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- Desejos Para a Próxima Década
Desejo nesta próxima década encontrar mais razões para sorrir que para chorar. Desejo fugir de tudo que me lembre das fraquezas que tive, das dores que senti nas despedidas fortuitas e nas passagens mais tenras. Desejo esquecer os desafetos que entreguei aos que me eram caros e também a todos que sempre enxerguei “gratuitos”… Desejo sentir leveza em forma de brisa, aconchego na forma de bronzeado e frescor na forma de um banho gelado. Nesta nova década desejo experimentar novos sabores, cheirar novos perfumes, vivenciar novas oportunidades. Desejo ser mais paciente com os que amo e amar mais e melhor esses mesmos amores, que me acompanham há tanto tempo e que fizeram desta última década um tempo de alegria, companheirismo e aprendizagem. Desejo ter tudo que quero e que acredito merecer; desejo segurança e estabilidade, mas também doses homéricas de satisfação e abundância! Desejo que o meu bem vença o mal deles, que o meu time vença e que o meu corpo supere toda e qualquer dose de veneno que eu coloque nele, sejam esses venenos provindos do físico ou da alma. Desejo que meu talento seja reconhecido de forma mundana, que os aplausos venham em excesso e que minha luz se destaque no meio desta multidão de pessoas extraordinárias. Desejo mais pra mim, um milhão de “sim” e todas as entradas que me forem convenientes, “abertas”. Desejo que o ódio de quem não me quer bem não encontre minha silhueta, assim como a dos meus amores. Que toda a falência e tristeza que reina em outrem permaneçam quietas por baixo das labaredas do seu próprio inferno. Desejo que a sintonia de sucesso prospere na nossa festa, que a palavra saúde sobreviva aos nossos piores instintos e que a proteção divina ancore nas nossas casas. Desejo que 2020 venha com gosto de mar, traga uma mala cheia de presentes na forma de conquistas e que mostre para todos que a culpa que cada um carrega dentro de si é totalmente desnecessária, afinal, essa vida é apenas uma estrada em que caminhamos aprendendo e que, de vez em quando, paramos para desejar algo novo… Fui! (Receber 2020!!!)
- Já tentamos isso... e?
Você já deve ter exposto uma ideia, super empolgado, e ouviu de alguém aquela frase que foi um balde de água fria na sua motivação: “já tentamos isso e não deu certo.” Quem trabalha com inovação e processos de mudança sabe bem do que eu estou falando... E no fundo, se você fizer uma reflexão pra valer, talvez perceba que também já disse isso em algum momento. Tudo bem dizer que já se tentou, só não podemos concluir que não vai dar certo dessa vez. Como disse o filósofo Heráclito, há cerca de 2.500 anos (isso mesmo, ele já dizia isso no século V a.C.!), “ ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas e o próprio ser já se modificou.” As coisas mudam. Mesmo que seja imperceptível, o fluxo continua. Eu mesma já participei de projetos que não se mostraram viáveis em determinada época, mas se viabilizaram anos depois. Também já vi projetos que faziam sentido em determinado momento, mas deixaram de fazer. Às vezes, o ambiente competitivo não é favorável, a organização tem outras prioridades estratégicas, ou não reúne as competências para fazer com probabilidade de resultados promissores. Ou a projeção de demanda não viabiliza o retorno. Enfim, estas são só algumas das muitas variáveis que envolvem a decisão sobre a viabilidade de uma iniciativa, e que possibilitam que o conjunto se altere no cenário temporal. “Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas e o próprio ser já se modificou.” (Heráclito, filósofo, V a.C.) O que não é viável hoje, pode ser no futuro, porque o mercado continua mudando, assim como as organizações, que podem estar mais ou menos inclinadas a assumir riscos, a potencializar oportunidades, a neutralizar ineficiências, a desenvolver novas plataformas de crescimento. Como refletiu Heráclito, as águas do rio fluem, assim como o ambiente de mercado continua se renovando, e a pessoa também já não é a mesma, tampouco a organização neste contexto. Definitivamente, o rio não é o mesmo. Nem