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A Liberdade de Escrever os Próprios Roteiros


Acredito na possibilidade de reescrever nossa vida como se estivéssemos criando roteiros teatrais. Se um roteiro não saiu como esperávamos, sempre temos a chance de escrever o próximo de forma mais alinhada com nossas expectativas. Um dos maiores equívocos que muitas pessoas ainda cometem é continuar "ensaiando" o mesmo roteiro que já não funciona, na esperança de que um dia ele melhore.


Um dos momentos mais libertadores da minha vida foi quando percebi que não precisava seguir o roteiro padrão da maioria: estudar, arrumar um emprego, namorar, noivar, casar, ter filhos e esperar pela aposentadoria num trabalho que já não me fazia feliz pensando apenas na segurança financeira e esquecendo da emocional ou em um relacionamento amoroso desconectado por medo de ficar sozinha.


Quando entendi que a escolha dos caminhos a seguir era exclusivamente minha e que não precisava tomar decisões baseadas nas crenças alheias, descobri o verdadeiro significado da liberdade.


Há algum tempo, optei por viver uma vida criativa e livre, impulsionada por mim mesma e seguindo minha intuição. Não estou dizendo que casar, ter filhos ou se aposentar após anos no mesmo emprego esteja errado. O que defendo é que cada pessoa deve escrever seu próprio roteiro de vida, de acordo com o que seu coração pede e o que trará plenitude e felicidade genuína, aquela felicidade que traz emoção e orgulho por ser quem somos e fazer o que fazemos.


Acredito que a liberdade é essencial para a dignidade. Uma mulher livre compreende seu valor diante da vida e sabe que merece vivenciar as melhores experiências, pessoais e profissionais. Ela não aceita migalhas de qualquer natureza e enxerga seu próprio valor no espelho, independentemente dos padrões de beleza impostos pela sociedade.


Uma mulher livre se comunica sem se vitimizar, ela vai atrás do que acredita e busca seus objetivos com determinação e coragem. Essa clareza, sem dúvida, é adquirida ao longo da maturidade e das experiências de vida. Eu mesma, no passado, mantive relacionamentos tóxicos por tempo demais e permaneci em um trabalho que me deixava infeliz, tudo por medo do julgamento alheio. Naquela época, não percebia que estava dizendo SIM para os outros e NÃO para mim mesma, quando deveria ser o contrário. Como mulheres, precisamos aprender a dizer mais SIM para nós mesmas do que NÃO.


Nós mulheres, somos frequentemente bombardeadas por tantas crenças negativas ao longo da vida que acabamos aceitando-as como verdades absolutas, sem nem mesmo questioná-las. Essas crenças nos colocam em posições inferiores no trabalho, nos relacionamentos amorosos e, o que é ainda pior, em nosso relacionamento conosco mesmas. Essas crenças nos impedem de "sentarmos à mesa", como bem descreve Sheryl Sandberg em seu livro "Faça Acontecer - Mulheres, Trabalho e a Vontade de Liderar".


É por todas essas razões que muitas vezes vivemos nossas vidas de forma reativa, sem assumir o papel de protagonistas que verdadeiramente somos em nossa jornada.

Ao me deparar com a realidade de ser uma mulher livre, percebo que tenho o poder de criar uma vida que faça sentido para mim. Já passei por um divórcio e encontrei um novo amor, já tive a coragem de escrever um livro e pedir exoneração de um trabalho que não me completava. Ao longo do tempo, vivi diversas experiências e sei que ainda há muitas outras por vir, todas elas me aproximando cada vez mais da minha essência verdadeira.


Não falo que é necessário passar por um divórcio ou escrever um livro para se sentir livre, essas são vivências minhas. É importante lembrar que essas decisões são pessoais e somente você sabe o que realmente ressoa em seu coração. No entanto, sugiro que reserve um momento para refletir sobre seus sonhos, desejos e objetivos, e avalie como seu roteiro de vida se encontra no momento presente. Ele está alinhado com sua essência? Ele verdadeiramente te faz feliz? As palavras, linhas, pontos e parágrafos deste roteiro estão onde deveriam estar?


Independentemente do resultado dessa reflexão, é fundamental lembrar que você, como mulher, é naturalmente livre para viver e escolher o que faz sentido para você. Você possui um poder criativo que lhe permite reorganizar a rota e, acima de tudo, deve ser a principal impulsionadora do seu próprio caminho. Siga a voz da sua intuição e confie na sua capacidade de criar uma vida que seja autenticamente sua.


Ive Bueno para a coluna Universo Feminino

Encontre-a no Instagram:@euivebueno



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