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Pelo Vale…


Ando por este vale sem saber direito para onde ir. Procuro por você e não consigo encontrar seu olhar. Suas mãos sempre estiveram ali, perto das minhas, para que eu pudesse agarrar se precisasse. Mas eu quase não precisei delas porque na verdade eu queria caminhar na frente, queria correr e ser livre. Queria ser livre de você.

E, em todos os momentos em que me senti forte, era porque eu sabia que você estava ali, ali atrás, pronta para me segurar. E, em um momento, entendi que as amarras que eu tanto quis cortar eram apenas meus pensamentos que me levavam todo o tempo até você.

Foram essas mãos que me ajudaram a seguir adiante; que me empurraram com força para chegar até aqui. Foi você que me fez mais forte pelo desejo de ser diferente de tudo em que você acreditava. E hoje percebo o quanto sou idêntica a você. Tenho o mesmo olhar, a mesma forma compulsiva de amar, o mesmo sentimento avassalador que explode dentro de mim cada vez que penso em como a vida é linda e no quanto ela é frágil.

Meus pedaços estão espalhados por todo o vale, esse vale que insiste em me ludibriar e me enganar. O vale que se transforma em um labirinto para que eu não consiga escapar… mas quando consigo respirar, encontro uma forma de sair daqui. Busco suas mãos com toda vontade e peço, enfim, sua tão valiosa ajuda.

Sou eu, em uma versão tão pequena que implora por mais um pouquinho de você, por mais alguns instantes com a sua energia inebriante e tão encantadoramente sufocante. Encontro finalmente a saída e, embora perceba que você não está lá, descubro que o destino para onde este vale leva nunca importou na verdade. 

O propósito era mesmo a jornada ao seu lado.

Fui! (Buscar suas mãos…)

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