflitos que poderia ter evitado e não resisti à vaidade de ser jogada aos lobos e dançar nua diante do precipício da minha moralidade mais vil… tentei vestir as roupas apropriadas para os eventos que eles me convidavam, mas esperava o momento de poder ir embora, para isolar-me dentro do meu eu em busca de um pouco de conforto e paz. Queria entreter-me com o som agudo da minha própria voz sem precisar explicar para onde estava indo e o que me fazia mais feliz. Era eu, em uma versão mais produtiva, que se encontrava à noite com o prazer do meu próprio corpo flamejante de prazer, em todas as vezes em que recorria à memória daqueles que me obrigavam a ser mais que minhas próprias ambições e menos que meus sonhos. E, por vezes, esquecia do meu verdadeiro propósito em busca de um algo a mais, cheio de novidades encantadoras e igualmente decepcionantes depois de consumidas. Voltei anos depois ao ponto de encontro que havia marcado com um eu mais antigo e descobri várias partes do meu projeto de vida espalhadas nos rastros do rumo que tomei. Decidi recolhê-las para entregar a um outro alguém, um que tenha mais a ganhar com suas promessas, e vislumbrei um pouco mais de mim, nas sombras dos meus eus escondidas em vários outros que caminhavam ao meu lado durante todo esse tempo… Fui! (Continuar…)
- O Preconceito do Brasileiro
Já dizia a vovó: “só quem sabe a dor do calo é quem calça o sapato”… e ela, mais uma vez, estava certa. Só sabemos a dor de sofrer preconceito, seja ele qual for, quando somos nós, ou os nossos, as vítimas desta injúria. Sabemos que ofende, mas somente quando sentimos queimar em nós as palavras que são direcionadas para o nosso corpo, é que nos damos conta do quanto esse mundo é cruel e de quanto ainda temos que caminhar para chegar a algum lugar digno para nos receber. E a hipocrisia maior é ouvir de brasileiros, histórias contra negros, gays e deficientes. Isso porque eles, os “brasileiros” são um povo miscigenado, feito à imagem e semelhança de vários, com histórias de macumba escondidas dentro das saias rodadas das damas da sociedade católica, que vislumbravam o título de burguesa, mas que dentro de quatro paredes sempre foram terríveis devassas que se embebedavam do cálice branco dos seus infiéis maridos para continuar usufruindo do título, mas sabiam elas que as criadas negras tinham mais ginga e mais bossa que seus duros “quadris de parideiras”… São os brasileiros o povo de genética duvidosa, que se procriou a partir dos mártires e criminosos que fugiram do velho continente para saudar a vida de esbórnia providencial nesta terra cercada por lindos índios saudáveis que não falavam seu idioma estranho e com acento carregado. Foram eles, os brasileiros, que descobriram o samba, em rodas de vivência, sempre à margem dessa sociedade tosca e mesquinha, que entoava os hinos que os generais brancos do lado de cima do oceano gostavam. E esses moços brancos entraram aqui, nessas terras tropicais, com artefatos de plástico, cujas imagens dos personagens nada tinham a ver com os brasileiros, que insistiam em gostar daquela que tinha o corpo esguio e os olhos claros, mas que evidenciava a nítida falta de melanina brasileira em sua desbotada pele alva. São eles, os “brasileiros”, que se esqueceram que aqui nessa terra ser gay não é algo raro, visto que todos eles, e todos nós, nos formamos na mesma escola: a que pregava que o sexo é sujo, não importa realmente com quem ou com quantos você está fazendo. Então é hipócrita ser preconceituoso se em algum momento da sua vida você foi assediado, molestado, desvirginado ou até mesmo estuprado; é hipocrisia julgar o gozo dos outros quando você mesmo não tem competência para falar abertamente sobre o que te emociona em uma cama, com um homem, com uma mulher ou mesmo sozinho. Isto porque, muitas vezes, alguns brasileiros nunca souberam o que é um orgasmo de verdade… E para finalizar a minha fala, em meio a tanto preconceito: os brasileiros, todos eles, sofrem preconceitos desde o dia em que nasceram, só pelo fato de serem brasileiros. É um povo latino, com estirpe e sobrenome latinos, com cara, corpo e genética de latinos, embora alguns ostentem altura e cores dignas dos outros povos, em algum lugar lá dentro tem sangue de brasileiro correndo nas veias deles, nas nossas, e nas de todos que habitam essa vida dentro desta grande nação verde e amarela, que poderia ser linda se não fosse manchada pelo preconceito que assola a todos: os que sofrem e os que fazem sofrer. Porque só o fato de serem “brasileiros” já os coloca na mesma posição de desvantagem perante o resto do mundo mais rico e dito “mais culto”: a posição de ser inferior segundo a ótica de uns que pensam ser melhores que outros… Fui! (tentar sobreviver nesta selva de ignorantes preconceituosos… ) Obs: Eu tenho muito orgulho de ser brasileira e mais orgulho ainda de ser livre dos preconceitos cotidianos que assolam esta nação. Cris Coelho
