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- Corpos femininos negros
Por que os homens sentem-se tão à vontade para ridicularizar corpos femininos, sobretudo, os negros? Por Laura Queiroga É muito difícil não saber quem é Will Smith. O ator norte-americano é famoso pela versatilidade, conquistando êxito em todos os gêneros dramáticos: desde a comédia, até o drama, passando por filmes de ação, aventura e suspense. No entanto, deve ser mais difícil saber quem é Jada Pinkett Smith, atriz premiada, apresentadora consolidada e empresária de sucesso, que tem sua trajetória profissional reduzida ao rótulo de “esposa do Will”. Jada é uma mulher de opiniões fortes, bem resolvida e que não tem medo de expor suas vulnerabilidades. E isso incomoda. Desde os anos 90 ela é alvo de zombarias, deboches e piadas por algumas pessoas, principalmente, homens. Segundo o doutor em direito antidiscriminatório, Adilson Moreira, em seu livro Racismo Recreativo, esse tipo de comportamento é um discurso de ódio camuflado em humor e está relacionado a estruturas de poder. Chris Rock, apresentador que provocou um mal-estar com a família da atriz no Oscar 2022, já tem um histórico de alfinetadas com Jada. Um pequeno recorte do programa “The Chris Rock Show” nos anos 90, mostra o artista zombando dela, durante a marcha Million Women, um ato de empoderamento feminino na Filadélfia, nos Estados Unidos, em 1997. Na premiação do Oscar, em 2016, ele debochou da atriz, mais uma vez, por seu ativismo, quando a atriz decidiu boicotar o evento por causa do #oscarsowhite – movimento que vários artistas protestaram em prol de maior diversidade na premiação mais esperada de Hollywood – Ele fez uma piada envolvendo outra mulher negra, a cantora Rihanna e afirmou: “Jada boicotar o Oscar é como eu boicotar a calcinha de Rihanna, não fui convidado”. A gota d ‘água foi no evento do Oscar 2022, quando o comediante resolveu fazer piada com Jada Pinkett Smith envolvendo sua doença – Alopecia, que a fez perder os cabelos -. Tal atitude levou o marido da atriz a desferiu-lhe um tapa, para evitar que a família fosse ridicularizada ao vivo em evento mundial. No vídeo, é possível perceber que Jada revirou os olhos demonstrando desconforto, e mais do que isso: costume. Costume em estar em posição de sofrer ataque, costume em lidar com piadas misóginas, e em ter suas vulnerabilidades ridicularizadas e menosprezadas. E isso é um reflexo de uma sociedade patriarcal e racista, onde os corpos de mulheres negras não são dignos de respeito. Mas algo me chama atenção: por que os homens sentem-se tão à vontade para ridicularizar corpos femininos, sobretudo, os negros? Quantas “Jadas” são submetidas a esses constrangimentos no dia a dia? No Brasil, segundo pesquisa do Instituto Patrícia Galvão, 92% dos entrevistados afirmam que mulheres sofrem mais situações de constrangimento e assédio no ambiente de trabalho que os homens. Isso sem fazer o recorte de raça. “Jada revirou os olhos demonstrando desconforto, e mais do que isso: costume. Costume em estar em posição de sofrer ataque, costume em lidar com piadas misóginas, e em ter suas vulnerabilidades ridicularizadas e menosprezadas…” Adriane Reis, coordenadora nacional de Promoção da Igualdade e Eliminação da Discriminação no Trabalho do Ministério Público do Trabalho de São Paulo (MPT-SP), afirma: “Vivemos em uma sociedade machista, o que significa que há uma compreensão dentro do nosso imaginário social de que os homens estão em posição de superioridade em relação às mulheres (…)”. De acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2021, mulheres negras estão mais vulneráveis, com subempregos e pouco estudo. De acordo com dados de 2019, das mulheres que sofrem mais assédio 40,5% são pretas, 36,7%, pardas e 34,9%, brancas. Das mulheres agredidas – verbalmente ou fisicamente – só na rua, 32% são negras e 23%, brancas. É preciso reconhecer o abismo estrutural que nos rodeia e só assim conseguiremos erguer nossas vozes em prol de uma mudança efetiva para derrubar a estrutura social. L aura Queiroga para a coluna Racismo Encontre-a no Instagram @laura_queiroga Laura Queiroga é publicitária pela PUC Minas, pós graduada em Marketing Digital e pesquisadora do GrisLab UFMG. Integra o time de Comunicação do ID_BR, admira lideranças empáticas, comunicação humanizada e por ser deficiente auditiva, dá palestras sobre a Deficiência Física x Mercado de Trabalho.
