Aos que se foram, os que partiram e que deixaram esse imenso eco na sala cheia de lembranças inoportunas, declaro a eternidade das minhas emoções, todas pontuadas com risos e frases de efeito, e quase sempre, amadurecidas na seriedade do tom de voz de cada um de vocês, com toda delicadeza que minha mente inquieta consegue expressar.
Suplico em uma cadência repetida, que vocês me devolvam um pouco de mim, em todas as vezes em que estive na companhia de vocês, quando deixei um pouco da minha ingênua alegria salpicar o espaço sagrado que dividimos, em meio aos barulhos do cotidiano agitado, que se passava lentamente por nós, como meros expectadores da nossa sintonia.
Peço paz e tranquilidade para seguir descalça nesta estrada enlameada, cheia de resíduos e fragmentos da nossa história, agora dirimidos em escassas frações dos sons e das cores que marcaram a nossa vida.
Esqueço, por alguns segundos, que vocês se foram e encontro-me com seus semblantes sorridentes a espera do meu discurso de sempre; mas não consigo proferir palavra alguma neste luminoso instante em que nossos olhares se encontram. Limito-me a dizer, unicamente: obrigada. E sigo de volta para a realidade assustadora, que é acordar todos os dias sem o tempo presente do seu ser…
Fui! (Reverenciar os meus amores do passado e do futuro…)