você. Sua forma de pensar está (ou deveria estar) em constante evolução, abrindo janelas para enxergar de forma mais ampla. Por isso, olhar para a experiência vivida é importante, mas não como uma barreira, e sim para internalizar as lições aprendidas. É sobre “já tentamos isso e esbarramos nestas condições...” e não “já tentamos isso e não dá certo”. A primeira frase é para trazer a experiência para a mesa e somar aprendizados, a segunda, soa como resistência. E não pense que isso não acontece na sua empresa. John Paul Kotter, um dos maiores especialistas em mudança da atualidade, professor emérito da Harvard Business School, destaca a resistência à mudança como um desafio bastante comum às organizações. E quer saber o mais curioso? É que muitas vezes as pessoas sequer percebem que estão no grupo de resistência, pois a resistência pode ser inconsciente. E mais: embora haja uma tendência de achar que a resistência é um fenômeno massificado, de fato, o entendimento é que a resistência não é uniforme e varia de indivíduo para indivíduo de acordo com a fase do processo de mudança e com a experiência pessoal. Mudar incomoda e dá trabalho. Já começa por aí. E nosso modelo mental é inclinado a captar seletivamente aquilo que reforça o que sabemos. Então, inconscientemente, a gente já resiste ao desconhecido. Por isso, é essencial garantir uma comunicação clara e contínua, antecipando-se na transmissão das informações para evitar surpresas e reforçar o propósito da mudança, além de criar espaços para comunicação aberta, abordando dúvidas e preocupações com transparência. Qualquer processo de mudança exige tempo, persistência e resiliência. É como "água mole em pedra dura", precisa de constância e consistência. É igualmente importante oferecer treinamento e suporte para que todos se sintam seguros com o novo processo, revisar e adaptar fluxos, sistemas e estruturas para eliminar obstáculos e facilitar a implementação da mudança. Também não se pode perder de vista o valor de reconhecer e celebrar pequenos avanços, para tornar visíveis os progressos intangíveis e renovar a energia e o compromisso com o processo. Qualquer processo de mudança exige tempo, persistência e resiliência. É como “água mole em pedra dura”, precisa de constância e consistência. Não há caminho fácil para a mudança, mas esse caminho pode se tornar melhor se a gente participa, engaja e vai com todo mundo junto. Vamos juntos? Érica Saião para a coluna Mulher & Carreira Encontre-a no Instagram: @ erica.sa iao e no LinkedIn: @ericasaiao.
- Que sorte a minha…
Que sorte a minha ter você ao meu lado. Que sorte poder acordar com seu corpo quente, sempre pronto para me dar um abraço de bom dia. Sorte saber que você pensa em mim quando vai almoçar em um lugar cheio de saladas ou quando prova um pudim dos sonhos, que eu amaria experimentar. Muita sorte saber que você vai me ligar para saber como está minha rotina, mesmo quando ela está completamente sem graça e sem cor… Que sorte eu tenho por compartilhar minha vida com alguém como você, que me coloca em um lugar de destaque, aquele restrito à sua companheira de vida. Que sorte ter você ao meu lado, essa pessoa que me ama com todos os meus discursos ácidos e meus ataques de histeria; que me entrega um sorriso sincero quando descobre minhas infinitas falhas; que se inspira nos textos que escrevo e que enobrece minhas histórias, mesmo quando estas são prováveis candidatas a um lugar calmo na estante mais próxima. Que sorte ter você como meu amigo mais fiel, meu cúmplice nas aventuras mais doidas e meu companheiro de filmes e séries assistidas no conforto da nossa cama encantada. Muita, mas muita sorte poder compartilhar os meus gens com os seus e criar a maravilha que são os nossos filhos, aqueles projetos de puro amor que deram tão certo justamente pelos passos não planejados da nossa história confusa e feliz. Que sorte me trouxe aquele dia chuvoso, naquele momento em que você me pediu para percorrermos juntos um caminho desconhecido. Que sorte a minha ter recebido esse convite… Fui! (comemorar mais um ano ao seu lado…)
- Lei de Cotas não é um privilégio!
