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  • Desapego

    Desapego é o movimento natural a que somos submetidos a cada fase da vida. O desapego material, que é supostamente mais fácil do que o desapego emocional é uma forma de desvencilhar-se de todo e qualquer vestígio de passado-presente, e exorcizar os fantasmas guardados no armário, coroando uma vida nova cheia de desafios e objetos carimbados pela moda atual. Mas se para uns doar o que já não se usa mais é um ato de liberdade e alívio, para muitos outros é um ato de aflição extrema, onde a peça doada, e já não usada, em pouco tempo se transforma na lembrança amarga do armário mofado que chora pela sua ausência. O tempo passa e com ele várias lembranças se esvaem pela nossa memória. E com elas se vão os momentos e as referências. Fica um sentimento, uma sensação do que foi vivido. Algo concreto? Somente aquela peça de roupa que se foi junto com sua boa ação. E se a vida não te trouxer de novo aquele momento? Certamente outros virão. Mas com as cores da moda. E desta vez sem o acabamento xadrez e sem o detalhe de madeira que só fazem parte da coleção daquele ano… E assim a sala vai sendo renovada e o armário atualizado. Se eu sou a favor da doação de peças velhas e sem uso? Claro que sim!!! Só que da doação das suas coisas porque as minhas estão bem guardadinhas no canto superior do meu closet. De propósito mesmo, para ninguém mexer lá, nem eu… Fui! (treinar mais o desapego das coisas sem uso, mas que eu adoro…)

  • Leveza

    Ódio, raiva, revolta, mágoa. Todos sentimentos justos que nos inspiram a lutar pela nossa verdade, pela nossa causa (ainda que a nossa luta seja por retribuir um injusto xingamento de trânsito…). Essa atmosfera nos traz calor, nos aproxima do caos necessário para a construção ou a reconstrução da nossa, muitas vezes, apagada identidade. Mas ao nos afastarmos um pouquinho, ao considerar uma pequena pausa nessa selva de macacos loucos nos deparamos com uma verdade inesgotável: a de que a vida é mais fácil quando a levamos com “leveza”. Não digo desconsiderar por completo o absurdo de ser ultrapassado em uma fila, mas talvez, só talvez, deixar passar sua frente aquele apressado mal-educado que vai te fazer franzir sua testa “recém-botoxiada” e te fazer encher de adrenalina seu corpinho que acabou de passar por uma massagem revitalizante. Viver por si só é extremamente complexo e desafiador. A aventura de manter o equilíbrio em ambientes hostis obrigatórios, como o trabalho e a casa da sogra, já são armadilhas suficientemente perigosas para nossa saúde emocional. Manter-se asilado do universo deseducado do “Faroeste Caboclo” em que vivemos não é covardia, é na verdade, estratégia. “Estratégia de guerra” onde o objetivo não é a luta em si, mas manter a munição guardada e as armas intactas para o tiro certeiro. Até lá, uma boa cerveja gelada e um sorriso na cara para espantar as grosserias do dia a dia… Fui! (sorrir, rir, gargalhar e me esbaldar!)

  • Humildade

    Humildade é algo lindo de se ver. De se ter. De saber que alguém a tem. Ser humilde é profundamente libertador quando o foco está na percepção do outro. E é igualmente delicioso entender-se como alguém sem porte de prepotência, sem fonte de argumentos indecorosos, sem o saber infinito de verdades e justiças... Mas como já dizia minha bisa, "quem muito se abaixa mostra mais do que deveria", e mostrando algo tão precioso como a nossa mais absoluta pureza de intenções, a sensação que se dá é que estamos expostos. E que o caminho escada abaixo não é somente o mais certo, mas também o melhor a seguir. Afinal, somos humildes aos olhos dos bons e, como bons, soletramos o alfabeto sem sotaque e decretamos a mostra coletiva da nossa  "humilde derrière". Mas como sempre dirijo na contramão, sou categórica em afirmar que sim, sou boa, sou linda e sou especial. Sou tudo o que não se pode dizer em voz alta, mas sou. E sou mais do que penso que sou, bem além das expectativas humildes da minha singela posição social. E se eu me curvo à enfastiada razão alheia? Claro que sim, quando estou com calcinha nova... Fui! (levantar minha cabeça porque me curvar demais me dá câimbra...)

