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Imunda


Nas cores da sua pele manchada estão os desbotados de suor e vergonha, que inundam seu corpo quente de forma explícita e indecorosa. São lembranças feias de uma vida suja, onde verdades se camuflam em um passado sem pai, e sem lei. São as manchas que não limpam, a umidade que não seca, e a dor que não passa. É o abismo sem fim em que você se encontra com eles, seus erros. E errantes, se tornam amigos de caminhada dos falsificadores de histórias, e dos contadores de novos enredos. E a vida passa assim, sem desmentir o que lhe é favorável e manipulando o que pode ser escondido, mas traduzindo sempre no melhor tom possível. Onde está a fórmula da junventude? Lá atrás, em um passado distante, onde não havia erro que fosse impune, e verdades que pertencessem a um único dono. Ali, bem no meio da mesa do café, eu comia sossegada um pedaço de bolo, sem culpa e sem pudor. Era eu e minha vontade. E não havia nessa mesa nenhum pedaço roubado, nem nenhum sonho que não pudesse ser perdoado. Ali, os pecados eram todos jovens, e minha pele, ainda não sofria com os efeitos do “meu” sol… Fui! (tomar um bom “banho” e passar protetor… )

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