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Dia da longevidade

Desde Agosto, venho recebendo convites para eventos do “Dia da Longevidade”. Mas, gente, que dia é esse? Fui pesquisar, e descobri que é o nome politicamente correto para o dia do idoso... Eu que, como as Avós da Razão (perfil do instagram, maravilhoso), chamo de Dia do Velho, achei que a longevidade aí acaba despersonificada. Não é a pessoa que está sendo celebrada, seus direitos, ou sua conquista com o Estatuto da Pessoa Idosa. É uma aleatoriedade, porque longevidade também não faz parte das políticas públicas para que todos possam envelhecer com dignidade.


Celebramos neste dia a nossa visibilidade, que se materializou no Estatuto. Foi um enorme avanço, há 20 anos, que veio garantir pelo menos os direitos básicos para esta fase da vida. Hoje podemos usufruir de conquistas como o direito a atendimento prioritário, e facilidade na aquisição de bens e serviços. Mas também usamos a data para reiterar que são necessárias mais políticas públicas para garantir a qualidade de vida que as pessoas mais velhas merecem na velhice. Alguns candidatos e candidatas já incluíram em suas pautas a atenção à população idosa. Vamos a passos lentos para uma mudança, mas caminhamos!


Nós, mulheres, somos as que mais sofrem com a falta de apoio. Porque somos nós, dentro da sociedade patriarcal atual, as que temos o papel de cuidadoras. Dos pais, dos filhos, dos maridos, até dos ex-maridos... Mas quando a mulher envelhece, grande parte das vezes se vê sozinha, sem ter quem cuide dela. São necessárias ações do Estado para garantir que todos tenham uma velhice digna! Cabe a cada um de nós cobrar estas políticas, e também agir, na nossa pequena parte, para que o respeito e o apoio aos mais velhos seja permanente. 


As avós da razão, junto com Mirian Goldenberg, propuseram uma série de reflexões para o Dia da Pessoa Idosa, que reproduzo resumidamente aqui, para pensarmos juntas:

  • a violência física, verbal e psicológica que muitas pessoas idosas sofrem é dentro das suas próprias famílias. 50% dos casos reportados praticados pelos próprios filhos;

  • existe também uma violência simbólica, relacionada ao desrespeito à autonomia, a solidão, a invisibilidade que sentimos quando não nos vemos refletidas na sociedade; 

  • e ainda quando somos tratadas no diminutivo, como velhinhas incapazes de acompanhar o ritmo da sociedade, ou com as “brincadeirinhas” que nos ofendem; o preconceito e estigmas no mercado de trabalho, entre muitos outros. 


Você, que já está com 50+ sofre algum destes problemas? Se for muito grave o abuso, procure ajuda! Você tem direitos!


E se você ainda não chegou nesta fase, vale muito a pena refletir como  você pode ser um agente transformador para uma sociedade menos etarista.


Chega junto!


Ana Lucia Leitão para coluna 50+

Encontre-a no Instagram: @aninhaleitao2


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