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A mecânica do amor


Encontrar nosso caminho, entender o que gostamos ou não de fazer, pode ser algo extremamente difícil, principalmente na juventude, quando tudo parece imenso, conflituoso e impossível. 


Isabel (Bel), já está na reta final da escola e sua resistência a escolha da faculdade e do que quer ser quando “crescer” é visível. A única coisa que consegue pensar é que adora criar e montar coisas e que entende bem de mecânica. Além da pressão sobre o futuro ela tem que lidar com o turbilhão de emoções que a separação dos pais vem causando. 

Vendo seu potencial e indecisão, uma professora decide incentivá-la a participar da equipe de robótica da escola, na intenção dela, talvez, se descobrir, e junto com o incentivo vem um alerta. 


“ – O mundo não é muito justo com garotas inteligentes – comenta ela. – Na maioria das vezes, ele vai tentar forçar você a caber numa caixinha. Mas peço que não dê ouvidos para esse tipo de coisa.” 


Agora, com essas palavras em mente, cabe a Bel decidir se vale ou não a pena fazer parte do grupo liderado por Mateo (Teo). Teo ao contrário de Bel, tem tudo programado em sua vida, não consegue imaginar viver sem planejar cada passo. Um jovem promissor, que em tudo dá o seu melhor. Reconhecendo, também, o potencial de Bel, ele não hesitou em colocá-la na equipe, porém, quando começam a trabalhar juntos no projeto, algo não sai como planejado e tudo vira do avesso para os dois. 


Com uma narrativa intercalada entre a visão de Bel e Teo, somos envolvidos facilmente em seus dilemas, experiências e questionamentos.  

Acompanhar o processo de amadurecimento, descobertas e aceitação de Bel foi digno de admiração. 


Teo não fica para trás, sabemos que nada é tão perfeito quanto parece, mesmo com sua vida toda programada ele também precisa lidar com questões conflituosas, com a pressão e cobrança tanto dos outros quanto de si mesmo, além de questões familiares. 


“...acho que meu pai não gosta de crianças. Acho que talvez ele goste de mim quando eu for adulto. Acho que ele presume que eu vá ser funcionário dele em algum momento, na verdade, e, até lá, meio que está esperando que eu vire alguém mais útil.” 


A autora com sua escrita leve e fluida não se limita em mergulhar o leitor apenas nas lutas de Bel e Teo, ela reforça alguns temas importantes através das experiências dos outros personagens, dessa forma, enriquecendo ainda mais o enredo. 


Uma obra que retrata bem o desafio da mulher em se posicionar perante as pessoas e a sociedade, que fala sobre empoderamento, não de forma equivocada, mas de maneira leve e com propriedade. 


Uma história bem escrita que passeia pelo amor, descobertas e mostra que o lugar da mulher é realmente onde ela quiser! 


Agradecimento da autora:

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"Escrevi esta história por nós, pelas garotas que somos e pelas garotas que fomos. Pelas mulheres que seremos; pelas muitas que virão depois de nós e que descobrirão, se fizermos um bom trabalho, que existe espaço para elas aqui...Por aquelas que tentam e estão exaustas, mas que têm esperanças e aspirações, porque nós, para o bem ou para o mal, somos dotadas daquela qualidade rara, do dom da criatividade, da curiosidade e da admiração."


Livro: A mecânica do amor 

Autora: Alexene Farol Follmuth 

Páginas: 384 

Editora: Editora Alt 

Classificação: +12 anos 

Gênero: Romance contemporâneo 


Andressa Adarque para a coluna Resenha da Maria Scarlet

Encontre-a no Instagram: @meuladoleitora

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