- O Que Eu Quero
Se você me perguntar o que eu quero neste momento, te responderei apenas com meu corpo. Quero beijar a superfície carnuda e macia dos seus lábios generosos; quero abraçar seu corpo inteiro, com a fartura das suas dobras e peles, com a maciez das partes molhadas e a aspereza das partes mais acessíveis. Quero encontrar as dobras que se escondem dos olhares curiosos de todos que convivem com o seu carisma, e quero salpicar um pouco da minha saliva para marcar esses espaços com o meu gosto mais peculiar, aquele que tem um cheiro doce e um paladar amargo… Quero vasculhar seus sentidos até encontrar aquele ponto que faz você se contorcer com pequenos espasmos musculares e que faz seus olhos flutuarem sozinhos nas órbitas que geralmente estão cheias de imagens do cotidiano, mas que nesse momento estará plena de mim, enorme e envolvente. Quero entrar dentro do seu corpo com uma pequena dose de brutalidade, que vai fazer você gemer de prazer na mesma intensidade em que você vai se entregar para mim, em movimentos possíveis e reais, em um ritmo constante e vulgar. Quero te deixar desconcertado, cheio de vontade de mim, com uma temperatura mais quente no centro do seu corpo e com as suas extremidades mais frias, com lampejos de tesão, com gotas de prazer e com lágrimas de alegria… É isso que eu quero. Fui! (buscar…)
- “Pensei que Podia…”
Quando era criança pensava que podia fazer o que quisesse; pensava que ia dominar o mundo, sem saber que “Ele” me engoliria em questão de segundos… pensava que podia, que seria eu contra todos os maus, aqueles que me acusavam e me irritavam. Pensava que eu era inteira luz, cercada de anjos bons que só me aconselhavam a seguir pelo melhor caminho possível. Não sabia que eu também era escuridão e que os caminhos errados que tomaria seriam guiados pela minha própria voz interior, uma voz poderosa que dizia sempre que a melhor alternativa era a mais distante, a mais cara e a que se vestia melhor… Pensava que podia encontrar razão nas notas desafinadas da melodia que eu mesma havia composto, mesmo sem ter certeza de como orquestrar essa sinfonia cheia de agudos e graves que é a vida da gente, com altos e baixos, com encontros e despedidas… Fui eu quem escolheu as cores cinzas do cotidiano que envolve meus sonhos não realizados e minhas frustrações adormecidas, mas fui eu também quem resolveu perdoar o maestro e quem pediu licença ao tempo para desenhar outra história, uma mais cheia de cores e mais possível de se viver nesse mundo, que não é meu, mas que é onde ainda habita essa criança que um dia pensou que podia… Fui! (Pensar que eu posso…)
- Não Importa…
Não importa realmente se você foi embora… continuo agradecendo a você, todos os segundos em que me senti admirada com a verdade dos seus olhos. Agradeço os instantes em que você tocou o meu corpo e os segundos de felicidade que conjugamos ao rir das nossas piadas inventadas. Não importa se você resolveu ir embora da minha vida; você foi, mas eu fiquei com tanto de você… fiquei com o seu tom de voz nasalado ecoando suave na minha mente barulhenta, com a sua mania de pontualidade que me irritava, mas que me mantinha nos trilhos. Fiquei também com a sua forma um pouco louca de olhar o mundo, aquela que me instigava a fugir do controle que eu mantinha sobre os patamares firmes da minha vida. Realmente não importa mais se a sua vida se enraizou em outro local que não é a minha cama, não importa se você hoje admira um outro alguém e ama uma pessoa com outro colorido, mais vivo e mais natural que o tom pesado que cobre os meus cabelos brancos; não importa… eu sei que nós dois fomos feitos exatamente para nós dois, e, ainda que você não enxergue isso, é essa verdade que consola o vazio que você deixou do lado esquerdo do meu corpo; é essa verdade que esquenta o frio da minha alma, todas as vezes em que me levanto com o pensamento de tudo que vivemos e de tudo o que eu havia desenhado para viver ao seu lado; e é essa verdade que consola minha vida desregrada, com todas as nuances mais caretas, aquelas que ainda encontraram seu sorriso depois de uma noite sem dormir… E no dia seguinte, eu percebo que o que eu consegui guardar de você é tanto, mas tanto, que me enche de felicidade pensar nesses momentos, que foram poucos, mas que eu consegui transformar em uma eternidade ao seu lado. Esses momentos renderam uma vida inteira sentindo seu perfume, amando seu sorriso e desejando boa noite apenas com o toque que você me ensinou… Fui! (amar você da forma que eu sei…)
