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  • Quem é o bandido?

    Afinal, quem é o bandido? O negro, a puta ou o indigente? Somos todos suspeitos até que se prove o contrário ou… até que retiremos as roupas de marcas que cobrem nossos nutridos corpos à base de proteínas e vinhos caros. Somos todos lixo da mesma espécie: a humana. Somos todos maus e bons, dependendo somente do ponto de vista, ou do carro que nos leva. Somos todos menos hipócritas quando lidamos com o sujo, mas mais verdadeiros quando estamos à frente do poder. As regras de boa educação incluem um bom funk com letra vulgar sempre que ele estiver tocando no gabinete do chefe. É boa a música clássica, se esta for ouvida em uma grande e requintada sala, caso contrário, seria melhor descartá-la por pura falta de tempo. Igualmente são belas as donas dos corpos desnudos que circulam em canais de fofoca; se são santas ou putas, não se sabe, mas não denegrimos sua imagem elaborada pelos holofotes nem comentamos sua maquiagem imperfeita se contemplamos a beleza exageradamente desnuda que, sem querer, compartilhamos com nossos olhares curiosos sobre o óbvio. Somos a única raça que discrimina o negro, mas que também o vangloria pelo mesmo motivo fútil: ser negro! Tiramos as oportunidades sociais e fornecemos os benefícios eleitorais, através de descontos concedidos pela intolerância decretada.  Choramos o caos do mundo, a fome alheia e a desgraça dos refugiados. Mas temos indigentes aos nossos pés, catando providenciais restos de Mc Donald’s deixados à deriva da nossa porta…  Afinal, não sabemos quem é o bandido, mas sabemos que não somos nós… Fui! (me encolher e guardar meu dedo indicador…)

  • Rio de Sorte

    Foto: Virgínia Linhares Graças a Deus e ao Babalorixá da Sorte. Graças às rezas e às mandingas dos despachos sorrateiros. Graças ao Jesus e ao Zé… Que Zé? Aquele que esquenta o tamborim depois que a graça do Espírito Santo se faz presente. Se somos todos sortudos, somos todos filhos do Santo da Sorte. Do Santo que segura o dado quando o número que ninguém quer ver insiste em aparecer. Essa sorte, a maldita sorte que estava sumida há tempos, resolveu sambar em pleno mês de agosto. E fez reinar a profecia do malandro debaixo de tantos olhares. Se é a passarela que encanta, chamemos a pomba mais glamurosa que, rebolando ao som do antigo, esmoreceu o Universo que se encolhia diante de tão majestosa beleza. E o que dizer dos atabaques? Foi o som providencial ao fundo da melancólica sintonia de tantos hinos que contam glórias e guerras do passado.  Foi magistral o espetáculo que encobriu a miséria e o caos, que jazia em um lugar desesperançado. Pois fez-se a esperança renascer das esquinas dos antigos povos de rua. Trouxe os olhos do Mundo ao esgoto a céu aberto e eis que fez-se dia em quinze noites de alegria. Se minha casa não era boa o suficiente, tornou-se, pois, um palácio servil e obsequioso. Tornou-se fácil e acessível, mas nem por isso, tornou-se vulgar. Foi sim a Sorte que nos deu de presente os aplausos merecidos entre as calúnias providenciais, que não desmereceram o grande acontecimento, ao contrário, que ajudaram a enaltecer ainda mais o valor do passe entregue. Se são vísceras do passado que devem ser arrancadas do presente, foram estas muito bem dissecadas, em uma cirurgia reparadora precisa, ou em um golpe certeiro do Senhor da Sorte. Se é um amanhã com ritmo de batuques, emoldurado em um museu que leva o nome do futuro, desejo que seja ele bem quente, bem tropical e bem bagunçado. Com o rebolado da pomba e o chapéu do Malandro, a Sorte abençoou novamente esse filho, que era feio, mas que se tornou Maravilhoso.  Fui! (agradecer…)

