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Meus Pecados


Ai… cansei. Cansei de correr atrás do peso ideal, do parceiro perfeito e da casa arrumada. Cansei de tentar ser um exemplo para mim mesma, um alguém que eu pudesse seguir pelo simples fato de admirar. Mas eu não me admiro quando estou molhada de suor, sofrendo em cima de uma máquina feita para me fazer correr para lugar algum. Não me admiro quando resisto a um doce delicioso porque ele vai matar minha auto-estima. Me mata mais ter que deixá-lo à espreita, apodrecendo em um canto da cozinha porque eu “não posso”, ou “não deveria”. Não, eu não me orgulho de mim quando, de novo, deixo de fazer o que eu gosto para acompanhar meu amor no seu programa preferido. O amor é meu, mas o programa é dele. Não aguento mais sorrir quando não estou com vontade, concordar quando discordo e me doar quando na verdade eu quero mesmo é dormir… Realmente, não me importo com sua dor, ela é sua e não minha. Não me importo com o sofrimento alheio, me importo com o meu sofrimento, bem egoísta, bem mesquinho, bem “meu”. Sou mais antipática do que aparento e mais real do que imaginam. Sou errada em várias formas e pior em minha profundidade mais avassaladora. Sou péssima, mas finjo ser “normal” quando estou de dieta, treinando e amando. Controlo diariamente meus demônios para que eles não me tirem do caminho certo da paz social. Me entendo com eles nas exceções, onde posso confidenciar a meus amigos Gula, Raiva, Ganância, Avareza, Luxúria e Preguiça todos os pecados que eu queria ter cometido mas não consegui.  E o Orgulho? Esse eu o agradei, todos os dias, na rotina entediante da minha vida politicamente perfeita… Fui! (comer e dormir direito…)

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