- Linguagem e cultura: a língua brasileira de sinais
Nessa matéria vamos falar de uma forma diferente de uma expressão que existe na nossa sociedade, que é totalmente invisibilizada, e para dar início a uma discussão sobre a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), é importante entender a definição de cultura e seus atravessamentos a partir da comunicação. Roque de Barros Laraia define cultura como: “O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são assim produtos de uma herança cultural, ou seja, resultado da operação de uma determinada cultura.” O que Laraia quer dizer aqui? Que uma pessoa é formada a partir do seu espaço cultural, ou seja, é a partir da troca com outras pessoas, a convivência, o contato, que vai começar a definir sua personalidade, seus trejeitos, até mesmo os seus gestos, mas me fala, como uma pessoa que não é compreendida, nem ouvida dentro do seu meio, consegue ter a sua primeira identidade a partir do seu povo? Quando eu digo povo, eu quero dizer sobre diferentes diversidades culturais entre povos, tribos, grupos, sociedades, garantindo a pluriculturalidade comum no país atualmente, mas é importante frisar que dentro desta diversidade existem subcamadas diferenciadas e que não são notadas, e esse é um ponto diretamente ligado a exclusões e segregações que atravessam a liberdade de um indivíduo, como é o caso de pessoas surdas e pessoas com deficiência auditiva. O maior desafio nos tempos atuais, é trazer em pauta a discussão para a interseccionalidade, a qual, segundo Akotirene, “possibilita compreendermos a fluidez das identidades subalternas impostas a preconceitos, subordinação de gênero, de classe e raça e as opressões estruturantes da matriz colonial moderna de onde saem.” , ou seja, é necessário olharmos para as dessemelhanças existentes dentro da pluriculturalidade, um olhar que sem dúvida, só é possível no momento que exista um discurso equiparado, àquele que cada indivíduo tenha espaço suficiente, e além de espaço, cada indivíduo tenha a instrumentalização adequada na sua formação como cidadão, para que sejam colocadas suas individualidades, objeções e necessidades a partir das suas próprias convicções. Mas Nil, o que a Constituição já fez para amenizar esse caos? Eu te conto: A lei n° 5.626 garante o direito à saúde de pessoas surdas ou com deficiência auditiva nas redes do Sistema Único de Saúde (SUS), além de garantir a estas pessoas total prioridade no atendimento, mas vamos à prática? Segundo Mazzu-Nascimento, foi identificado que dos 5.317 cursos de graduação na área da saúde, apenas 2.293 (43,1%) ofereciam disciplina de Libras, sendo a maioria optativa, ou seja, nosso país não consegue assegurar nem tampouco o básico e necessário para vida de pessoas surdas ou com deficiência auditiva. Diante disso, bora falar sobre linguagens e formas de comunicação acessíveis? A lei nº. 10.436/2002 assegura a comunicação de surdos sinalizantes brasileiros como língua natural e consequentemente sua primeira língua de instrução, porém são poucas as medidas tomadas a partir disso. O primeiro exemplo, é justamente o fato da LIBRAS não fazerem parte da educação básica, possibilitando que qualquer pessoa saiba se comunicar com pessoas surdas, um fator totalmente segregador, que impossibilita a troca entre linguagens, entre indivíduos. A partir disso, a lei 13.278/2016 assegura a construção de conhecimento a partir da experiência artístico-educacional da pedagogia do teatro como componente curricular obrigatório na educação básica. Pensando através desta lei, é importante entender como um educador é capaz de transformar totalmente a vida de uma criança, e para isso, o profissional da educação precisa entender antes de tudo, a necessidade de compreensão de cada um dos seus alunos, com toda contribuição e diversidade, que podem ser instrumentos de cena, de debate, de troca. Um ponto muito importante dentro da educação, é sem dúvidas, entender que cada ser humano tem suas próprias singularidades, inclusive, pessoas surdas. É comum em diversos espaços, públicos ou privados, o afastamento de pessoas surdas, de forma que pessoas ouvintes criem um distanciamento, incluindo todas as pessoas que possuem deficiência auditiva em uma única caixinha, como se todos fossem a mesma pessoa e tivessem as mesmas inquietações. Para finalizar, levanto um desafio para que nossas leitoras busquem entender os atravessamentos que existem na sua tribo, grupo, família, roda... bora buscar entender cada singularidade e buscar fortalecer os nossos irmãos, que muitas vezes se sentem incapazes de serem ou de realizarem algo, buscar cada vez mais, um ambiente saudável e cooperativo, em que todas as pessoas, de diferentes raças, credos, etnias, deficiência, gênero ou sexualidade se sintam abraçadas um pelos outros, se sintam capazes de serem, de experimentarem, de vivenciarem o que há dentro de si. E até a próxima! Nil Mendonça para a coluna Corpos sem filtro Encontre-a no Instagram: @nill.mendonca
- Metabolismo energético de adultos: como acelerar?
