Quando será que a nossa hora vai chegar? Será que demora ou vai vir daqui há pouco? Esperamos que a sua visita seja demorada e que ao anunciar sua chegada, ela seja silenciosa e quieta… que venha tranquila, sem estardalhaços ou excentricidades. Esperamos que a nossa partida não doa tanto quanto doeria a partida precoce dos nossos, mas a desejamos antes, de forma bem egoísta, para que a nossa dor seja menor. Desejamos a melhor partida, mas a desejamos em silêncio, sem deixar que ela perceba que, às vezes, pensamos nela. Desejamos ficar para sempre, até o dia em que cansarmos. E achamos que não vamos nos cansar nunca… bobagem! Um dia cansaremos de esperar pelo trem de ida. Mas, enquanto o esperamos, sentiremos remorso pelo que fizemos, desejaremos ter feito mais loucuras, ter amado mais ou, ao menos, ter declarado em português claro, os nossos sentimentos. E quando nosso trem chegar, desejaremos dar um último abraço. Aquele apertado, que dói na alma mais do que nas extremidades do corpo. Aquele abraço que diz muito mais do que todas as palavras que existem no mundo. O “abraço da despedida”, da hora que o trem sinaliza a partida. Para esse abraço guardamos nossas mais valiosas forças, a força do adeus de quem está embarcando para longe, mas que deixa dentro desse abraço, nessa última parada, um pouco de si. Fui! (desejar viver plenamente, antes do apito do meu trem…)
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