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Politicamente Correto


É Chato. É realmente… chato! Ser politicamente correto é cansativo, entediante, frustrante. É perto do abismo da morosidade. É raso e é bege. Estar sempre em conformidade com os padrões aceitáveis é diretamente oposto ao conceito do benefício próprio, de uma forma mais egoísta e focada. Se por um lado é reconfortante saber que estamos agradando a “gregos e troianos”, por outro, é totalmente desestimulante a ideia de nos limitarmos a dizer, ou a fazer, “o esperado”. E é igualmente preocupante nos perdermos em regras que, muitas vezes, nem concordamos. Talvez, por isso, alguns artistas prefiram o papel de vilão, alguns cantores prefiram o som pesado, ou agitado, com melodias pouco ortodoxas, e alguns esportistas prefiram enfrentar o medo de esportes ultra-radicais. Talvez, por esta mesma razão, todos nós gostemos mais do sexo com sacanagem, da comida com gordura e do texto com palavrão. Talvez gostemos, não quer dizer “consumimos”. E não consumimos porque sermos autênticos, às vezes, e também quase sempre, incomoda. Se destacar, se diferenciar, se reinventar, em meio a blocos de concreto, incomoda. Por isso, estar em paz consigo mesmo significa, geralmente, estar “conforme” com o universo social que nos cerca. Estar “apto” para frequentá-lo e disponivel para concordar é fundamental para postularmos um bom cargo social, ainda que lá dentro escutemos pulsar uma voz irritada dizendo que esse tal filme “O Artista” é chato. E me desculpem a franqueza, mas sexo com camisinha é sem graça… Fui!

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