A lei não é um privilégio. Ela deve servir para que a sociedade possa ir além do obrigatório, adotando atitudes espontâneas no dia a dia, que sigam a mesma direção das medidas legais e as potencializem naturalmente. As leis são importantes para balizar o processo de inclusão, mas enquanto a sociedade não entender a inclusão por um prisma moral e cívico, seremos apenas números que evitam sanções legais e regulamentações. Esses mecanismos, em tese, servem para consolidar e reforçar práticas que beneficiem a comunidade como um todo e favoreçam a qualidade de vida de seus indivíduos. Para que seja útil e transformadora de verdade, uma lei precisa ser compreendida pela população não apenas como uma obrigação a ser cumprida pelo temor a uma multa. A lei não é um privilégio. Ela deve servir para que a sociedade possa ir além do obrigatório, adotando atitudes espontâneas no dia a dia, que sigam a mesma direção das medidas legais e as potencializem naturalmente. No Brasil, um grande marco em relação aos direitos das pessoas com deficiência foi a promulgação da Lei de Cotas, em 24 de julho de 1991, há 33 anos. Ela estabelece que empresas com cem ou mais colaboradores são obrigadas a destinar um percentual de seus cargos a essa população. Portanto, a Lei de Cotas, sem dúvida, é uma das ações afirmativas mais importantes para abrir nossos caminhos no mundo do trabalho. Outro grande marco em relação aos direitos das pessoas com deficiência foi a promulgação da Lei Brasileira de Inclusão (LBI), nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, inspirada na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, e abrangeu uma série de aspectos fundamentais para alcançarmos formas de convívio mais justas para as pessoas com deficiência. Porém ainda assim, ainda não vivemos em uma sociedade justa para as pessoas com deficiência. A inclusão é mais que a contratação de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Não queremos estar presentes por imposição. Queremos usufruir de um espaço e convivência que também são nossos por direito. É preciso quebrar a barreira atitudinal e estar disposto a acabar com os empecilhos contra a inclusão. Para isso, mais importantes que as leis, são as ações afirmativas que vão colaborar com a inclusão, tornando as regras mais justas para todas as pessoas. Elas são exercícios de convivência, que é a melhor forma de equilibrar nossa participação na sociedade. Conviver é aprender, é conhecer. Buscamos a inclusão produtiva, que atua de verdade para o desenvolvimento, o crescimento e o acesso a oportunidades e benefícios, tanto na vida pessoal quanto dentro das empresas. A Lei de Cotas não tem um fim apenas social. Ela gera impacto inclusive na economia. Nesse sentido, vale lembrar que pessoas com deficiência empregadas também têm seu poder de consumo aumentado e atuante na economia do país. O verdadeiro desafio da inclusão é que ela aconteça de forma natural, sem a imposição da lei. Que ela aconteça porque é o justo a se fazer e porque a diversidade traz inúmeros benefícios para a convivência e para a sociedade como um todo. Porque a inclusão requer, antes de tudo, um empoderamento de atitude. É agir antes de reagir. Isso é inclusão! Carolina Ignarra para a coluna Corpos Sem Filtro Carolina é CEO da Talendo Incluir Encontre-a no Instagram: @carolinaignarra
- Educação emocional para crianças. De todas as idades!
Escolhi assistir a animação Divertida Mente 2 sem ler nenhuma crítica, análise ou comentário prévio. Comprei ingressos para uma sessão dublada de propósito, para observar a reação das crianças que estivessem lá, ao vivo. A amiga que foi comigo, a quem avisei ser uma “matinê”, se surpreendeu com aquele mar de pequenos ruidosos e disse: “Eu não tinha entendido que isto era o que você quis dizer com matinê!”