  • Complexo de Vira-lata

    Estamos sozinhos na pista de dança. Pensamos que os olhares que acompanham nossos movimentos os criticam e os desprezam. Mas esses olhares não julgam nem criticam. Esses olhares apenas olham. São os espelhos no canto do salão que incriminam a nossa dança. Eles, os espelhos, são cúmplices da nossa insatisfação, do boicote ao que é nosso. Pensamos que o Mundo está contra nós, mas somos somente nós que lutamos com a nossa essência. Somos nós que nos desfazemos do que temos de lindo para entregar à suja padaria um troco muito maior por um pão que nem é tão fresco assim… Mas claro que por pior que seja o pão, ainda é muito melhor do que pensamos merecer. Isso porque enaltecemos o chão que pisamos sem nos darmos conta de que é apenas um meio para chegarmos onde queremos ou onde merecemos. Se não somos tão bons quanto os filhos de Sam, por que nos atrevemos a frequentar suas casas? Ou por que pintamos nossas paredes com a mesma cor desbotada e sem graça? Talvez não sejamos exatamente piores, talvez sejamos, apenas, nós mesmos. E, se temos algum complexo de vira-lata por não acreditarmos muito em nós mesmos, tudo bem. Vira-lata tem várias qualidades! E se observarmos bem, vamos perceber que sabem dançar várias músicas… Fui! (aproveitar a minha dança…)

  • Eu Acredito

    Vejo atletas chegando. Vejo uma arena sendo montada. Vejo pessoas esperando. Sou sarcástica, irônica, realista. Não acredito muito na boa fé da humanidade, mas, ainda assim, acredito nas pessoas. Acredito que podemos mudar. Acredito que o fim é muitas vezes uma oportunidade de um novo recomeço. Não sou “olímpica” nem quando era viva, mas vivo uma olimpíada diária ao tentar proteger os meus do pecado da ganância.  Os incentivo à luxúria da alma, mas jamais à briga de rua, ao confronto impiedoso, ao sangue dos justos pelos injustos. Tento ser melhor do que jamais fui, mas confesso que não consigo vislumbrar um cenário de glória. O brilho do cobiçado ouro é ofuscado pelo preto do luto em que jaz a “Cidade tantas vezes Maravilhosa”, e o cheiro do medo impregna os olfatos de quem se assusta com a própria sombra. Hoje os seres humanos são menores que seus ideais e a esperança… Bem, a esperança é sempre a última que morre. Então percebo que o “espírito olímpico” se confunde com o “espírito natalino”, na crença de que, ao menos por alguns segundos, é possível se esquecerem do caos em que vivem e subirem todos juntos no pódio dos vencedores. Que venham as Olimpíadas 2016! E que tragam algo bom para este povo tão sofrido… Fui!!! (torcer, vibrar e conquistar algumas medalhas…)

  • Quem somos nós, afinal?

    Depois de séculos de evolução nos encontramos involuídos... Somos todos omissos ao dizer sim, quando deveríamos dizer não. Somos omissos ao não dizer nada. E somos omissos por permitir que a violência entre em nossoas vidas através do nosso olhar negligenciado do Mundo. Somos todos culpados. Somos culpados por não frear a insistente força que permanece entre nós, seres humanos. A força pela sobrevivência da espécie se solidificou em um "nós" que não mais reconhecemos. São aqueles conselhos da vovó, aqueles velhos e com cheiro de naftalina que sopram providenciais códigos para a nossa já tão esquecida "civilidade". Somos mais vicerais e menos, muito menos, formais. A educação esbarra no quesito prazer e se transforma em praticidade, em uma licença poética sem fim. Estamos amargurados e estressados. Precisamos de drogas para nos mantermos de pé. Precisamos de drogas para dormir. E, muitas vezes,  precisamos de drogas até para respirar. Somos todos medrosos diante da ameaça, mas valentes diante do oportuno. Somos a massa movida em peso pelo sabor da gula, com doses cavalares de manteiga e açúcar. Mas nos esquecemos que precisamos somente de "bom senso". O bom senso para entender que é urgente nos readequarmos, nos reinventarmos, nos reanimarmos diante da vida. Usamos a sobrevida que nos resta, diante dos horrores apocalípticos do final deste Mundo condenado. Estamos todos condenados a sucumbir pelos pecados alheios, sem nos darmos conta de que, ao falarmos sobre estes, estamos nós mesmos atribuindo a eles a nossa descrença e a nossa indiferença. E a cada indifereça pela dor do outro é um pouco mais da nossa culpa que deixamos pelo caminho. Fui! (rezar...)