- Aquela foto que dispensa legenda
Foto: Gabriel BOUYS / AFP As Olimpíadas de Paris ainda não terminaram, mas para mim, já foi definida a foto da competição. Mesmo com tantas imagens belíssimas, tantas expressões de superação, a imagem de Rebeca Andrade no pódio, sendo reverenciada pelas atletas americanas Simone Biles e Jordan Chiles, é, sem dúvida, a mais simbólica. Contudo, a cena que se segue é ainda mais bela e poderosa, quando as atletas seguram as mãos umas das outras. Isso transcende a competição e nos ensina lições valiosas. Em um ambiente de competição e alto rendimento, onde a rivalidade é muitas vezes exacerbada, essas atletas mostraram que a verdadeira vitória vai além das medalhas. Ao segurar as mãos de suas concorrentes, elas enviaram uma mensagem potente ao mundo inteiro: a celebração das conquistas alheias não diminui as nossas, pelo contrário, enriquece o espírito esportivo e humano. Como não tirar lições para o mundo corporativo? Você já deve ter ouvido falar da cultura de rivalidade e competição excessiva entre as mulheres no ambiente corporativo, e que, diferentemente da visão que se tem da parceria entre os homens, prevalece a noção de que as mulheres precisam lutar não apenas contra seus desafios profissionais, mas também contra as outras para conquistar o espaço limitado que lhes é oferecido (percepção gerada em função da existência de mais homens que mulheres em cargos de liderança). Este fenômeno, que já foi batizado como “síndrome da abelha rainha”, sugere que algumas mulheres, ao alcançarem posições de poder, podem sentir-se ameaçadas por outras mulheres e, em vez de apoiá-las, podem dificultar seu progresso, muitas vezes inconscientemente. Pode-se observar indícios desse comportamento na forma como as mulheres se avaliam. Diversos levantamentos mostram que, em geral, elas são mais críticas em relação a outras mulheres que aos homens. Existe uma alta expectativa em relação à atuação mais empática das mulheres líderes, por exemplo, enquanto homens, se tiverem apenas um momento de empatia, já são vistos como “líderes mais humanos”. A régua de avaliação das próprias mulheres varia para homens e mulheres, por mais que nos recusemos a ver. O exemplo das atletas olímpicas é emblemático porque nos mostra que, tanto no esporte quanto no ambiente corporativo, a verdadeira grandeza não está apenas em superar os concorrentes, mas em elevar umas às outras. No fim das contas, esse olhar mais crítico entre as mulheres só aumenta as oportunidades para os homens, principalmente em ambientes tradicionalmente masculinos. O que poderia se traduzir em parcerias de sucesso entre mulheres acaba por drenar a energia com a disputa constante e a falta de acolhimento, reduzindo as oportunidades para que mais mulheres cheguem à liderança. Esta é uma triste realidade. O exemplo das atletas olímpicas é emblemático porque nos mostra que, tanto no esporte quanto no ambiente corporativo, a verdadeira grandeza não está apenas em superar os concorrentes, mas em elevar umas às outras. O gesto simples de unir as mãos no pódio simboliza o apoio mútuo e o reconhecimento das jornadas difíceis que cada uma enfrentou para estar ali. É um lembrete de que, apesar das diferenças e das competições, a solidariedade e o respeito devem prevalecer. Ao promover a sororidade e o apoio mútuo, as mulheres podem transformar a dinâmica competitiva em uma força poderosa para o bem coletivo, promovendo um futuro mais equitativo e inclusivo para todos. Seja no esporte ou no ambiente corporativo, o verdadeiro sucesso é alcançado não apenas através de conquistas individuais, mas também pelo apoio mútuo e pela valorização do bem-estar integral, que também envolve se sentir acolhido. As barreiras que historicamente têm dificultado o avanço das mulheres podem ser derrubadas mais rapidamente se houver um esforço conjunto para superar os obstáculos sistêmicos. Ao promover a sororidade e o apoio mútuo, as mulheres podem transformar a dinâmica competitiva em uma força poderosa para o bem coletivo, promovendo um futuro mais equitativo e inclusivo para todos. E isto tende a reverberar e servir de exemplo para futuras gerações de mulheres líderes, pois ao verem mulheres em posições de poder apoiando umas às outras, as jovens profissionais são inspiradas a adotar os mesmos valores e práticas, perpetuando um ciclo positivo de colaboração e crescimento mútuo. Em um mundo frequentemente dividido, o exemplo dessas atletas nos incita a buscar mais compreensão, apoio e celebração das vitórias alheias, seja em nossas carreiras, em nossos círculos sociais ou em qualquer outra esfera da vida. Érica Saião para a coluna Mulher & Carreira Encontre-a no Instagram: @ erica.sa iao e no LinkedIn: @ericasaiao.