. Pois é, cara leitora, obriguei minha colega a enfrentar os gritos, torcida, pipocas voando, mães passando copinhos de mate por cima da nossa cabeça e outros eventos típicos da aventura de encarar um horário infantil no cinema. Mas valeu a pena! Pelo menos para mim. Foi mal, Lu! Da próxima vez explico direitinho. Minha única preparação foi rever o filme 1 e lembrar como foi genial a ideia de apresentar aos menores as nossas principais emoções e como cada uma impacta em nosso cotidiano. Nenhum de nós recebeu qualquer tipo de educação emocional. Até hoje, são raras as escolas e os pais que ensinam a seus filhos como lidar com seus sentimentos. É bem mais provável que você tenha escutado “Engole o choro!”, “Não faça drama!” do que “O que você está sentindo?”. Chegamos à vida adulta muito mais treinados em estratégias de sobrevivência, técnicas de recalque e ocultação do que sentimos do que práticas de auto-observação. Muitas vezes, na clínica, pergunto a um paciente “Como você se sentiu nessa situação?”. A resposta, na maioria das ocasiões, relata os pensamentos despertados pelos fatos. Quase nunca as sensações e sentimentos. Eu aprendi muito sobre a importância de nomear nossos próprios sentimentos com a Comunicação Não-Violenta. No curso, recebemos uma vasta lista com emoções que nunca nos ocorreria imaginar. E eu já precisei ler parte desses exemplos em várias oportunidades, para ajudar o cliente a identificar o que se passava dentro de seu próprio organismo. A partir de agora, este texto contém spoiler! Se você ainda não assistiu Divertida Mente 2, corra para o cinema. Se já foi, pode continuar a leitura. Nesta empolgante sequência, encontramos a personagem principal, Riley, no início da puberdade, quando a bomba hormonal que nos invade desperta novos e assustadores sentimentos. Entram em cena a Ansiedade, o Tédio, a Vergonha e a Inveja. A caracterização desses novos componentes da nossa dinâmica mental é sensacional e muito coerente com a realidade. A Ansiedade é descabelada e dramática, a Vergonha é fofa e desajeitada, o Tédio é a perfeita tradução de um adolescente dos anos 2020 jogado no sofá, a Inveja – de forma otimista – é pequena e de pouca influência. Minha experiência antropológica na sala de exibição mostrou que as crianças amaram! Interagiram com os personagens, berraram nos momentos tensos, aplaudiram os sucessos da trama. Já minhas pacientes adultas, quase todas, relataram choro compulsivo. Por quê? Não é só um longa de animação para distrair? Não, cara leitora! É uma aula de neurociência disfarçada de filme infantil. Em nosso mundo turbulento, apressado, sobressaltado e estressado, presenciar as artimanhas da Ansiedade é como se ver no espelho. A cada vez que ela domina a cena e a pobre Riley não consegue se conter, nos vemos representados na tela. E dói! O Brasil é um dos países onde mais se consomem ansiolíticos e antidepressivos no planeta. Pobre planeta! Estamos todas e todos adoecidos, em intenso desafio mental. Haverá saída? Os novos sentimentos que dominam a sala de controle do filme e nossas vidas reais não irão mais embora. Já era difícil administrar os sentimentos básicos, que recebemos de fábrica: Alegria, Tristeza, Medo, Nojo e Raiva. Quando os novos moradores se instalam sem pedir licença, a partir da adolescência e para o resto da vida, esse malabarismo se torna muitas vezes insuportável. Como escapar, equilibrar, administrar? Antes de mais nada: faça terapia! Tá, foi o caminho que escolhi há exatos 43 anos, entre idas e vindas. Mas não é o único. Busque formas de aliviar o estresse sem fugir dele (ele não vai embora só porque você assim deseja). Faça atividades físicas prazerosas – qualquer uma que te agrade serve! Medite ou pratique Mindfulness que pode ser resumido como manter atenção plena em tudo o que você faz. Estar presente no aqui e agora é um dos antídotos mais eficazes contra a ansiedade cotidiana. Isto significa prestar atenção de verdade ao que você faz, em vez de realizar múltiplas tarefas, sempre com os olhos no celular. E, sim, diminuir o tempo hipnotizado pelas telas também alivia demais a tensão. Ande ao ar livre. Observe o céu, as nuvens, a chuva. Escute o canto de um pássaro, a risada de um bebê, o miado de um gato. E lembre-se: nosso organismo, que é o único hardware que realmente possuímos, foi programado para correr de leões na savana, viver em coletivos, cooperar uns com os outros. Foram essas habilidades básicas que nos trouxeram até aqui. O resto é a civilização que pode ser maravilhosa, mas também muito desafiadora. Busque uma harmonia com seus divertidamentes , aprenda a lidar com eles e boa vida para você! Adriana Moretta para a coluna Ciranda da Terapeuta Encontre-a no Instagram: @ psi.e.co rpo_adrianamoretta
