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Matéria de capa: Renata Christiny

A dona do Papo de Bordel mais erótico da Maria Scarlet


Por Alexia Road


Renata Christiny (ou R_Christiny, como muitos a conhecem) é a mulher responsável por sacudir o papo mais quente da Revista MS, assim como as redes sociais e a Amazon.

Renata tem 26 anos, mora em São Paulo com o noivo é escritora best-seller da Amazon. Com duas graduações nas costas, começou na escrita com thrillers psicológicos e dramas baseados em histórias reais. Seus textos emocionantes conquistaram muita atenção por onde passaram, colhendo lágrimas e surpresas.

Mas quando os romances eróticos chegaram às mãos da Renata, ela os transformou em livros com mocinhas fortes, determinadas e sensuais, cheias de opiniões e prontas para debater com os famosos mocinhos. Ao todo, já consta com mais de 8 milhões de páginas lidas no Kindle Unlimited.

Conheci Renata pelas redes sociais e me impressionei com suas narrativas excitantes, mas também com o empoderamento que ela aplica dentro e fora de seus livros. Ela é famosa por abordar a sexualidade feminina de maneira franca, direta e emocional.

Afinal, por que não devemos aceitar e trabalhar os próprios desejos? Essa é uma das perguntas que ela vive respondendo às suas leitoras na coluna Papo de Bordel.

Dona de muita simpatia e simplicidade, ela toca em assuntos tabus de forma muito livre, sem tangenciar a vulgaridade cotidiana eles resvalam. Por mais difícil que seja de acreditar, muitas mulheres ainda carregam dentro de si a vergonha, a timidez e o julgamento sobre os próprios desejos. Sexo é para ser livre e gostoso! E, em apenas alguns meses, Renata escreveu textos efervescestes e que trazem conforto a muitas que procuravam essa verdade.

Renata é ousada, provocante e livre. Bem ao estilo Maria Scarlet.

Então, pode entrar, pois nosso papo com ela está só começando.

Com vocês,

R. Christiny.

“Dona de muita simpatia e simplicidade, ela toca em assuntos tabus de forma muito livre, sem tangenciar a vulgaridade cotidiana eles resvalam.”

MS – Renata, você começou escrevendo thrillers psicológicos. Como foi essa transição para os romances? O que isso significou em sua carreira?

Mesmo na minha primeira trilogia, Não Conte a Ela, que é um thriller psicológico carregado de drama, há o romance. No entanto, ele é colocado em segundo plano quando cenas de ação e terror psicológico vêm à tona.

Os meus gêneros preferidos, tanto para leitura quanto para filmes e séries, sempre foram ação e fantasia. Conforme fui amadurecendo, comecei a me interessar pelos romances, e foi quando li Cinquenta tons de cinza.

Até então, eu nunca tinha me deparado com um romance tão minuciosamente descrito. Foi um choque para mim. Por outro lado, descobri que me identifiquei demais com o gênero.

Passei a mergulhar nesse universo mais sexual e a me interessar cada vez mais por romances eróticos. Meus livros passaram a ter mais foco no romance, mas eu nunca transformei o romance no ponto central. Até que minhas leitoras lançaram um desafio para mim, que era escrever um romance clichê recheado de sexualidade. Confesso que no começo eu fiquei com um pé atrás. Sempre fui mais sanguinária, e o estilo clichê (água com açúcar) não combinava muito com o meu estilo de escrita.

O tempo foi passando e as leitoras insistiram cada vez mais, vinham em peso, até que cedi e escrevi Um escocês no meu caminho. É um livro que começou leve, no entanto, do meio para o final, o meu instinto de autora sanguinária se revelou.

O que era para ser um romance clichê se transformou em uma aventura romântica com ação. O que eu percebi com isso foi que eu podia misturar os meus dois estilos de escrita em um único livro. Foi quando comecei a me aventurar ainda mais em romances e quando minha escrita foi se tornando mais sensual. Eu descobri um universo de possibilidades e passei a me arriscar em pesquisas e a descobrir a importância dos livros eróticos na vida das mulheres.

Eu percebi que, conforme aprendia mais sobre o meu corpo, sobre meus desejos sexuais, eu poderia levar o mesmo conhecimento para as minhas leitoras. Eu poderia fazê-las perceber quando estão em um relacionamento abusivo, fazê-las perceber que o prazer delas é tão importante quanto o de um homem e que, em uma relação sexual, a mulher também deve declarar suas vontades.

Quanto mais eu me aprofundava, mais eu descobria sobre mim mesma, sobre o meu próprio corpo. Antes de me tornar uma escritora de romances eróticos, eu pouco entendia sobre relação sexual. Eu praticava, mas não achava que uma mulher era capaz de se satisfazer tanto quanto um homem. Nem mesmo compreendia o poder de um oral, achava que o sexo era só fazer o cara gozar e pronto.

Claramente, não é assim.

Enfim, não deixei de ser a autora sanguinária e assassina que os leitores acompanhavam desde a trilogia, mas compreendi que posso tornar esses momentos de ação muito mais sensuais.

MS – Você sente preconceito ou desrespeito de pessoas por escrever erótico e falar de sexo?

