Ódio, raiva, revolta, mágoa. Todos sentimentos justos que nos inspiram a lutar pela nossa verdade, pela nossa causa (ainda que a nossa luta seja por retribuir um injusto xingamento de trânsito…). Essa atmosfera nos traz calor, nos aproxima do caos necessário para a construção ou a reconstrução da nossa, muitas vezes, apagada identidade.
Mas ao nos afastarmos um pouquinho, ao considerar uma pequena pausa nessa selva de macacos loucos nos deparamos com uma verdade inesgotável: a de que a vida é mais fácil quando a levamos com “leveza”. Não digo desconsiderar por completo o absurdo de ser ultrapassado em uma fila, mas talvez, só talvez, deixar passar sua frente aquele apressado mal-educado que vai te fazer franzir sua testa “recém-botoxiada” e te fazer encher de adrenalina seu corpinho que acabou de passar por uma massagem revitalizante.
Viver por si só é extremamente complexo e desafiador. A aventura de manter o equilíbrio em ambientes hostis obrigatórios, como o trabalho e a casa da sogra, já são armadilhas suficientemente perigosas para nossa saúde emocional. Manter-se asilado do universo deseducado do “Faroeste Caboclo” em que vivemos não é covardia, é na verdade, estratégia. “Estratégia de guerra” onde o objetivo não é a luta em si, mas manter a munição guardada e as armas intactas para o tiro certeiro.
Até lá, uma boa cerveja gelada e um sorriso na cara para espantar as grosserias do dia a dia…
Fui! (sorrir, rir, gargalhar e me esbaldar!)