Para muitas pessoas, o ganho de peso com o passar dos anos é algo natural, uma vez que o metabolismo energético “fica mais lento com a idade”. Segundo essa teoria, a desaceleração já começaria aos 30 anos. Mas será que isso é realmente verdade? Siga no texto, atualize seus conhecimentos sobre metabolismo energético e envelhecimento! Confira ainda dicas de alimentos, exercícios e ativos para acelerar o seu metabolismo! O que é o metabolismo energético Metabolismo energético é o conjunto de reações químicas que ocorrem no organismo envolvendo energia. Ele pode ocorrer em duas “direções”, tanto formando quanto decompondo moléculas de maior complexidade. As reações que decompõem essas estruturas complexas, como os alimentos que consumimos, são conhecidas como reações de degradação ou catabolismo. Seu produto final é um tipo específico de energia, a ATP, que serve como combustível para todas as células do organismo. Já as que permitem a formação de moléculas de maior complexidade, como fibras musculares, são denominadas reações de síntese ou anabolismo. Essas reações utilizam como fonte de energia a própria ATP. O equilíbrio entre as reações catabólicas e anabólicas é necessário para a manutenção da homeostase do organismo, visto que grandes quantidades de energia são exigidas para que ocorra o anabolismo (ou seja, a síntese de moléculas essenciais para o desempenho de funções básicas do ser humano), sendo essa energia obtida através do catabolismo. O metabolismo energético fica mais lento após os 30 anos? Há um senso comum de que o metabolismo fica lento com a idade, o que justificaria o aumento do peso corporal à medida que se fica mais velho. Para muitos, essa desaceleração já começaria aos 30 anos. Estudos recentes, no entanto, indicam que o metabolismo permanece estável durante toda a vida adulta, sofrendo declínio apenas após os 60 anos. Confira as descobertas de uma pesquisa que contou com a participação de 6 mil pessoas (com idades entre 1 semana e 95 anos) e descobriu que há quatro etapas principais para o metabolismo energético ao longo da vida: Do nascimento até 1 ano – ao nascer, o metabolismo dos bebês é equivalente ao da mãe. Nos meses seguintes, a taxa sobe vigorosamente, atingindo um pico ao completar 1 ano de vida. Nesse período, a taxa metabólica pode apresentar valores acima de 50% da taxa metabólica da vida adulta; De 1 aos 20 anos – ocorre uma desaceleração metabólica suave, diminuindo o metabolismo em torno de 3% ao ano – até completar 20 anos; Dos 20 aos 60 anos – o metabolismo permanece estável, sem mudanças significativas; Após os 60 anos – é iniciado um processo de declínio permanente, podendo reduzir a taxa metabólica em 26% até os 90 anos. Taxa metabólica basal A taxa metabólica basal é a quantidade de energia necessária para realizar as reações metabólicas que mantêm as funções vitais do organismo ao longo de 24 horas. Ela é medida em calorias, que é a energia extraída pelo nosso corpo a partir dos macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras totais). Não há um valor universal para essa taxa, já que ela apresenta grandes variações de acordo com a idade, o sexo, os hormônios e as características genéticas de cada pessoa. Saiba como calcular sua taxa metabólica basal . Metabolismo energético e controle de peso De uma forma geral, o ganho e a perda de peso estão ligados à relação entre o número de calorias ingeridas e a taxa metabólica basal. Ao se ingerir mais calorias do que o organismo precisa para as suas funções diárias, o corpo acaba acumulando o excesso, levando ao ganho de peso. Ao se ingerir menos calorias que o necessário, o organismo queima os estoques de gordura para suprir suas necessidades, gerando emagrecimento. Por isso, a dieta com restrição de calorias é a ferramenta mais utilizada pelas pessoas que querem emagrecer. Essa não é, no entanto, a única possibilidade. A aceleração do metabolismo, que gera aumento do gasto calórico, pode ser adotada de forma isolada