- Não Perca o Controle!
Não perca o controle! Seja lá onde ele se esconda, seja lá o que você pense estar fazendo em meio às suas ideias um pouco loucas ou um tanto desconexas da realidade. O fato é: vivemos neste mundo cheio de ilusões e amores passageiros, o que é moda hoje nunca será referência na próxima estação e sim, você, impreterivelmente, vai envelhecer… Então, se eu puder te dar um conselho, apenas um em um momento de tantas dicas de pessoas famosas que na realidade não têm nada a ver com a sua alma inquieta e careta, este conselho seria: “faça o que quiser, só não perca o controle”. Ame quem seu corpo desejar, vista as roupas que sua alma pede e coma o que sua mente programou para você querer, mas nunca, jamais, perca o controle das sua emoções. Porque a razão que nos orienta nos deixa secos e acinzentados, mas a emoção que sentimos, reais ou fabricadas, são as piores conselheiras na hora de voltar para a rotina entediante e ao mesmo tempo segura da nossa vida aparentemente sem graça… Viva com plenitude tudo o que você quiser, mas nunca se esqueça de que é você quem deve estar no controle desta plenitude. Porque tudo passa, tudo acaba… então viva o hoje e o amanhã em compassos certeiros de alegria e estabilidade emocional; conviva bem com o seu passado também e, ao invés de se lamentar pelos fatos que você já não pode mudar, transforme-os em pontos de fortaleza para que você não volte a cometê-los. E lembre-se: nunca, jamais, perca o controle. É esse controle que vai fazer você voltar do abismo que te seduz, todas as vezes em que você vai passear por lá, no meio da noite ou mesmo no meio de uma tarde um tanto sem graça, em uma terça-feira cheia de saudades, lamentos e frustrações… mantenha-se firme neste controle providencial, que não é absoluto nem intransponível, mas que te mantém forte até o dia seguinte ou até o próximo capítulo de um livro denso e contagiante. Fui! (aprender a me controlar…)
- O Que Eu Posso Te Dizer?
O que eu poderia te dizer, se já não estivesse por aqui? Como encontraria as palavras certas para te contar o que eu realmente sinto por você? Acho que seria muita prepotência resumir uma imensidão de sentimentos bons em uma pequena carta… mas, ainda assim, eu tentaria, em mais um dos milhões de gestos que fiz em nome do que você precisava escutar. Acho que começaria dizendo que muito do que eu exigi de você foi “em vão”; isso porque você sempre soube que era capaz de entregar muito mais do que entregava e, toda a sua preguiça era apenas mais uma das gracinhas que você fazia para tentar descobrir até onde ia a minha paciência. Mal sabia você que a minha paciência sempre foi muito maior que a sua preguiça em estudar… Tudo o que eu disse e fiz foi para o seu bem, ao menos eu acreditava nisso… é certo que nem tudo foi “exatamente” para o seu bem, mas sim para a minha própria satisfação. Sim, eu não resistia ao benefício de saber que você estaria seguro e agasalhado, mesmo que isso te custasse algumas diversões e experiências a menos… E também gostaria de dizer que, na verdade, as comidas que eu exigia que você consumisse, as atividades que te forcei a fazer, aquela bagunça de sempre que eu te punia quando o obrigava a arrumar, tudo isso foi necessário para o seu crescimento, mas, foram ainda mais importantes para a minha consciência, para que eu conseguisse dormir tranquila com a sensação de que o meu dever estava sendo feito. Eu sei, essa era uma batalha que eu travava comigo mesma, era a minha cobrança como mãe. Eu tinha resolvido que seria a melhor mãe que você poderia ter e, mesmo sem ter aprendido este ofício, eu busquei criar uma metodologia própria, uma que fosse bem padrão e ao mesmo tempo, totalmente personalizada para as suas necessidades. Sei que não cumpri todas as minhas metas ou que não fui a mãe perfeita que eu idealizei… tenho todas as estatísticas no fundo da minha vasta memória, de todas as broncas despropositadas que te dei, de todos os gritos desmedidos e de todos