- As seis atitudes de uma pessoa aliada da Diversidade, Equidade e Inclusão
A visibilidade e valorização do tema Diversidade , Equidade e Inclusão , muito motivada pelos movimentos e cobranças do ESG, tem estimulado o surgimento de novas ações. Há alguns anos já percebemos o aumento da participação positiva de executivos e executivas do mundo corporativo se posicionando a favor do desenvolvimento de culturas mais inclusivas nas organizações onde estão. Para virar uma convicção nas empresas esse tema ainda tem uma jornada longa a alcançar para que a inclusão seja um tema mais recorrente nas ações, além dos discursos. Seja qual for a intenção – por conveniência ou convicção o importante mesmo é ter atitude para começar. Sem atitude entendemos como apenas simpatizantes, pessoas que querem ser aliadas. A atitude é o que tem mais valor, é o que faz a transformação acontecer. A primeira atitude para se posicionar como uma pessoa aliada da inclusão é humildade para assumir que está em desconstrução e aberto ao desenvolvimento. Assumir essa desconstrução não justifica nossas falhas. Não podemos nos acomodar no erro. Os erros servem para provocar mudanças de comportamento e muita aprendizagem. A segunda é entender a interseccionalidade. Assim, fica mais fácil entender que não é possível se posicionar como pessoa justa e inclusiva se levantamos apenas uma das bandeiras de grupos minorizados. É ter consciência de que levantar uma bandeira é levantar todas. É interseccionalizar a opressão e considerar as necessidades de todas e todos como caminho para o começo e a continuidade na jornada de inclusão. A terceira atitude é reconhecer a nossa condição de privilegiadas e privilegiados, o que não anula nossos esforços, mas nos ajuda a entender que com os mesmos esforços ainda há pessoas que tiveram menos oportunidades. Quanto privilegiados precisamos usar nosso poder de influência para alcançar mais pessoas aliadas e abrir mais oportunidades para aquelas que são excluídas. A quarta atitude é saber a diferença entre ser uma pessoa aliada e ser uma pessoa simpatizante da inclusão. Essa última fica de fora, de longe, às vezes até aplaude e elogia pessoas de grupos minorizados por suas histórias, coragem etc., mas não se envolve e assim não mobiliza pessoas, não ajuda de fato. Para mobilizar, a pessoa aliada precisa entender e valorizar o que tem sido feito para contribuir com o aumento da conscientização sobre inclusão. Seguir pessoas desses grupos nas redes sociais, que trazem pautas importantes, é um bom caminho para entender os efeitos das opressões e nos ajudam a questionar nossa forma de agir. Também é importante compartilhar conteúdos divulgados por essas pessoas nas nossas redes, no ambiente de trabalho, na família e onde mais estivermos presentes. Dividir com a sociedade o que estamos aprendendo e nos levando a uma desconstrução. A quinta atitude de pessoas aliadas da inclusão é incomodar-se com as injustiças. Sentir-se verdadeiramente desconfortável com as piadas, as ‘brincadeiras’ que ofendem, agridem e excluem qualquer pessoa por sua raça, credo, caraterísticas etc. A sexta atitude é consequência desse incômodo: a reação a esses comportamentos. Não basta apenas nos incomodar. É necessário gerar a reação que permita nos posicionarmos contra as atitudes que fortalecem o capacitismo, machismo, racismo, homofobia e todas as outras opressões. Todas essas formas de discriminação que nunca estão sozinhas. Sempre tem alguém para rir, achar engraçado, concordar ou dar continuar à exclusão. Não tem graça. Nunca teve. Precisam ser apontadas e desconstruídas. Mesmo sob o risco de ganhar o rótulo de ‘a pessoa chata da inclusão’ – que pode inibir muitas vezes nossas reações – as pessoas que se apresentam como aliados da inclusão precisam, ainda assim, fazer apontamentos para desconstruir esses comportamentos. Porque inclusão não é sobre dividir. É sobre somar e quanto mais aliados, mais naturalmente a ela vai acontecer. Uma pessoa aliada entende sua importância como agente da humanização das atitudes para a transformação. Carolina Ignarra para a coluna Corpos Sem Filtro Carolina é CEO da Talento Incluir Encontre-a no Instagram:@carolinaignarra
