Resultados da busca
1133 resultados encontrados com uma busca vazia
- Mulheres Maravilhosas
Quanto mais eu envelheço, mais admiro as mulheres. Sempre me surpreendo com a força e determinação dessa classe “menos” favorecida! São todas diferentes e, ao mesmo tempo, idênticas. Estão ali para os filhos, o marido, às vezes o amante, os pais e os amigos. Brigam com uma tal de TPM o ano inteiro, e muitas vezes, ainda são obrigadas a se concentrar no trabalho ou na reunião de pais, sem partir pra cima e agredir uns e outros… Haja controle! Algumas exceções não conseguem se segurar e terminam fazendo em picadinhos (literalmente!), seus infiéis maridos… Outras conseguem se deitar na cama e conceder o perdão da carne, entendendo que seus seios murchos, cansados de prover o leite para os pequenos, já não reverberam a delícia dos silicones novinhos e durinhos das sócias de cama do marido. Outras utilizam a tática de tirar cada centavo do ex, fazendo carinha de santa no tribunal e se transformam em “anjinhas do pau oco”, ou seria do “pau omisso”??? Não importa! Só sei que ser mulher é um desafio. O desfio de acordar todo dia e parecer a cada ano ser mais jovem e mais jovem e mais… jovem!!! Só que todo mês os cabelos brancos crescem e crescem… todo mês as espinhas e cravos saltam da cara por causa da TPM e todo mês as mulheres incham mais que bolas de festa de criança! Todo mês terminam com o saldo negativo no banco de tanto que compraram, só para se manterem na moda para as vizinhas do prédio, da academia e do trabalho… e todo santo dia dá uma vontade louca de engolir uma caixa de chocolates!!! E o que os homens não entendem é que existem, ainda, pelos saindo por todos os lados que precisam ser extirpados urgentemente do corpicho delas. E as unhas??? Cutículas-monstro aparecem a cada 3 dias e os esmaltes só duram 37 horas, já que a empregada, nos dias atuais, tem hora para sair. E empregada? Tem coisa mais chata na vida para administrar do que empregada doméstica???? Ainda mais se for nordestina… E depois de se cuidar a semana inteira e fazer todo o ritual de beleza obrigatório ainda chegamos no final da semana com a programação feita pela família: Sábado à tarde, festa do Pedrinho, amiguinho de escola da Júlia; sábado à noite, levar o Alê na festinha da namorada e esperar pra buscar; e domingão de futebol com o clássico Botafogo e Palmeiras (apesar do meu marido ser carioca e odiar o Botafogo…) E alguém ainda é Botafogo????… Ah… acabei de lembrar que segunda tem prova no colégio e vou passar o resto do domingo estudando com ela. E acabei de ouvir um barulho… ih! É o Alê que tá com infecção intestinal! Acabou de vomitar… corre pro hospital! Júlia, vai estudando aí que mamãe já volta… cadê o papai? Foi no jogo???? Como assim??? Fui! (cuidar do filho, estudar com a filha, comprar absorvente, passar no supermercado e depois ir trabalhar um pouquinho, na volta passo na depilação… Não! A depilação eu deixo pra depois… ninguém tá vendo!) Obs*: Crônica antiga, datada de 18/06/2012, aposentada no site.
- Pegadas
“Cuidado onde pisa, menina!” Já dizia a minha Bisa, em uma alusão aos passos que damos na vida… Anos depois me encontro com essa frase, solta dentro da minha memória, e entendo, por fim, a recomendação aflita de quem já viveu muito para saber qual é o melhor momento de parar a “roleta russa” das nossas escolhas. Quando erramos o passo, a consequência pior não é o caminho equivocado que tomamos. Esse caminho podemos mudá-lo sempre, não com a mesma paisagem, mas com a ajuda de um atalho… O problema de pisar errado são as marcas que deixamos no caminho. Essas pegadas ficam aí, marcadas em um chão de cimento, encrostadas na nossa culpa. É por isso que algumas mágoas simplesmente não passam nunca. Porque têm registros. E, se voltamos atrás das pegadas, nos encontramos com um alguém que, muitas vezes não se parece nada conosco, mas que tem a mesma cara. As dores do passado não são enterradas, são só encobertas pela poeira… E aquele amigo que te abraça ressabiado tenta, na verdade, desviar o olhar do caminho torto atrás de você. E entre idas e vindas, o melhor mesmo é retomar o passo do ponto em que se perdeu o ritmo. De preferência, com salto alto… Fui! (Prestar atenção nas minhas pegadas…) Obs*: crônica antiga, datada de 14/06/2012, aposentada no site.
