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Opções


Temos opções na vida. Isso é claro e é um fato. Opções para escolher e opções para nos perder. Opções para escolher são as opções fáceis, que nos aliviam e nos acolhem ao aconchego do bom resultado. Opções para nos perder são as opções de difícil escolha, daquelas que nos fazem pensar vinte vezes para, no final, escolhermos por impulso a que nos parecer mais razoável… Ou a mais comovente… Não sei! Há pessoas que são assertivas, firmes e práticas. Que não pensam tantas vezes para decidirem se “Tostines vende mais porque é fresquinho ou se é fresquinho porque vende mais”. É fresquinho porque vende mais! Simples assim. São pragmáticos. Não precisam desse enredo todo para definir uma verdade, e essa verdade é o que vale. Quantas verdades na nossa vida não assumimos como nossa? Quantas vezes nos vemos juntando cada centavo para pagar aquela prestação do apartamento próprio porque alguém nos disse que imobilizar o patrimônio é garantia de mantê-lo (às custas de pagar outros 2 imóveis só de juros…). Mas é a verdade que usamos. Algumas outras máximas também fazem parte da nossa seleção de opções já direcionadas, como, por exemplo, que tomate previne câncer e que produtos orgânicos são mais saudáveis. Então melhor ainda comer tomate orgânico!!! Mas ao eleger esta opção escolhemos nos prevenir do câncer (que o tomate ajuda a prevenir e que os agotóxicos ajudam a matar) mas… Não escolhemos nos prevenir de outras doenças que são causadas justamente pela falta da proteção do agrotóxico. O tomate continua sendo uma ótima opção, com ou sem agrotóxico. Mas cru, no bar do seu Zé… Acho que nesse caso a melhor opção é mesmo um misto quente! E a opção de terminar um casamento e embarcar em uma outra relação? Aventura? Delírio? Inconsequência? É uma opção difícil considerando os passivos que vão entrar na bagagem e os juros que muito provavelmente há de se pagar. Mas pode-se optar por se manter aí, inflexível, inerte e imobilizado em um casamento enfadonhamente rotineiro. E a opção de demitir-se e abrir um negócio próprio? Aí já nao é mais opção… É burrice mesmo! Mas quem foi que disse que burro não é feliz? Ou até mesmo rico??? O fato é que excesso de opção dificulta (e muito!) a nossa vida… Quantas vezes exageramos nos ingredientes de um prato em que temos que montá-lo segundo as regras de um restaurante fast-food? E quantas vezes trocamos de par pelo simples prazer de beijar diferentes bocas (e outras partes)? Afinal temos opções… E quantas vezes optamos por não sermos simpáticos? Também sempre temos a opção de voltar e refazer a performance. Mas a outra pessoa tem a opção de não aceitar o nosso sorriso depois da nossa opção de desacatá-lo… As opções servem para todos. E bom mesmo é saber que amanhã teremos a opção de fazer aquele prato com menos ingredientes… Mas desta vez com molho de tomate orgânico, claro! E fim de papo.

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