- Onde passa uma pessoa cadeirante passa todo mundo
A rampa é muito mais que um acesso. É um sinal claro do que sua empresa, seus eventos, sua casa, entendem sobre inclusão. É a materialização da sua real intenção de incluir. Participar de grandes eventos que vão dar luz às trajetórias profissionais é algo que nos motiva a “arrancar” da nossa jornada um exemplo inspirador para impactar a plateia. Assim, nos preparamos durante dias, treinando e buscando essa história que queremos revelar. Mas, o fato é que, às vezes, a história está no seu presente e não no seu passado. A proposta de contar como me tornei uma pessoa com deficiência e como fiz disso um empreendimento em que eu acredito e que já gerou mais de 9 mil empregos a profissionais com deficiência, como eu, é uma história que venho contanto há mais de uma década, sempre com o intuito de inspirar pessoas com deficiência a perseguir uma jornada promissora e de sucesso profissional. Sempre antes de dividir essa história com o público, outra história sempre acontece. No meio do meu caminho tinha uma rampa! Uma rampa para acessar o palco. Só quem é uma pessoa com deficiência de locomoção entende o efeito dessa verdadeira “ponte” que nos inclui. Na maioria das vezes, onde não há rampa é necessário a companhia de algum brigadista ou bombeiro para carregar-me ao palco em segurança. É a lei, mas não é fácil para alguém como eu, que vivo de estimular a autonomia das pessoas com deficiência, ter que depender de alguém para me conduzir até logo ali acima. Quando acessei a rampa para o palco, percebi a grande história que as pessoas com deficiência vivenciam todos os dias. A rampa é o meio mais democrático de inclusão, porque não é feita apenas para pessoas que se locomovem por meio de cadeiras de rodas. Ela atende a pessoas com mobilidade reduzida por diversas causas, com dificuldade de movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação motora etc., e que não se enquadram no conceito de pessoa com deficiência. Cerca de 15% da população mundial (1 bilhão de pessoas) tem alguma deficiência. No Brasil, segundo dados do IBGE, somos cerca de 18,6 milhões de pessoas com deficiência, correspondendo a 8,9% da população. Isso sem contar as pessoas com mobilidade reduzida. É muita gente tentando subir degraus. A rampa é muito mais que um acesso. É um sinal claro do que sua empresa, seus eventos, sua casa, entendem sobre inclusão. É a materialização da sua real intenção de incluir. Sua importância é a mesma do intérprete de libras durante um evento. São ferramentas essenciais para aumentar seu público, para multiplicar suas mensagens, para abraçar a inclusão de verdade. As rampas - após a sensibilização de uma companhia aérea brasileira, motivada por apontamentos que fiz sobre minha difícil rotina de entrar nos aviões – substituíram as escadas que permitem hoje o acesso à aeronave com mais agilidade, com mais dignidade, com mais respeito. A acessibilidade é lei e é um direito humano. É uma parte importante da construção de cultura de inclusão que vai além de preencher a cota. Parece que, infelizmente, as pessoas com deficiência e demais marcadores sociais estão sempre na dependência de acontecimentos tristes e trágicos para que as leis e os direitos passem a existir e funcionar. A rampa quando bem-feita, com conhecimento e participação de pessoas com deficiência, nos iguala e quando o mundo entender isso, entenderá muito mais sobre humanidade. Entenderá também, que planejar estruturas com acessibilidade é mais barato que adaptá-la e que garantir esse acesso não é favor. É obrigação e o justo a se fazer. As pessoas com deficiência já enfrentam muitas barreiras e é nosso dever de cidadão reduzi-las. Afinal, onde passa uma pessoa com deficiência passa todo mundo! Carolina Ignarra para a coluna Corpos Sem Filtro Carolina é CEO do Grupo Talento Incluir Encontre-a no Instagram: @carolinaignarra
- O Tomara que Caia Caiu!