  • Quem somos nós, afinal?

    Depois de séculos de evolução nos encontramos involuídos… Somos todos omissos ao dizer sim, quando deveríamos dizer não. Somos omissos ao não dizer nada. E somos omissos por permitir que a violência entre em nossoas vidas através do nosso olhar negligenciado do Mundo. Somos todos culpados. Somos culpados por não frear a insistente força que permanece entre nós, seres humanos. A força pela sobrevivência da espécie se solidificou em um “nós” que não mais reconhecemos. São aqueles conselhos da vovó, aqueles velhos e com cheiro de naftalina que sopram providenciais códigos para a nossa já tão esquecida “civilidade”. Somos mais vicerais e menos, muito menos, formais. A educação esbarra no quesito prazer e se transforma em praticidade, em uma licença poética sem fim. Estamos amargurados e estressados. Precisamos de drogas para nos mantermos de pé. Precisamos de drogas para dormir. E, muitas vezes,  precisamos de drogas até para respirar. Somos todos medrosos diante da ameaça, mas valentes diante do oportuno. Somos a massa movida em peso pelo sabor da gula, com doses cavalares de manteiga e açúcar. Mas nos esquecemos que precisamos somente de “bom senso”. O bom senso para entender que é urgente nos readequarmos, nos reinventarmos, nos reanimarmos diante da vida. Usamos a sobrevida que nos resta, diante dos horrores apocalípticos do final deste Mundo condenado. Estamos todos condenados a sucumbir pelos pecados alheios, sem nos darmos conta de que, ao falarmos sobre estes, estamos nós mesmos atribuindo a eles a nossa descrença e a nossa indiferença. E a cada indifereça pela dor do outro é um pouco mais da nossa culpa que deixamos pelo caminho. Fui! (rezar…)

  • Traídos pelo Ego

    Por anos e anos vejo amores se despedaçarem por caprichos infundados e egos inflados… Sou testemunha dos infortúnios que as traições deflagradas instauram na alma e na vida de um casal feliz. Não raras são as tentativas de reconciliação, também desmanteladas pelo caminho da raiva e da dor. É claro que ser traído não faz bem ao coração. Mas e quanto ao resto? Se a autoestima piora, o amor, quem sabe, melhora… Se não o amor, as tentativas que seguem. Ou ainda, quando cessam as tentativas e a vida segue só, abordada por convites dispensáveis de alegrias momentâneas e fúteis, é que nos entendemos fruto do nosso próprio reflexo de perfeição. Só que, se não somos perfeitos nem para o nosso próprio espelho, por que esperar que a perfeição venha justo dele, o “sobrecarregado relacionamento”?? Porque as expectativas são todas, ou quase todas, sobre a forma que queremos ser amados, e não do amor em si. E se, por algum momento, o “seu” amor seguir alguma via controversa? Não existe atalho que conserte esse desvio malfeito? Vivi muito para ver pobres almas vagando sozinhas por esse mundo de solidão, porque um dia preferiram buscar a razão em suas desavenças, sem notar que pior do que o corpo que se esquenta em camas de outrem é o corpo que jaz só em uma cama fria, no final de uma vida. Se existe a traição, também existe, e é fato, o perdão. Existe também algo mais valioso do que a “indignação”, e se chama: inteligência. Inteligência para não sucumbir à vaidade, inteligência para ver mais longe, inteligência para escolher uma vida feita ao lado de pessoas e não de ilusões… Fui! (Dormir ao lado do meu, quentinha e coberta de sonhos…)

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