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LOUCURA A MINHA

Acho que estou ficando louca!


Louca ou então são os hormônios que minha médica me passou para diminuírem meus calorões no rosto e meus suores noturnos.


Os calores no rosto passaram, mas desceram em direção às minhas virilhas, nunca senti tão latente meu chacra sexual, se é que isso realmente existe.

Segundo a minha amiga professora de yoga disse, isso é lindo e nunca estive tão normal.


Tão normal que abandonei minhas calcinhas e só uso saias longas para aproveitar melhor os ventos lamberem minhas pernas.

Outro dia me vi roçando em uma almofada do sofá da sala, onde Antônio costuma passar os dias sentado.

Sorte a minha que depois do COVID não sinto mais cheiro de nada, nem o perfume do desgramado, sinto.    


Engraçado que chego a ouvir a voz da minha avó me dizendo: “para de se esfregar nas coisas meninas…tira a mão daí…perereca é suja e ninguém pode botar a mão”.

Suja é minha cabeça que não para de pensar no vizinho do 404.

Outro dia faltou luz no prédio e tive que descer de escadas até minha garagem, quando cheguei no quarto andar dei de cara com ele. Mesmo sem luz consegui ver seu perfil e suas pernas grossas, lembrou o menino que dei o primeiro beijo aos 14 anos, meu melhor e pior beijo da vida. Cheguei a lembrar do gosto de sua saliva e dos amassos que dávamos escondidos dentro do carro de meu pai.


Meu primeiro orgasmo também foi com ele, de roupa e tudo, sem transa, somente beijos, línguas, dedos e mãos que percorriam todas as partes de nossos corpos. 

Brincadeira boa aquela.


Com ele descobri que conseguiria fazer um homem gozar somente gemendo. Desde nova sempre fui muito curiosa com meus prazeres.

Meu rosto e vulva esquentam só de lembrar.


Assim, entre meus devaneios, a luz volta e estamos só nós dois nas escadas.

Por pura diversão deixei a alça do meu vestido cair, quase mostrando o bico do meu peito e tossi alto para que ele virasse seu rosto em minha direção.


Ainda mais lindo de perto, sempre gostei dos morenos ainda mais dos mais jovens.


Só espero que ele não esteja sentindo meu cheiro de cio, minha vagina parecia ter sido mordida por uma abelha, meu sexo incandescia como um fogo quase que me levando a um transe.


Não pode ser, devo estar ficando louca mesmo!  


Vejo o reflexo de seu pau e percebo que não estou louca sozinha.


Aquelas escadas quentes, pareciam uma sauna.


Me espera, me disse ele.

Quero saber teu nome, moça do vestido azul!


Não tive tempo de responder meu nome...quando percebi seus dedos macios já estavam enfiados em meus lábios. Minha buceta e boca salivavam juntas em uma sede de vida.


A luz volta a apagar e meu vestido escorrega pelo chão, meu corpo pulsa como um terreno fértil me deixando cada vez mais longe da mulher que viveu anos de solidão.


Ele leva minha mão até seu pau e aperta com força, como quem quisesse me mostrar algo que eu não conhecia, me demoro ali, passando aquela delícia toda entre minhas coxas.


Quebrando nosso silêncio, ele me fala: te quero inteira!


Enchendo suas mãos de cuspis e levando em direção meu clitóris, me puxando firme em direção ao chão para que eu monte em cima dele.

Me come com força, com brutalidade, quase arrancando pedaço do peito com seus lindos dentes brancos e grandes.


Arranco sangue de sua boca enquanto gozo, ele aperta minha nuca, como se seu gozo nunca fosse acabar.


Me despeço com um beijo de língua longo, molhado.


Visto meu vestido e vou embora, eu e minha loucura.


E ele grita:


- Moça, ainda não sei teu nome!


Gabriela Prux para a coluna Papo de Bordel

Encontre-a no Instagram: @gabiprux


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