Parada LGBT+ contra o etarismo
- flaviasantosalbuquerque
- 19 de jul.
- 2 min de leitura
“Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro” foi o tema escolhido para a 29ª edição da Parada LGBT+ agora em 2025. Com a proposta de destacar as necessidades específicas deste grupo com o envelhecimento, e também celebrar as histórias desta comunidade, diversas atividades foram realizadas no mês do Orgulho, para dar visibilidade e gerar reflexão. Eu nunca tinha parado para pensar como pode ser ainda mais difícil enfrentar o etarismo para um grupo de pessoas que já sofre tantos preconceitos da sociedade!
Aprendi que o envelhecimento desta população vem acompanhado de uma série de medos e preocupações específicas, relacionadas à invisibilidade social, à solidão e à falta de políticas públicas inclusivas. Muitas pessoas LGBTQIAP+ envelhecem sem filhos ou familiares próximos. Ainda enfrentam discriminação em instituições religiosas e locais de serviço público de saúde, que podem afastar os idosos de espaços de convivência. Muitas tiveram dificuldades para se firmar no mercado de trabalho ao longo da vida, o que afeta a aposentadoria e agrava a insegurança financeira que sentimos nesta fase da vida.
Para esta comunidade, sobreviver no Brasil já é um ato de resistência. Um dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) apontou que o Brasil, pelo 16º ano consecutivo, continua sendo o país que mais mata pessoas trans no mundo. Sem contar a grande subnotificação, pois dificilmente as autoridades no momento de identificação das vítimas oficializam as mortes como devidamente casos de pessoas transexuais ou travestis. A expectativa de vida dessa população é de até 35 anos, apenas.
Por isso, foi tão emblemática a homenagem aos que hoje já alcançaram a maturidade. A trajetória destas pessoas ajuda a contar a história do próprio movimento no Brasil. “Muitas das liberdades que hoje celebramos só existem porque elas resistiram — enfrentaram repressões, apagamentos e violências.” destaca a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOLGBT-SP), organizadora do evento.
Não pertenço à comunidade LGBTQIAP+, mas achei excelente que um evento deste porte tenha escolhido o tema do envelhecimento. E torço para que comecem a existir políticas públicas mais inclusivas, e centros de acolhimento com um olhar especial para este grupo. Todos merecem envelhecer com dignidade!
Ana Lúcia Leitão para a coluna 50+
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