Dizem que os filhos não são nossos, mas do Mundo. Que devemos criá-los para a “vida”, para que encontrem aquela tal felicidade, para que encontrem o amor das suas vidas, para que encontrem seu caminho e, finalmente, para que se encontrem. Dizem que devemos amá-los e ensiná-los. Que somos as responsáveis por prover a melhor vida que pudermos na primeira, segunda e terceira infância, até que, enfim, eles possam alçar seus próprios vôos… Sozinhos. Pois bem, agradeço os conselhos e admiro a abnegação das mães que conseguem ser exatamente assim: despreendidas de si em prol dos seus. Admiro, elogio e aplaudo. Mas realmente não compartilho desse sentimento lindo e elevado. Sou inteira vermelha, revestida de todo amor incondicional e passional que habita meu ser em cada entranha das minhas rugas e em todos os espaços da minha alma. Sou egoísta com os meus, sejam eles batons, chocolates ou mesmo, “filhos”. Porque se os fiz, ou se os quis, os trouxe para mim. E se os tenho como filhos, os tenho como pedaços de mim. E meus pedaços, me desculpem, não são do Mundo… São meus! Sempre meus, em todos os momentos eles serão “meus” e refletirão em seus olhares os meus ensinamentos. Eu sou a referência e eles a prática. Nos completamos e nos entendemos. Sou eu, em todos os estágios de entendimento, que tenho que me acomodar com as vidas que ajudei a crescer… Porque a vida é deles. Sim, a vida é deles, mas os filhos… Esses são meus. Para sempre. (Desculpe Mundo… Mas os filhos são “meus”). Fui! (me apegar, agarrar e aproveitar enquanto os meus são bem “meus”…)
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