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Uma dor inimaginável



Um dia isso tudo vai acabar. Um dia não vou mais existir neste plano da forma que me vejo, da forma que penso, da forma que sinto... mas sei que, até esse dia chegar, serei eu, em milhões de pedaços fragmentados, que rogará por uma brisa fresca nos seios da minha face exausta.


Imagino a dor dos outros e penso sempre que sei o que significa sentir solidão dos seus, mas a verdade é que minha alma egoísta não consegue imaginar a dor verdadeira que é a perda de um filho. Graças a Deus não compartilho este sentimento, mas vislumbro pontadas de aflição, ensejadas em gotas fulminantes de amargor e uma profunda tristeza ao imaginar que alguém precisa suportar tamanha desolação.


Todos nós, em algum momento, já perdeu alguém importante. E essa perda nos persegue pelas ruas sombrias por que vagam nossas almas nos momentos de silêncio. Mas hoje, esse silêncio tornou-se insustentável, a anunciada morte precoce de um menino do mesmo colégio dos meus filhos e com toda uma estrada pela frente a percorrer, dilacerou um pouco da minha alma e fez com que eu me deparasse com a fragilidade que é nossa plena felicidade frente as circunstâncias de uma energia mais forte, que determina a hora de vir e de partir.


Hoje é um dia triste para a família que se despediu deste menino; e talvez assim será até o fim da existência de cada um deles... de certo, em algum momento eles encontrarão motivos para sorrir novamente, pois como já diziam os antigos; "a vida continua". Porém, sabemos que eles não mais existirão neste plano da mesma forma que se viam, que pensavam, que sentiam...


Fui! (...)


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