ou em conjunto com uma dieta. Assim, o saldo entre ingestão e consumo tende a ficar mais negativo, impulsionando a queima das reservas energéticas do organismo. Como aumentar o metabolismo energético A aceleração do metabolismo pode ser feita pela prática de exercícios físicos, pela ingestão de alimentos e suplementos ou ainda por ativos farmacêuticos compostos por substâncias que auxiliam neste processo. Atividade física e metabolismo energético Os benefícios dos diversos tipos de exercício para a saúde são amplamente reconhecidos pela medicina. Contudo, alguns tipos de treinos são mais indicados para quem quer estimular o metabolismo e emagrecer de forma mais rápida e saudável. Confira dicas: Treino intervalado de alta intensidade – O High Intensity Interval Training (HIIT, da sigla em inglês) combina, de forma alternada, exercícios aeróbicos de alta intensidade com os de baixa a moderada, estimulando o organismo repetidas vezes; Treino funcional – O treino funcional é feito em circuitos que incluem exercícios aeróbicos e anaeróbicos, acelerando o metabolismo e tonificando os músculos; Treino combinado – Combinar sessões de exercícios aeróbicos com musculação também é uma alternativa para emagrecer. Além da aceleração do metabolismo estimulada pelos exercícios aeróbicos, o aumento da massa muscular leva a um maior gasto calórico. Ativos que estimulam o metabolismo energético Chá verde – Suas propriedades são provenientes de uma rica combinação de mecanismos associados à cafeína e às catequinas, que atuam no metabolismo energético; Pimenta-preta – Especiaria digestiva e fonte natural de piperina, apresenta compostos bioativos que atuam no aumento do metabolismo energético; Pimenta-vermelha – Fonte natural de capsinoides, substâncias conhecidas por aumentar a termogênese induzida por alimentos. Seu efeito se estende desde o aumento do metabolismo basal e se complementa com a ação sobre o metabolismo lipídico; Guaraná – É conhecido como estimulante do Sistema Nervoso Central (SNC) devido a seus componentes, especialmente a cafeína; Gengibre – Especiaria rica em fitonutrientes, como os gingeróis, atua como antioxidante e no metabolismo energético. Sua ação estimula a atividade das catecolaminas, que atuam na lipólise. Na Essentia Pharma , você encontra essas e outras opções de ativos para manipulação. Matéria da Dra. Silvana Lins em parceria com a Essentia Pharma Encontre-a no Instagram @drasilvanalins
- Amor Especial
Houve um tempo em que acreditei no amor. Era sempre aquela história montada na minha cabeça. Um encontro casual, a conversa fluindo, coincidências surgindo até a troca de contatos. Daí, em diante, o tempo resolvia tudo. Encontros e mais encontros para o corpo se ajustar aos carinhos recebidos durante a maratona do seriado favorito. Parece que tudo se encaixa. As piadas parecem mais engraçadas, a música ganha outro significado após aquela chuva. O que dizer daquele bolo de cenoura? Melhor comida para se fazer as pazes… Não seria o amor uma questão de fé? “Uma hora aparece”, é o que nos dizem para consolar o coração partido. Mas não é a melhor coisa de se ouvir quando a vida parece ter quebrado os ponteiros de seu relógio. Pelo menos, essa é a sensação que muitas mulheres com deficiência sentem ao serem sucessivamente rejeitadas em suas experiências afetivas. Existem muitas formas de amor, que podem nos inspirar de diferentes maneiras, é claro. De todas elas, a romântica é a mais potente. Dela vem esse desejo de ter alguém para dividir momentos especiais, principalmente por causa da quantidade de estímulos recebidos para nutrir esse sentimento de falta. Uma ausência que, por sua vez, só poderá ser preenchida pela pessoa que fora idealizada. Na maioria das vezes, para montar esse “ser especial” são escolhidas determinadas características bem comuns aos padrões sociais, repetindo as mesmas noções que alimentam vários tipos de preconceitos, como o capacitismo, por exemplo. Nas redes sociais é possível