  • Artesanato

    Artesanato é lindo. Na casa alheia. Bonecas de pano, sapatos com cheiro de couro virgem, bolsas com emaranhados aparentes, coisas sem muito acabamento… Artesanato é a inspiração humana transformada nas mãos de talentosos artistas… Parabéns para eles, mas por favor, não me venha com um “presentinho artesanal” no dia do meu aniversário!!! Presente para mim começa com um embrulho bem sofisticado e rebuscado. O conteúdo pode ser simples, mas desenvolvido por várias mãos em várias máquinas potentes… A história de um objeto feito com dedicação é encantadora, mas não me encanta. Quero é distância de armazéns e lojas de fundo de quintal! “Pano de xita” é bonitinho em terra tupiniquim com calor de 40 graus e água de coco pra refrescar… Eu gosto de ver a arte florecer, a indústria caseira funcionar e gerar lucros, de ver pessoas criando. É lindo, mas não para estar decorando a estante da minha casa, nem para compor as peças de roupas do meu armário. Artesanato pra mim é que nem sacolé, bom no momento em que chupa e horrível na consiência engordativa… Melhor, me dá uma Coca Zero e embrulha uma Barbie pra presente, por favor. Mas com um papel “beeem plastificado”, ok? Fui! (pra bem longe dessas feiras de artesanato…)

  • “Mais”

    Mais. Muito mais. Eu quero mais. Mais do que bom, eu quero mais ainda. Mais do que eu tenho, mais do que quero. Mais do melhor e mais da vida. Quero mais. Mas “mais” sem pudor, sem culpa. Quero mais sem olhar para o “menos” ao lado. Quero mais. Mais para mim e para os meus. Mais do que somente o suficiente. Mais amor com sexo e mais sexo sem amor. Mais motor no carro e mais futilidade na geladeira. Mais egos satisfeitos e mais saldo na conta bancária. Mais tempo na academia e mais longe de qualquer hospital. Mais espaço para viver e mais “bugingangas” para encher as frestas que sobram. Mais festas e mais escolhas. Mais histórias e mais fotos para guardar. Mais, muito mais. Quero tanto “mais” que acabo esquecendo do “mais” que é mais necessário: Mais tempo para viver todos os mais da minha vida. Fui! (buscar menos e simplesmente viver mais…)

  • Pecados Capitais

    Às vezes me sinto assim: queimando. Pode ser porque fui uma prostituta, porque sou uma dona de bordel ou porque, na verdade, o que existe hoje é minha alma pecadora, cheia de passivos, lotadas de erros do passado. Queimo de remorso e, às vezes, queimo de raiva por não ter me dado a chance de sentir remorso hoje. Queimo de vontade de gritar e de implicar. Queimo de preguiça de obedecer ao bom senso. Queimo por não aparecer para quem eu quero que me veja, queimo por não me fazer sentir por quem eu esperei por uma eternidade. Queimo pela minha soberba, em pensar que sou a melhor para mim e para quem deveria me acompanhar nessa caminhada. Queimo por não existir como eu gostaria, como eu queria. Queimo de inveja de quem pode ou de quem poderá o que eu já não posso mais. Queimo de tesão pela luxúria em que vivia, sem leis ou mandamentos. Queimo de avareza por ter o que é fútil e perdulário. Queimo pelo mundo material, carnal e pecaminoso. Queimo pelo adjetivo mundano, da vida difamada e quente. Queimo de vontade de amar sem culpa ou sem parâmetros. Queimo pela gula da vida de verdade, do álcool na veia e da gordura da fritura proibida. Queimo pela vaidade absoluta de todo meu ser que é belo aos meus lindos olhos, mesmo que apenas em um reflexo pelo espelho da minha alma. Queimo pela redenção dos meus pecados. E pela vida eterna. Amém. Fui! (buscar gelo...)

  • Voltar

    Tão importante quanto ir é, muitas vezes, voltar. Voltar para onde saímos. Voltar para nossa casa. Voltar para nossa essência, para nosso núcleo. Voltar para encontrar o que já está perdido há muito tempo, voltar para nos encontrarmos. Voltar para nós mesmos. É sempre bom saber que nós sempre vamos estar aí, a nossa espera. A nossa vida gira em torno de muitas pessoas, de muitas situações e emoções. Somos coadjuvantes de muitos protagonistas, mas temos sempre o nosso próprio roteiro quando sabemos procurá-lo. E ele está ali, bem guardado em alguma estante velha da “nossa casa”. Por mais distantes que estivermos de nós mesmos, sempre podemos voltar. E só o fato de sabermos disso já nos faz (mais) confiantes e seguros. Saber que sempre existe um lugar que é só nosso e que podemos visitar sempre que quisermos é o acessório mais importante para encarar a estrada que seguimos adiante. Saber que podemos voltar sempre que for necessário reabastecermos nosso combustível, reavaliar nossa vida, trocar de personagem e até mesmo nos prepararmos para um papel principal. Voltar para respirar ou simplesmente, para agradecer e sorrir. Fui! (Voltar para casa um pouquinho só…)

