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As seis atitudes de uma pessoa aliada da Diversidade, Equidade e Inclusão



A visibilidade e valorização do tema Diversidade, Equidade e Inclusão, muito

motivada pelos movimentos e cobranças do ESG, tem estimulado o surgimento

de novas ações. Há alguns anos já percebemos o aumento da participação

positiva de executivos e executivas do mundo corporativo se posicionando a

favor do desenvolvimento de culturas mais inclusivas nas organizações onde

estão. Para virar uma convicção nas empresas esse tema ainda tem uma

jornada longa a alcançar para que a inclusão seja um tema mais recorrente nas

ações, além dos discursos.


Seja qual for a intenção – por conveniência ou convicção o importante mesmo

é ter atitude para começar. Sem atitude entendemos como apenas

simpatizantes, pessoas que querem ser aliadas. A atitude é o que tem mais

valor, é o que faz a transformação acontecer.


A primeira atitude para se posicionar como uma pessoa aliada da inclusão é

humildade para assumir que está em desconstrução e aberto ao

desenvolvimento. Assumir essa desconstrução não justifica nossas falhas. Não

podemos nos acomodar no erro. Os erros servem para provocar mudanças de

comportamento e muita aprendizagem.


A segunda é entender a interseccionalidade. Assim, fica mais fácil entender

que não é possível se posicionar como pessoa justa e inclusiva se levantamos

apenas uma das bandeiras de grupos minorizados. É ter consciência de que

levantar uma bandeira é levantar todas. É interseccionalizar a opressão e

considerar as necessidades de todas e todos como caminho para o começo e a

continuidade na jornada de inclusão.


A terceira atitude é reconhecer a nossa condição de privilegiadas e

privilegiados, o que não anula nossos esforços, mas nos ajuda a entender que

com os mesmos esforços ainda há pessoas que tiveram menos oportunidades.

Quanto privilegiados precisamos usar nosso poder de influência para alcançar

mais pessoas aliadas e abrir mais oportunidades para aquelas que são

excluídas.


A quarta atitude é saber a diferença entre ser uma pessoa aliada e ser uma

pessoa simpatizante da inclusão. Essa última fica de fora, de longe, às vezes

até aplaude e elogia pessoas de grupos minorizados por suas histórias,

coragem etc., mas não se envolve e assim não mobiliza pessoas, não ajuda de

fato. Para mobilizar, a pessoa aliada precisa entender e valorizar o que tem

sido feito para contribuir com o aumento da conscientização sobre inclusão.

Seguir pessoas desses grupos nas redes sociais, que trazem pautas

importantes, é um bom caminho para entender os efeitos das opressões e nos

ajudam a questionar nossa forma de agir. Também é importante compartilhar

conteúdos divulgados por essas pessoas nas nossas redes, no ambiente de

trabalho, na família e onde mais estivermos presentes. Dividir com a sociedade

o que estamos aprendendo e nos levando a uma desconstrução.


A quinta atitude de pessoas aliadas da inclusão é incomodar-se com as

injustiças. Sentir-se verdadeiramente desconfortável com as piadas, as

‘brincadeiras’ que ofendem, agridem e excluem qualquer pessoa por sua raça,

credo, caraterísticas etc.


A sexta atitude é consequência desse incômodo: a reação a esses

comportamentos. Não basta apenas nos incomodar. É necessário gerar a

reação que permita nos posicionarmos contra as atitudes que fortalecem o

capacitismo, machismo, racismo, homofobia e todas as outras opressões.

Todas essas formas de discriminação que nunca estão sozinhas. Sempre tem

alguém para rir, achar engraçado, concordar ou dar continuar à exclusão. Não

tem graça. Nunca teve. Precisam ser apontadas e desconstruídas.


Mesmo sob o risco de ganhar o rótulo de ‘a pessoa chata da inclusão’ – que

pode inibir muitas vezes nossas reações – as pessoas que se apresentam

como aliados da inclusão precisam, ainda assim, fazer apontamentos para

desconstruir esses comportamentos. Porque inclusão não é sobre dividir. É

sobre somar e quanto mais aliados, mais naturalmente a ela vai acontecer.


Uma pessoa aliada entende sua importância como agente da humanização das

atitudes para a transformação.


Carolina Ignarra para a coluna Corpos Sem Filtro

Carolina é CEO da Talento Incluir

Encontre-a no Instagram:@carolinaignarra

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