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Parcialidade


Vivemos em um Mundo em constantes transformações, em busca da homogeneidade. Os seres humanos não serão, em breve, classificados por sexo, cor ou idade. Serão instrumentos híbridos em forma e conteúdo. As opiniões divergentes serão transformadas em tabuadas decoradas na ciência da nova política mundial: a “Ditadura da Desdemocratização”. E nesse momento nos trasnformaremos em ratos de laboratório humano, guiados pela cultura do coletivo em busca do “modesto” e do “médio”. A dramaturgia deve ser sempre retocada em tons pastéis, e a novela, liberada para todas as idades, sem limites para os pudores e melindres do bom senso, em temperatura sempre morna. Todos nós, sem exceção, nos transformaremos em seres imparciais, que precisam de atos desumanos para se destacar em um mundo “humano” demais, porque a ideia de humanidade será a da imparcialidade a todo momento e a toda discussão. Opinar será uma tarefa consagrada aos grandes “novos eclesiásticos”, vulgarmente chamados “políticos”, que determinarão com base no critério do óbvio o que deve ser pensado. E eu? Continuarei daqui do inferno aconselhando minhas meninas a gritarem em alto e bom som o que são, o que querem da vida e o que pensam do Mundo. Sem medo de serem parciais. Fui! (gritar e ser bem parcial, mesmo que não gostem de mim…)

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