Com certeza. Nunca aconteceu diretamente comigo, mas é muito comum ver pessoas desmerecendo determinado livro apenas por ele ter uma pegada mais leve e erótica. É até comum ouvir dizer que “esse tipo de autora” não faz pesquisas. Ou seja, nossa capacidade intelectual é diminuída apenas por sermos mulheres livres e seguras.

MS – Você sempre foi muito franca e aberta sobre sexualidade nas redes sociais. De onde veio essa vontade?

Conforme eu escrevia os livros, comecei a postar trechos mais picantes nas minhas páginas e eles sempre renderam muitos comentários. Com isso, eu percebi a necessidade que muitas pessoas tinham de falar a respeito do assunto, porém elas eram contidas por vergonha ou medo.

Eu nunca vi o sexo como um tabu, em casa minha família sempre conversou abertamente sobre o assunto para estarmos preparados nos relacionamentos e não gerarmos N problemas. No ensino médio, o papo costumava surgir nas rodinhas, e minhas amigas davam e recebiam conselhos.

Ou seja, nunca vi o sexo como um bicho de sete cabeças. Portanto, postar sobre o assunto é como postar sobre qualquer outro tema. Obviamente nunca compartilharei algo muito pessoal, porque a gente nunca sabe em que mãos acabará, mas vejo necessidade em me posicionar, especialmente porque muitas mulheres ainda têm vergonha de se abrirem com o parceiro e pedirem aquilo de que elas gostam. Então, sempre que posso, eu dou dicas para que desconstruam a imagem de que o prazer é exclusivo ao homem e que o dever da mulher é satisfazê-lo.

Com as minhas postagens, não pretendo apenas fazer as mulheres se abrirem mais, mas também desejo que os homens que as leem sintam-se pressionados a ouvirem mais suas parceiras na cama.

Inclusive, já tive amigos me pedindo dicas para não ser um babaca no ato.

“O conselho que dou é para que você se rodeie de pessoas com quem você que se identifica, assim você se sentirá em casa e entenderá que não há nada de errado em expor seus desejos. “

MS – Seus textos na MS falam muito de amor-próprio e sexo livre. Qual conselho você dá para mulheres que ainda veem a própria sexualidade como tabu?

Em muitos grupos de garotas em que estou, elas falam que não conseguem se posicionar na hora da relação; isto é, não conseguem dizer ao parceiro do que gostam. O conselho que sempre dou é para que elas vejam filmes ou leiam livros em que o sexo é algo normal. Filmes em que as mulheres são independentes e não namoram com todos os caras com que se relacionam. Quanto mais consumimos esse tipo de conteúdo, mais desconstruímos a ideia de que uma mulher que se relaciona com vários é vulgar, quando tudo o que ela quer é curtir e relaxar.

O conselho que dou é para que você se rodeie de pessoas com quem você que se identifica, assim você se sentirá em casa e entenderá que não há nada de errado em expor seus desejos.

MS – Você acha que a sociedade está pronta para mulheres sem vergonha de dizer do que gostam e o que pensam?

Não. As pessoas não aceitam que sejamos livres e independentes, porque têm medo do que isso pode fazer com elas. Uma mulher segura de si é capaz de muita coisa. Uma mulher segura de si não aceita qualquer babaca, qualquer emprego, qualquer vida.

MS – Como seu noivo e sua família lidam com os seus livros e assuntos eróticos? Eles te apoiam?

É como eu vivo dizendo: essa liberdade de me posicionar vem de família. A minha irmã é quem mais me manda memes ou coisas eróticas que ela vê por aí e se lembra de mim. Hoje mesmo ela me marcou em um lanche de piroca.

Já o meu noivo, no começo ele ficou assustado com esse meu jeito ou com como eu falava a respeito de sexo sem pudor. Ele costumava ser mais tímido que eu. No entanto, aos poucos ele foi entendendo que não havia nada de errado, que eu só estava usufruindo do meu direito de ser livre e fazendo o meu trabalho.

Hoje em dia, ele até gosta de quando estou escrevendo cenas quentes e quando quero testar algum fetiche do personagem.

Quando perguntei como ele lida com o fato de que sou uma autora de livros eróticos, ele respondeu: “É como se você perguntasse como eu me sinto com você dirigindo. Não faz nenhum sentido”.

MS – Você é uma escritora best-seller da Amazon, colunista na MS, noiva, mãe de pet… O que ainda falta pra você em sua vida?



Sonho com um filme de algum livro meu. Seria minha maior realização. No entanto, estou absolutamente satisfeita com a minha vida profissional e pessoal.

MS – Qual a mensagem que você gostaria de deixar para todos que acompanham sua coluna e seus livros?

Mais do que ler uma mensagem é compreendê-la. Sei que pode ser difícil no começo você entender que não há nada de errado em ser uma mulher decidida e que sabe o que quer, mas o sexo está muito além de um ato físico. Ele está relacionado à sua autoestima e a como você se posiciona em outras áreas da sua vida.

Você deve se amar e se respeitar acima de qualquer coisa, então trate suas vontades e seus desejos com a mesma atenção com que você trata as vontades da pessoa com quem você se relaciona.

O sexo se torna muito mais prazeroso quando as duas pessoas estão conectadas e no mesmo ritmo.





R. Christiny é colunista dePapo de Bordelpara a Revista MS

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