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A professora de história da minha filha



No dia em que celebramos a ressurreição de Cristo, paro para refletir sobre os acontecimentos das últimas semanas, no colégio em que meus filhos estudam: a professora de história, em uma aula de “história” teria trazido à tona a  verdade sobre a suposta “reencarnação” do menino Jesus. Sem comentar sobre o papel de uma educadora no exercício da sua real função, que é da de levar conhecimento, fomentando a conclusão dos fatos pelos próprios alunos – algo óbvio no rito de passagem de informações da esfera do saber – o fato causou severa comoção entre os pais praticantes da religião católica que, foram agredidos em suas crenças mais profundas sobre a verdade que lhes foi dita por quem muito confiavam e que agora, viam seus filhos questionarem, perplexos, sobre a suposta ressurreição do Deus de toda uma nação de crentes.


Confesso não ser praticante de religião alguma, mas ao mesmo tempo, sinto-me próxima de todas, uma vez que conjugo minha fé em um misto de milhões de proporções igualmente devotas, em especial nas vezes em que meu corpo é posto à prova no derradeiro precipício das minhas emoções mais cruas e desnudas. Opto por seguir o caminho mais natural em que todos os seres humanos tornam-se um pouco menos humanos e fomentam a maravilha que é ser um pouco mais divinos; creio na salvação da minha alma e espero ver Jesus no final da minha estrada, com os braços abertos e um sorriso de contemplação de todos os atos bons que fiz em vida.


O fato é: sou feliz por crer e peço que ninguém, absolutamente ninguém, questione a fé que tenho nos segredos milagrosos que se tornaram a verdade mais profunda do meu subconsciente, aquela que me faz seguir por estradas cheias de pedras, sem sentir dor alguma. Sou mais feliz por crer em algo do que por provar a mim mesma que tudo que vivi pode ter sido alguma farsa derivada de uma doutrinação de séculos. De certo, não sou historiadora nem cientista e não pretendo investigar neste plano os grandes segredos da matéria, até porque, até onde consigo entender, só nos deixarão saber o que estiver nos planos de Deus que saibamos.


Então, voltando para a professora de história da minha filha, dirijo-me até ela com um singelo conselho, neste dia especial em que o mundo celebra a ressurreição de Jesus: “Não tenha medo de acreditar. Ele ressuscita sempre depois da sua morte, provando que existe salvação para todos nós. Em uma vida eterna.”


E como não não costumo dizer “amém”, digo um “Salve!” para Ele, para a mensagem, e também para ela e todos os que não crêem, afinal, somos todos livres e “libertos”.




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