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A síndrome do ninho


O tempo parece passar cada vez mais rápido. Como disse uma amiga querida, ele não está mais linear.  


O tempo agora parece um sobe e desce, como se a linha do tempo fosse um gráfico de um eletrocardiograma em plena atividade.  

Outro dia estava levando meus filhos à escola, fazendo a lancheira, dando banho!  

Hoje eles vão a pé para a escola, (sozinhos!), fazem a sua própria comida, dão banho no cachorro, tem seus programas, suas baladas, suas viagens com os amigos! Meus filhos cresceram.  


Cada um já tem a sua vidinha!  

Estão soltos no mundo! Prontos para voar! E o mais gostoso disso tudo, é que eles voam e voltam! Voam e voltam! Querem sempre estar comigo e eu com eles. Eu tenho o privilégio de ter 3 filhos, adolescentes e semiadolescentes, que não me dão trabalho (pelo menos até agora, rsrs, oremos), mas não dão! São muito legais! Gente boa mesmo, sabe? Somos uma família parceira! Não tem aquela coisa de eca de beijo de mãe, ou “me deixa aqui para ninguém te ver!” Amo muito tudo isso! Não somos a família Doriana, somos a família McDonalds, a família Méqui. Eu amo ser mãe de adolescente!  

Ir ao cinema, jogar um jogo, assistir uma série ou um filme, fazer churrasco, conversar.  

Eu sempre quis ter uma família grande. Sou filha única e por isso, meu coração se enche de alegria quando a minha casa está cheia. Mas quando engravidei do terceiro filho quase fiquei doida! Pensei, será que vou dar conta? Sabe aquela frase, cuidado com o que você pede para Deus que às vezes ele dá?  Ele me deu! Me deu uma família linda. Me deu a Nina, o Ian e o Otto. Me deu 3 filhos! A família grande que eu sempre quis, mas que por diversas vezes pareceu assustador! Imagine a responsabilidade de ser mãe de 3! 


Tive que aprender a dar tempo ao tempo. Saber que nem sempre daria conta de tudo. Que tenho apenas duas mãos para três! Que em alguns momentos eu e as minhas vontades teriam que ficar para depois. O terceiro filho nos liberta porque somos uma só, e está tudo bem!

  

Outro dia li sobre a síndrome do ninho vazio. É quando as mães entram em uma tristeza profunda e não sabem o que fazer quando os filhos saem de casa ou deixam de depender delas. Então pensei: Aí está uma síndrome que eu não vou ter! Meu ninho não vai ficar vazio. Eu fico muito feliz por ver eles se soltando aos poucos, conquistando seus espaços, novas responsabilidades. Por isso, vou continuar trabalhando dia a dia a minha relação com eles para que o nosso ninho permaneça cheio, um verdadeiro entra e sai, um ponto de encontro, um posto de decolagem, um lugar onde a gente é livre para ir e vir. Filhos que querem estar com a mãe por prazer é uma verdadeira benção. E o fato de um dia eles saírem de vez para seguirem as suas vidas, será mais uma alegria. Porque assim como eles, nós mães não podemos nunca deixar de ter também a nossa vidinha independente deles.  


Afinal, antes de sermos mãe somos mulheres. Então, por que não aproveitar que nossos filhos estão indo para o mundo para ir junto com eles?  

Sem despedidas. Sempre chegadas e partidas. Cuide do seu ninho que eles sempre voltarão. 


Meus filhos ainda estão longe de sair de casa. Ainda são adolescentes! Tem 15, 13 e 12 anos. Mas do jeito que a vida está passando rápido, daqui a pouco eles serão adultos, terão construído seus próprios ninhos e esta coluna vai se chamar Desabafo de vó! 


Marcela Pagano para a coluna Desabafo de Mãe

Encontre-a no Instagram: @marcelapaganoinsta

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