encontrar relatos de mulheres com deficiência que foram ignoradas em aplicativos de relacionamentos após relatarem ter algum tipo de deficiência. O famoso ghosting . “Ainda hoje, com os aplicativos de relacionamento, quanto menos fotos na cadeira de rodas, maiores são as chances de ter algum match.” É muito duro passar por isso. Já me aconteceu em várias ocasiões, quando frequentava salas de bate-papo no começo dos anos 2000. Na época, a conversa acontecia sem sabermos a fisionomia do outro, o interesse surgia por afinidade e se houvesse o desejo em manter o contato era feita a troca de e-mail para usar o msn . Ainda hoje, com os aplicativos de relacionamento, quanto menos fotos na cadeira de rodas, maiores são as chances de ter algum match. Creio que nem preciso dizer o que acontece se tiver fotos do corpo inteiro, né? Leva-se um tempo para entender como as coisas funcionam. No começo, a frustração é grande demais para absorver. Rejeição é uma experiência dura, se for recorrente. Quero dizer, é comum não ter “a sorte de um amor tranquilo”, mas a oportunidade de continuar tentando está logo ali. É comum ter algumas negativas, bem sei. Nem todo mundo vai ficar a fim de você. Entretanto, e se não houver oportunidades? Eu sempre fico muito feliz quando vejo mulheres com deficiência em relacionamentos, sendo amadas e construindo laços saudáveis de confiança. Afinal, não seria esse o objetivo da nossa luta? No começo do texto, comentei que houve um tempo em que acreditei no amor. Hoje, acredito que é preciso um tempo para se acreditar no amor. Vê-lo como uma ação. Algo que não vai ser de forma passiva como nos filmes, mas como um fluxo. O amor é uma luta e nos mantêm unidas em coletividade. Ele convida a olhar para dentro de si, preenchendo as lacunas de solidão com muita troca e cuidado. Porque no final das contas, não existe apenas uma forma de amar, quando se percebe que tudo na vida pode e deve ser construído com amor. Fatine Oliveira para a Revista MS Disponível nas colunas: Corpos sem filtro Universo feminino Encontre-a no I nstagram: @fatine.oliveira
- Folhas
Vou citar o trecho de um livro de que gosto muito, Tudo é rio, de Carla Madeira: “ O que mais existe no mundo são pessoas que nunca vão se conhecer. Nasceram em um lugar distante e o acaso não fará com que se cruzem. Um desperdício. Muitos desses encontros destinados a não acontecer poderiam ter sido arrebatadores. Por afinidade, por atração que não se explica, por força das circunstâncias, por químicas ocultas, quem pode saber? Quanto amor se perde nesta falta de sincronia. Não é preciso ir longe, alguém pode passar pela esquerda enquanto olhamos distraídos para a direita. Por um triz o paralelo nos obriga ao desencontro eterno. É preciso uma coincidência qualquer para que o amor se instale. Existe um certo milagre nos encontros. Não é tolo dizer que o amor é sagrado”. Ganhei esse livro de aniversário de uma amiga muito querida, Úrsula. Não era esse livro, ela disse; era para ser outro quando entrou na livraria, mas esse estava lá, em destaque, e ela o trocou de última hora. Sorri com a história, gosto das coisas feitas sem muito pensamento. Não são mesmo os momentos sem o domínio dos pensamentos que nos traem e revelam nossos inconscientes profundos? Um ato falho, um sonho repetitivo, uma música que insiste em tocar nas nossas cabeças de manhã. “A vida é sempre assim, transborda, não cabe apenas nas coisas que entendemos.” Também ganhei de aniversário duas folhas. Vieram da mesma forma, fazendo-se na minha vida sem querer. Uma, delicada e transparente, veio no drinque de Laura; uma folha desidratada, colhida na praça perto do bar, despojada de toda a sua casca, só exibia os veios ínfimos de uma trama profundamente bela, desenhada pela vida. Pálida como a pele, leve como um suspiro. Frágil. Guardei-a no livro que tinha acabado de ganhar. Nem eu mesma na hora pus tanto significado no movimento das minhas mãos. A segunda folha, não notei muito. Veio