- Ódio
Odeio quando alguém se mete onde não é chamado. Odeio as pessoas que querem ser moralistas ou boazinhas. Odeio os incompetendes e medíocres. Odeio o fraco. Odeio os que se lamentam da vida, os que reclamam sem parar e não fazem nada para mudar. Odeio os azarados e seus carmas. Odeio a dor dos injustiçados. Odeio não poder dizer que odeio em uma sociedade que está morrendo por nada e ainda assim quer nos chamar de “Alices” no mundo da fantasia. Odeio ser quem eu não quero ser só para dar um exemplo a quem eu não me importo em aparecer. E aparecer sem ver o que vai passar depois que eu me for. Odeio ter que ir, ter que ficar, ter que fazer. Odeio o “ter que”. Odeio quem diz que ama, ama, ama, sem dizer que também odeia. Porque para amar plenamente é necessário antes saber odiar a esmo. E odeio mais ainda, quem não tem ódio de nada… Fui! (Odiar um pouco mais…)
- Infraestrutura
Já aprendemos nas aulas de anatomia que as veias levam o sangue para todas as partes do corpo. Quando estão “entupidas”, colapsam. Se o problema for detactado a tempo, é possível recorrer a alguns reparos de “infraestrutura”, através da implantação de um cateter ou similar. Às vezes, é tarde demais. Assim acontece conosco. Quando algum ensinamento não chega ao seu local de destino, quando os valores são deturpados em uma casa sem lei. Quantas crianças se perdem antes mesmo de chegar à fase adulta? O trânsito da vida pode ser muito mais complicado do que o que caminha dentro de nós. E é aí que nos damos conta de que tudo gira em torno da “Infraestrutura”. Não podemos nos aventurar em uma vida adulta sem uma rua bem asfaltada, com sistema de energia e escoamento. Não podemos abster-nos de um atalho pelo metrô ou de um momento relax em um café, em uma esquina. Para caminharmos a passos largos e firmes precisamos dela, da nossa “infraestrutura interna”. Se nos desorganizamos, nos perdemos. E achar o caminho de volta em uma cidade sem luz é muito mais difícil. Por isso que uma base religiosa, seja ela qual for, é importante. Por isso que uma bronca bem dada, às vezes, é necessária. Por isso que, muitas vezes, entender que não se pode tudo “sempre” é importante para conseguir quase tudo “depois”. E ainda assim, na maior parte das vezes, não chegamos lá. Faltou terminar a estrada… Fui! (Pra minha obra de manutenção…)
- Marionetes
Às vezes pensamos que temos opções, que somos donos do nosso destino, da nossa vontade. Que somos os condutores. Só que o carro, na verdade, está no piloto automático. Acontece o tempo todo, em inúmeras histórias do cotidiano. Em alguns casos mais sutis, não se percebe tanto. Já em outros, a coincidência torna-se notória e impossível de não se notar. Conheci uma mulher, com uma história curiosa: engravidou, na época com 18 anos. Por ser muito jovem e acreditar ter uma vida inteira pela frente cheia de emoções e realizações em várias ramificações da sua vida, preferiu adiar o projeto de ser mãe e abortou. Anos mais tarde, se deparou com um cenário singular: teve dificuldades para engravidar, precisou recorrer a um tratamento e teve quadrigêmos! Claro, precisou deixar o trabalho, no qual era bem sucedida, e se dedicou exclusivamente ao projeto “mãe”. Não é uma incoerência? Quando ela havia decidido seguir outro caminho, a vida a levou para onde nunca devia ter saído. Talvez sua missão fosse mesmo ser mãe… Ou talvez, apenas talvez, uma escolha errada no passado se torne um fardo tão pesado de se carregar que ela mesma tenha “produzido” esse cenário. Outra curiosa história é a de uma mulher, que, no tempo da faculdade de fisioterapia, optou por não atender pessoas amputadas. Seu horror era tanto que chegava a sonhar com esse “fardo” em seu labor. Anos mais tarde seu marido sofreu um acidente de carro e perdeu as pernas. Ironia? Ser uma marionete da vida é algo que devemos nos acostumar. Por isso mesmo, no roteiro da vida é importante decidirmos qual estrada vamos seguir e não nos enveredarmos pelo caminho mais fácil. Já dizia o ditado: “o barato sai caro” e bom mesmo é estarmos sempre em acordo com ele, o senhor do nosso destino. Fui! (pensar melhor nas “minhas” escolhas…)