Feliz dia da mulher para todas as mulheres que passam batom vermelho, com todo o peso que o rubro traz, com a malícia promíscua que recai sobre o decote fútil e pecaminoso da fêmea que seduz e aborrece; daquela que é maldita por ser delicada e quente, que é fácil quando quer abraçar o mundo ou apenas alguns poucos músculos contraídos... Feliz dia para todas as que são intensas e vulgares, mesmo no compasso da dança errada, no tom mais alto que o normal, na pista aberta com passe livre para quem quiser dançar... porque feliz, feliz mesmo, são aquelas que não precisam ser interpretadas porque são, genuinamente, "mulheres". Que comemorem todas as loucas e devassas, as escolhidas e também as rechaçadas, as plenas e as incompletas! Mas, que não sejam convidadas as que se intitulam guerreiras, as que tratam os homens como oponentes e as que costumam queimar sutiãs de renda francesa no meio da praça! Porque mais vale a elegância profana das que vestem vermelho no corpo consumido de sexo ordinário que a vantagem descabida das moças que integram a congregação do Santo Saber; pois se lhe parece brilhante, melhor lustrá-lo adequadamente para que seus lampejos sejam verdadeiramente interessantes. Ah! E é claro: melhor que ela venha de salto alto e com um tomara que caia que insinue uma pequena queda para todos e todas que conseguem sentir seus feromônios vivos, saindo dos poros da sua pele depilada e tratada... Fui! (Buscar meu batom e comemorar todos os dias, porque um dia é muito pouco para desfilar meu decote...)
- Deus
Os caminhos que percorremos nos levam a diferentes lugares. Às vezes, bem distante de onde idealizamos chegar, às vezes, do outro lado do mundo e, às vezes, bem ali, de volta ao ponto inicial. A vida nos transforma e nos molda. Somos todos reféns dos nossos pensamentos e, por consequência, das nossas atitudes. Somos todos “responsáveis”, mas insistimos em atribuir ao outro o sucesso ou o fracasso da nossa caminhada. No final espero estar Deus aí, com a cara de cada um, mostrando que Ele nada mais é do que a nossa própria idealização. A nossa força é o que faz com que toda a energia se movimente, e os nossos pés só entram nas casas em que adimitimos abrir suas portas. E sempre existe a “lei das compensações”, mas, das nossas próprias compensações. Criamos um universo paralelo com variadas opções para nos confortar dos erros do passado que julgamos graves. Muitas vezes, nem nos damos conta… São as mães que têm uma penca de filhos depois de um abordo culposo, ou os adultos que se esforçam ao máximo para alcançarem o sucesso profissional depois de terem sido péssimos alunos, ou ainda, a mulher que se casa com um homem muito mais velho para justificar a ausência de um pai na sua vida… As razões da alma são, muitas vezes, mais fortes do que as razões da mente, como quando seguimos em briga com alguém querido somente para receber sua atenção. Na próxima esquina espero encontrar a minha versão mais serena, mais benevolente, mais segura. A minha versao “abençoada por Deus”, pelo meu Deus, que me mostra a força que eu tenho para decidir como será o caminho, que eu mesma vou seguir. E no final, bem velhinha, espero me encontrar com Ele, Deus com a minha cara. Mas com a minha cara de 30 anos… por favor!!ã Fui! (Me conectar…) Obs*: Crônica antiga, datada de 25/02/2012, aposentada no site.
- Pelo Amor de Deus
Se Deus existe, se é real, eu peço com todas as minhas forças: por amor, livrai-nos deste mal que nos tira o ar e nos enclausura dentro do nosso mais profundo desespero. Salva-nos a mente inquieta e poupa-nos das notícias amargas que recebemos todos os dias. Traga luz para esta imensidão de escuro em que nosso mundo descendeu; faz-nos acreditar novamente que tudo será fácil e tranquilo, que os nossos dias serão ternos e que nossos filhos sobreviverão a esse holocausto da nossa humanidade. Sabemos que somos fracos e mesquinhos, que carecemos de aprendizados e de honestidade; que mentimos e destruímos os sonhos dos mais frágeis, mas ao depararmo-nos com as feridas que agora se apresentam no leito frio dos que possuem a nossa imagem e semelhança, entendemos, enfim, que estamos inevitavelmente ligados a todos, e que constituímos um único organismo vivo, que agora carece de ar em seus debilitados pulmões. Deus, Senhor de toda a vida, Detentor de Muitos Nomes, abraça seus filhos e os ajude a encontrar o caminho. Guia-nos por este labirinto de alternativas e dai-nos a compreensão necessária para acabar com este mal invisível que assola a humanidade em pleno tempo da tecnologia, onde tudo parecia ser possível e simples. Ajuda-nos a compreender que podemos perder mais, sem que para isso percamos de fato. Poupe a todos, e em especial, os meus amores. Rogo, em um singelo pedido egoísta, completamente desprovido de maldade, mas repleto de honestidade, que guarde e conserve os que compartilham da minha comida, do meu teto e das minhas risadas. E, após as aspas humanas deste pedido, junto-me aos demais companheiros de estrada para cantar o mesmo hino em forma de oração... Suplicamos, Deus, que faça com que o sofrimento cesse e o regozijo impere; que acolha todos os Seus Filhos em Seus Braços Misericordiosos e que poupe-os de enfrentar a calamidade que os aflige. Entrega-nos a cura de todos os males, com o poder da Sua Oração, que tem muitos nomes e é proclamada em vários idiomas, mas que se refere ao mesmo propósito. Seja Deus com toda a sua divindade, que é infinita e brilhante, assim como as lágrimas que derramamos no seio desta Sua Terra devastada por nós, humanos. E por fim, perdoa-nos, Deus. Pois não sabemos o que fazemos nem como aqui chegamos... Fui! (Conectar-me...)
