Vejo atletas chegando. Vejo uma arena sendo montada. Vejo pessoas esperando. Sou sarcástica, irônica, realista. Não acredito muito na boa fé da humanidade, mas, ainda assim, acredito nas pessoas. Acredito que podemos mudar. Acredito que o fim é muitas vezes uma oportunidade de um novo recomeço. Não sou “olímpica” nem quando era viva, mas vivo uma olimpíada diária ao tentar proteger os meus do pecado da ganância. Os incentivo à luxúria da alma, mas jamais à briga de rua, ao confronto impiedoso, ao sangue dos justos pelos injustos. Tento ser melhor do que jamais fui, mas confesso que não consigo vislumbrar um cenário de glória. O brilho do cobiçado ouro é ofuscado pelo preto do luto em que jaz a “Cidade tantas vezes Maravilhosa”, e o cheiro do medo impregna os olfatos de quem se assusta com a própria sombra. Hoje os seres humanos são menores que seus ideais e a esperança… Bem, a esperança é sempre a última que morre. Então percebo que o “espírito olímpico” se confunde com o “espírito natalino”, na crença de que, ao menos por alguns segundos, é possível se esquecerem do caos em que vivem e subirem todos juntos no pódio dos vencedores. Que venham as Olimpíadas 2016! E que tragam algo bom para este povo tão sofrido… Fui!!! (torcer, vibrar e conquistar algumas medalhas…)
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