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Puritana, eu?


Sem pudor e sem meias-palavras… Desbocada e sincera. Meia deusa, meio demônio. Sou assim… Meio gente, meio “pomba-gira”. Me lembro da última vez que me confessei. Foi “literalmente” há séculos. Se salvaram a minha alma? Claro que não. Eles nunca salvam ninguém. São, mal comparando, igualmente criminosos aos laboratórios de remédios para emagrecer ou, pior ainda, aos traficantes que te garantem a “salvação da sua felicidade” em troca da sua fidelidade. Se rezar 10 ave-marias e 10 pai-nossos fosse garantia de me livrar do inferno, rezaria 100 vezes e não 10. Mas a única garantia que há, de fato, é a de que estarei por mais 10 anos em dívida para poder me candidatar à compra do ingresso Vip do paraíso. E isso se eu me dedicar bem. Se for coerente com o que prega a Santa Fé Católica de que, se eu me casar, devo conservar este estado até que o bom Deus resolva me buscar. Não importa se eu for infeliz nesse meu casamento. O que o homem escreve não pode ser apagado. “Borracha” não existe nessa missa, o “Deus Católico” deve ter uma quedinha por caneta ou pilot… Casar de novo? Nem pensar! Só mesmo se eu quiser ser excomungada dessa maravilhosa e (casta) recreação psicológica. Camisinha? Não deveria… Método anticoncepcional é crime para a Santa… Santa o quê mesmo? Ah… “Santa Fé”. É… tem que ser Santa, e de preferência ter muita Fé. Se sou católica? Claro que sou, no Brasil todos são católicos nos formulários de busca de emprego ou para celebrar uma cerimônia de casamento ou bastimo. E pensar que a ex-mulher do meu marido, que prostituiu os próprios filhos em um tribunal para garantir um carro novo a cada ano, frequenta todo domingo a Santa Fé, na missa do Padre Bento. E nesse contexto puritano, quem se salva mesmo é a Carminha da novela das 9… Fui! (Confesar mais um pecado!)

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