- Há Momentos na Vida…
Há momentos na vida em que paramos de nos preocupar tanto com o futuro… Há momentos em que o presente se torna mais essencial. Há momentos na vida em que não nos preocupamos muito mais com o nosso bem estar, mas sabemos exatamente o que o nosso filho precisa, ou, pelo menos, achamos que sabemos. Há momentos em que o fio da meia calça já não incomoda mais e que preferimos sandálias baixas, sem tanto glamour ou vaidade. Nesses momentos, o conforto nos importa mais. Há momentos em que descobrimos que o que fizemos profissionalmente na vida não é tão grandioso assim: percebemos que não juntamos tanto dinheiro quanto deveríamos, não chegamos a lugares tão altos e nem mesmo adoramos o que fazemos. Há também, esses momentos, em que percebemos que a vida se desloca com uma rapidez inacreditável e que muitos bons amigos ficaram perdidos no início do nosso novo caminho. Descobrimos que a cada novidade que chega, esquecemos um pouquinho mais de algo que já não tem tanta importância. E há momentos em que percebemos que nada do que fizermos mudará o passado, e que nem todo novo começo pode ser realmente “novo”. Nesses momentos, descobrimos que o “novo” nunca existiu e que somos somente nós a procura de nós mesmas, de novo. Fui! (desvendar o grande mistério que é viver…)
- Vida
Um dia me perguntaram se eu faria alguma coisa diferente do que fiz, se pudesse voltar no tempo. A minha resposta foi clara e direta: “SIM”. Sim! Eu faria quase tudo diferente se tivesse a oportunidade de voltar ao jogo, naquela primeira partida em que perdi tantas boas oportunidades e na qual recebi tantas faltas… eu seria mais determinada e mais focada nos meus objetivos. Teria bebido mais água e não me deixaria seduzir tão facilmente pelas propostas vazias que chegavam sorrateiras ao pé do ouvido. Sim, eu teria feito muitas coisas diferentes do que fiz. Teria sido outra pessoa, muito provavelmente uma pessoa melhor… E quando penso nas pessoas que cruzaram meu caminho, entendo que elas viriam de qualquer forma, em outras circunstâncias, mas viriam. Talvez não me ensinariam tanto, ao contrário, aprenderiam comigo. Talvez, só talvez, eu fosse então, a pessoa mais culta, mais disciplinada e mais ajustada no contexto da vida. Mas a vida é tão incerta que me pergunto se esse diagnóstico se manteria para sempre. Somos tão volúveis quando se trata das nossas escolhas e tão parciais quando se trata dos nossos amores… A vida é como um jogo, dentro dele estamos vulneráveis o suficiente para optar pela melhor escolha que se apresenta no momento, fora dele, temos a perfeita noção dos erros e acertos… porque ali, do lado de fora, somos os juízes e não os jogadores. Mas se me perguntarem aonde as escolhas que eu fiz me levaram, eu responderei: “me levaram até mim”. Fui! (viver…)


