- Síndrome do Filho Único
Existem várias síndromes no mundo. Algumas terríveis e outras mais “lights”… Mas a síndrome do filho único é, sem dúvida, uma das mais abrangentes e difíceis de curar. E essa síndrome, diferentemente do que o nome supõe, é estendida a pessoas com vários irmãos e também com mães perfeitamente “normais”. É a síndrome do estado de alerta para si próprio, da busca das suas verdades, do seu ângulo do gol. É o caminho que se trilha sem se importar ou precisar de mais nada que não seja a si próprio. E o melhor restaurante é sempre aquele que tem o melhor prato, não importando os figurantes que ocupam o cenário. “O meu mundo privado” é restrito e indevassável. É meu. E dessa forma se constroem fortalezas impenetráveis, sem passaporte vip para entrar. Os melhores amigos são o computador, a televisão e o livro. O “social status” vira a obrigação moral e as gargalhadas são cada vez mais forçadas em uma comédia sem emoção. Conheço vários “FUs – filhos únicos” e admito: são felizes assim. A sua forma egoísta de ver o mundo não os decepciona ou os aflige; ao revés, os conforta. Seu castelo impenetrável os alivia. E as suas dores, as guardam. São mimados e cheios de manias. São típicos filhinhos da mamãe, acostumados a somar para si os bônus da vida, e a não dividí-los com qualquer um. Só com os seus filhos únicos… Fui! (para o meu mundo particular e restrito…)
- Mundo da Fantasia
Se Joca gosta de Milena, mas sente atração por Sabrina, e se Sabrina dá para Marcos, mas quer pegar a Camila, nada melhor do que uma boa “suruba” para contentar a todos e acalmar os ânimos afoitos! Mas… E se Raquel, a mulher do Joca, e Paulo, o “namorido” da Camila, sentirem ciúmes? Aí, o caso complica… E o desejo volta para onde não devia ter saído: a imaginação sem limites que habita a fantasia cheia de carnes volumosas e peles macias do inconsciente popular. Há casais que ultrapassam a barreira do ciúme e vão adiante na busca incensável pelo prazer. Há outros que trabalham bem na linha do desejo implícito e do erotismo à base de “sacanagem matrix” em uma outra dimensão que não está neste plano… E há, por fim, os casais que absolutamente não permitem o erotismo dividido, e nem em pensamento aceitam um olhar do companheiro para o lado, ainda que para uma simples página de revistinha indefesa ou de umas simples fotos da Carolzinha… A verdade é que cada casal tem a sua dinâmica e não vale se agredir para beneficiar ao outro o prazer extremo. Mais vale, às vezes, ocultar a verdade verdadeira sobre os desejos instigantes que pertubam e desconcertam, se levados à margem da intolerância dos “bons costumes ortodoxos”… Talvez por isso mesmo o sexo seja tão bom… Porque nos conceta com algo “más allá” do que estamos acostumados a atuar. Nos permite um passaporte vip a um parque de diversões restrito e exclusivo. E, se no final, os pensamentos de todos se encontrarem em alguma esquina do inconsciente coletivo, aí sim, Joca, Milena, Sabrina, Marcos, Camila e, de quebra Raquel e Paulo, poderão, todos, vivenciar o amor em sua pluralidade ou em sua “tara” mais profunda… Fui! (Para o meu parque de diversões no mundo da fantasia… rs)


















