Quero ser livre. Sim, quero ser livre da forma mais literal possível. Quero sentir-me livre em todas as minhas falas e na eventual falta de cuidado com elas também. Quero poder dizer qual é minha opinião sem que isso necessariamente machuque alguém ou seja configurado um crime contra a ideologia alheia.
Quero poder frequentar salas virtuais sem o sentimento de que o mundo caminhou e eu fiquei aqui, parada, sem conseguir angariar um monte de seguidores que mal sabem meu nome; quero viver como um alguém normal, que não precisa promover sua marca o tempo inteiro, explicar cada passo da minha rotina exaustiva e nada glamurosa ou mesmo seduzir alguém com danças chatas e sem nenhum sentido…
Quero sentir-me livre da toxicidade perigosa que rodeia os novos tempos, sem precisar explicar meu voto, meu silêncio ou minhas ideias pouco ortodoxas sobre religião, fé ou educação de filhos. Quero poder fumar meu cigarro, seja ele qual for, se eu estiver no limite seguro do concreto da minha morada. Quero poder gritar dentro do meu carro, no limite da velocidade permitida, com a música que preenche minha alma saudosista de tudo que vivi nesses vários anos que insisto em percorrer esse caminho.
Quero ser livre na dimensão do meu eu mais absoluto, que chora pelos que já não estão aqui, mas que não lamenta em nada a falta de companhia de outros que me decepcionaram demasiado. Quero ser essa pessoa que vive para si, para os seus amores e seus projetos, e não espero aplausos, a menos que estes venham com o peso da verdade, assim como as palavras que uso para satisfazer meu ego, calcado em estranhas ações cotidianas que se misturam no ar contaminado que absorvo a cada manhã, juntamente com o gosto do meu café amargo…
Fui! (Viver minha liberdade da forma que consigo…)