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O que te emociona?


De todos os sonhos que não vivi, de todas as buscas em que não encontrei o que havia perseguido e de todos os momentos que gostaria de esquecer, eu encontro uma razão para olhar para fora e sair deste castelo de amarguras que construí em torno de mim mesma. Sou eu quem deve enfrentar a escuridão das esquinas pelas quais minha alma insiste em vagar, nas horas em que minha mente se distrai e me deixa livre para sofrer um pouquinho por aqueles momentos que não deveriam ter acontecido, mas que existiram. E, para todos aqueles momentos que deveriam ser eternizados em fotos emblemáticas, mas, que por alguma razão o destino não quis lhes dar vida, eu os saúdo no labirinto da minha mente criativa, aquela que não me permite encontrar tristeza nas várias lágrimas salgadas que brindam meu rosto com seu calor refrescante e ácido. Se me lembro bem de mim, quando fiz os planos que agora não me acompanham no avançar dos meus anos, eu era mais ingênua e menos machucada. Era mais leve e mais confiante. Era eu em uma versão milhões de vezes mais frágil, mas, igualmente, mais apaixonada. Hoje sou dona dos meus passos, dona dos que deram certo, dos que não existiram e dos que não foram muito “simétricos”; Sou dona de mim e da vida que uso para estampar a superfície do meu olhar, ofuscado, às vezes, por esse cisco que os outros chamam de “emoção”. E nos descompassos da minha existência, não idealizo mais tantos sonhos para realizar, ao invés, espero as coisas acontecerem para me surpreender; também não busco com tanto afinco realizar as minhas metas; hoje em dia, prefiro deixar que elas me encontrem pelo caminho…  E os momentos que gostaria de esquecer? Desisti de esquecê-los. Convivo com eles, juntamente com todos os fracassos que se acumulam no armário da minha despensa. Descobri que é melhor deixá-los guardados e vivos, em vez de tentar matar o que um dia fez parte da minha performance nessa estrada, que eu costumo chamar de “vida”.  Fui! (Me emocionar…)

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