  • Saudade

    Às vezes sinto saudade. Saudade do tempo em que era um alguém cheio de curiosidades e cheio de dúvidas também. Sinto saudade do cheiro da comida da avó, da brincadeira dos amigos, da mochila velha do colégio. Sinto saudade do leque de possibilidades que eu tinha, saudade da dúvida do que viria a seguir. Sinto saudade sim, saudade "dele", do meu futuro. De um futuro que era tão enigmático e estimulante. De um futuro que se tornou tão diferente e ao mesmo tempo tão próximo dos meus sonhos. De um futuro que era alto, jovem, forte e rico. Sinto falta de imaginá-lo assim: grande. O meu futuro não mudou de rosto, só chegou mais perto para que eu pudesse enxergá-lo com todas as suas rugas e pequenos defeitos. Se fez presente e me fez lembrar da casa onde eu me sentia segura, que agora está longe. E quanto mais perto "ele" se aproxima, mais saudade eu sinto e mais de longe eu vejo toda essa minha saudade... Fui! (comprar uns óculos escuros...)

  • O Depois

    Muitos dizem que o melhor do sexo não é o momento propriamente dito, mas sim o momento que antecede ao famoso evento. Outros dizem que bom mesmo é o durante, no percurso da maratona de troca de fluídos. Há também os que classificam como melhor momento o "depois", aquele justo quando acaba a "fogosa peça de teatro". Na contramão dos comentários e opiniões (pra variar, claro!) sugiro que o melhor momento, o "melhor melhor" não é nem o antes, nem o durante e nem mesmo o depois (o logo depois quero dizer). O melhor de todos os momentos é aquele que vem um pouco depois do "depois do ato consumado". Esse momento, quando visto e sentido do ângulo de quem é amado, é simplesmente o mais especial. Saber que depois de toda a adrenalina, vontade, desejo e, enfim gozo, o objeto amado não repudia o seu abraço, não descarta o seu cheiro, não tem vontade de sair em direção à outra estação. Esse momento é o que define a fronteira entre fazer sexo e fazer amor. Por mais sacanagem que exista entre quatro paredes, naquele instante em que ambos se olham e se enxergam, o amor se torna absoluto no palco dessa peça (e isso sem cafonices e pieguices!). E nesse dia dos namorados o que muita gente procura não é o sexo, nem no seu começo, no seu meio ou no seu fim. É a intimidade de ter alguém só seu querendo estar ali, nos seus braços, sem desejar nada mais em troca. Só você. Fui! (amar muito, porque hoje é dia!)

  • Detalhes

    Paredes sem quadros, calça sem cinto e orelhas sem brincos. Sempre gostei de coisas inacabadas, sem o “toque final”. Achava que ser diferente era mais interessante, mais original. Com o tempo, com a idade e com a mudança que todos nós sofremos em diferentes graus na vida comecei a achar que a parede da minha casa estava triste sem um quadro para adorná-la. Que talvez, só talvez, um quadro colorido pudesse complementar o que já estava bonito. E nesse mesmo momento percebi que minha cintura, já calejada de tanto crescer e diminuir depois de engravidar, comer exageradamente, fazer lipo e dietas malucas, precisava de um prêmio de consolação. Algo que a destacasse no conjunto da obra. E por que não incluir um brinco, ainda que discreto, para enfeitar minha esquecida orelha? Porque acessórios, adornos e peças secundárias nunca foram minha prioridade, eram somente “detalhes”. Detalhes que com o tempo acabei descobrindo, serem de fundamental importância para o conjunto da obra. O conjunto da obra que chamamos nossa vida. Porque o detalhe é o que muitas vezes faz toda a diferença. Hoje todas as minhas paredes possuem quadros, minhas calças levam quase sempre um cinto e minha orelha sempre tem um brinco (discreto, mas tem!). Fui! (perceber mais os detalhes da vida…)

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