os “nãos” desmerecidos que te entreguei. Tenho tudo armazenado aqui no meu dolorido e, ao mesmo tempo, maravilhoso “HD”. E sim, lembro-me bem daquela tirolesa que não te deixei ir, daquela que era tão alta que me dava calafrios só de olhar… não permiti que você fosse naquele dia porque eu tive medo e não deixei que você enfrentasse o seu medo como eu (talvez) o enfrentaria se tivesse a sua idade na época. Sim, o medo era nosso e, ao invés de te estimular a vencê-lo, naquele momento eu te encolhi dentro do abraço quente da minha proteção entediante e claustrofóbica. Assim como quando falei tão mal daquela menina ruiva, daquela que tinha mais personalidade que eu, que ia te fazer sofrer cada vez que você se abrisse e mostrasse esse seu coração bom e generoso… eu sei que ela ia te fazer mal, sim ela ia, mas não fez porque eu a ajudei a ir embora da sua vida. E no final, você não teve a oportunidade de se tornar aquele homem cheio de experiências ruins, que te fariam olhar melhor para a mulher certa, quando ela aparecesse… Ah, meu filho! Se eu fosse escrever esta carta eu te diria tanta coisa… te diria que, a cada dia que passa, sinto mais orgulho da pessoa que você se tornou, e que a medida em que você replica meus atos, você dignifica o meu amor por você, que sempre foi gigante, independente de tantos erros que eu posso ter cometido… diria também que todas as suas atitudes diferentes das minhas do passado, repudiam uma parte de mim que não era tão boa, ou tão adequada para você, e isso me faz igualmente feliz. Saber que você é esse ser pleno de tudo o que há de melhor no mundo, com pitadas de responsabilidade, amor intenso na cor ruiva ou com todas as cores, um pouco de loucura por aventuras em tirolesas e alguns fragmentos de mim, é tudo o que eu preciso para entender que minha vida valeu (muito) à pena! Então, de novo, se eu fosse te dizer algo, seria: obrigada por todo o amor que você me deu, por tudo que você me ensinou e por ter me tornado a pessoa que hoje escreve essa carta, com o coração cheio de amor e a mente cheia de recordações maravilhosas. Fui! (Admirar a maravilha que é a sua vida…)
- Ela Pode Tudo…
Ela pode tudo, só não sabe ainda. Ela pode andar pelos becos mais escuros e frios, e ainda assim encontrar a solução para os seus inúmeros problemas; pode experimentar os venenos mais cruéis e perigosos, que seu corpo se encarregará de eliminá-los somente com a vontade que ela tem de viver. Ela pode se lembrar dos desastres que superou ou pensar nos perigos iminentes que a cercam, que ainda estará segura dentro da sua esfera protetora chamada fé. Ela pode tudo que quiser, só não percebeu ainda até onde suas mãos alcançam e a que distância seus pés conseguem chegar. Ela pode tudo, só não entendeu direito o que é mesmo esse “tudo”, que parece tão grande, mas que se esconde dentro dos arbustos da sua vaidade louca, aquela que insiste em desmerecer seu sorriso sincero, cada vez que encontra uma ruga no canto direito do seu rosto bonito. Ela pode tudo, até virar poesia no meio de uma cidade cinza, cheia de pessoas egoístas e sentimentos diversos; cheia de amor escondido dentro de corpos enclausurados de medo… ela pode ver através do olhar dos seus amores, mas se esquece de contemplar a beleza que é a vida vista de outro ângulo, porque geralmente está ocupada com o horário ou com o novo modismo da estação. Ela pode tudo, só não consegue decifrar a importância de poder tanto, em meio ao caos da sua pacata vida, em meio aos dramas que acometem os mártires das suas vinganças cotidianas e da sua saliva pesada, que deságua contratempos e discórdias em momentos de alegria genuína. Ela pode tudo, mas não pode saber disso. Ela poderia tornar-se absoluta demais e se esquecer da sua verdadeira essência, aquela que planeja algo mais simples e bem menos importante que a soberba que a acompanha. Ela pode tudo, mas não sabe disso. Ainda bem… Fui! (Silenciar o que sei e agradecer pela sua ignorância…)


















