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Síndrome do Filho Único


Existem várias síndromes no mundo. Algumas terríveis e outras mais “lights”… Mas a síndrome do filho único é, sem dúvida, uma das mais abrangentes e difíceis de curar. E essa síndrome, diferentemente do que o nome supõe, é estendida a pessoas com vários irmãos e também com mães perfeitamente “normais”. É a síndrome do estado de alerta para si próprio, da busca das suas verdades, do seu ângulo do gol. É o caminho que se trilha sem se importar ou precisar de mais nada que não seja a si próprio. E o melhor restaurante é sempre aquele que tem o melhor prato, não importando os figurantes que ocupam o cenário. “O meu mundo privado” é restrito e indevassável. É meu. E dessa forma se constroem fortalezas impenetráveis, sem passaporte vip para entrar. Os melhores amigos são o computador, a televisão e o livro. O “social status” vira a obrigação moral e as gargalhadas são cada vez mais forçadas em uma comédia sem emoção. Conheço vários “FUs – filhos únicos” e admito: são felizes assim. A sua forma egoísta de ver o mundo não os decepciona ou os aflige; ao revés, os conforta. Seu castelo impenetrável os alivia. E as suas dores, as guardam. São mimados e cheios de manias. São típicos filhinhos da mamãe, acostumados a somar para si os bônus da vida, e a não dividí-los com qualquer um. Só com os seus filhos únicos… Fui! (para o meu mundo particular e restrito…)

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