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Na Minha Época


Escuto dizer “na minha época” como se eu pertencesse sempre a um tempo passado. Como se o tempo legítimo da minha existência fosse apenas aquele em que eu desfrutava da minha vigorosa juventude. Como se a jovialidade marcasse nos ponteiros do grande relógio o tempo a que pertencemos, aquele tempo que podemos chamar de “nosso”. O nosso tempo, na “nossa época”. Esse tempo não é irreal nem contraditório. Ele é sim o nosso tempo, ou pelo menos parte dele. É um fragmento do tempo que temos, destacado pelos anos jovens que experimentamos viver bem, ainda que na clandestinidade da nossa tão invejada maturidade. Se é na juventude que definimos os nossos tempos, seria no mínimo ilegítimo vivermos tão plenamente os outros tempos que roubamos da vida. Mas a verdade maior é que não existe o “nosso tempo”.  O que existe é a nossa vida, dividida em momentos preciosos, nas diferentes etapas em que existimos. E o meu tempo, é o “agora”… Fui! (Comemorar a chegada de mais um ano novo da minha época!)

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