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Intolerantes


Intolerantes. Todos somos. Em algum momento, em alguma ocasião, na vida. Somos todos frutos da intolerância passageira, daquela que se instala nos episódios de agonia cotidiana. Mas existem os filhos da intolerância, os que são criados nas raízes do ódio do preconceito, que exalam o mau cheiro do desastre social, onde benevolência é crime, e, sorriso, um atentado. Somos parte de uma rede de escolhas, mensageiros de um não dispor a nenhum momento. Somos reféns e senhores ao mesmo tempo. Pedimos passagem, mas não deixamos passar. Mentimos sobre quem somos e, se somos melhores do que os intolerantes de nascença, nos sentimos aliviados e cremos ser especiais. Mas não somos. Somos apenas seres incompletos. Não conversamos com o diferente e não temos tempo para o que passa por dificuldades. Somos mais ocupados quando solicitados, e menos disponíveis quando necessários. Somos melhores para nós mesmos e bem piores para o “Mundo”, já não mais tolerado… Se eu pretendo mudar? Claro que não. A intolerância faz parte da minha alma suja e ferida. Afinal, não sou humana, sou apenas o projeto de ser humano que não deu certo. Do ser humano que passou a vida sendo intolerante… Fui! (viver a solidão do meu eu sem me importar com o que vem atrás…)

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