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Para Onde Vou?

Para onde posso ir, senão para casa? De todos os lugares que explorei, em todos que passei, foi ali, dentro do meu espaço sagrado que encontrei minha essência mais cristalina. Ali, ao lado dos meus demônios, consigo respirar melhor, na atmosfera conhecida de um lugar nostálgico e solitário.

Clamo pelos senhores da boa fé por um pouco mais de tempo para admirar a beleza de compartilhar minhas risadas fortuitas com os meus antigos amigos, aqueles que levavam nomes familiares e que me aconselhavam a seguir em uma linha reta, quase tão reta quanto a estrada que pensava ser a certa, antes de enveredar pelos caminhos tortos que me seduziram e me fizeram perder um pouco daquela pessoa que adorava um bolo no final da tarde…

Hoje encontro razão nas palavras daquela tia velha, que já foi embora, mas que ainda vive presente no fundo da minha mente, me dizendo o quanto sou especial e o quanto devo tomar cuidado para não me perder de mim, todas as vezes que insisto em seguir por essas estradas sombrias, por que tanto me sinto atraída.

Espero a próxima parada desse enorme trem para desembarcar nas estações mais seguras, e finjo não perceber o aroma simples das lembranças que invadem minha mente, no compasso certeiro da próxima estação… e, ao desembarcar faceira, vejo a silhueta de uma pessoa que se parecia comigo, há uns vários anos, mas que hoje faz as escolhas certas, aquelas que eu deveria ter abraçado enquanto ainda tinha a cor escura do meu cabelo jovem.

Fecho meus olhos em busca daquela pessoa que eu era, encontro a pessoa que me tornei e entendo, finalmente, que sou a versão viva de todas as minhas escolhas, as boas e as ruins; e percebo ainda, que sou a versão possível de tudo que planejaram para mim e de tudo que consegui realizar.

Sou eu, a melhor de todas essas versões…

Fui! (Para onde eu quiser…)

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