dentro de uma embalagem de presente que ganhei do Marcello. Um óculos de madeira, um pedaço de tecido para a limpeza. Certificado de garantia. Plástico. Papel. “Sagrado é tudo ou nada. Você pode escolher.” A folha estava ali, carimbada da marca que simboliza, feita de papel reciclado, cortada por máquina, impressa, reproduzida como o produto que acompanhava. Uma folha tão morta quanto a outra, mas de vida completamente distinta. Não foram as folhas os meus presentes. Mas elas vieram. E as notei, uma ao lado da outra, no dia seguinte no meu quarto. Folhas secas, distintas, tão longe uma da outra e, ainda assim, ambas coladas a mim no meu quarto. Uma feita quase do nada. Outra desfeita quase de tudo. “Componho-me, folhas. Folhas são. Todas. Folhas que caem ao vento, aos bandos, aos milhares. Derrubadas, comidas, envenenadas, inventadas.” Folhas que guardei nas folhas do livro de Carla Madeira, na exata página desse trecho que transcrevi. Uma beleza que a vida presenteia aqui e ali quando temos de olhar para ela. E agora as folhas não são nem mais meus presentes acidentais, porque delas fiz história para vocês. E eu poderia bem parar por aqui, mas, no caminho da noite, pela rua escura, entre o fim de um bar e o início do outro, Derek, outro amigo que não tinha me dado presente, comprou um feito de folha, embaixo de uma frondosa árvore, de um vendedor cansado com sotaque hispânico. Eu assisti de lado enquanto o rapaz, que também usava um chapéu de folha, empurrava o bicho na mão do meu amigo. Insistia, era ajuda. Derek cedeu e em seguida me entregou o bicho: toma, para você. Eu segurei e sorri, era um inseto. Muito bem feito, apenas de dobraduras de folha, pernas de finos galhos, antenas caídas, maleáveis. Um gafanhoto verde, robusto, simpático. Carreguei o presente para casa. E ele por pouco não entra na história. Mas a vida é sempre assim, transborda, não cabe apenas nas coisas que entendemos. Então entra o gafanhoto e é também feito de folha, escolhida, apanhada, limpa e preparada, dobrada cuidadosamente e transformada no sustento do artesão, rapaz. Ela, ao contrário das outras, era jovem, vívida, macia. E senta-se ao meu lado perdendo-se brilho a brilho, num ressecamento que a cobre de marrom endurecido. Vai terminando a morte que começou na sua despegada da árvore. Tão lentamente que é impossível ver. Vou olhando o bicho que entrou na minha vida e tenho asco. Sua barriga mole e nodosa me trás algo inexplicável de horror. Componho-me, folhas. Folhas são. Todas. Folhas que caem ao vento, aos bandos, aos milhares. Derrubadas, comidas, envenenadas, inventadas. Folhas que nos dão o ar. Que nutrem nossos alimentos. Folhas que fizeram de nós o que nós acreditamos que somos, à medida que escrevemos nelas a nossa história humana. Algo de horror. Folhas que escrevo assim, sem nem mesmo saber por quê. Apenas como se fosse preciso, como uma enxurrada que empurra, no completo desentendimento de futuro. Tenho que acrescentar ao pensamento de Carla: “o amor é sagrado”. Sagrado é tudo ou nada. Você pode escolher. Mesmo o mais banal dos segundos, até o amor doce dos amigos do peito, que saem de suas rotinas para festejar conosco nosso aniversário. E se caem folhas nas esquinas que não andei, e se vão por elas amores que nunca tive, que fazer? Desespero mais com as pessoas ao meu lado que mal sei como amar. Com as poesias de mundo que se insurgem, alertando nossos constantes desavisos. Desperdiço a vida assim, longe, muito longe de conseguir aproveitá-la ou mesmo entendê-la como ela merece. Que posso querer? Sou folha. Com carinho, para Úrsula, Daniel, Marcello, Laura, Derek e Carol; obrigada. Julia Heartsong para a coluna Universo feminino Encontre-a no Instagram @juliaheartsong
- “Pau que nasce torto, morre torto”
Certamente, todos já ouvimos essa frase. No meu caso, ela remete à minha própria infância, pois sempre fui uma criança cheia de medos e sentia vergonha de mim mesma. Tão pequena, então com dez anos, ainda no quarto ano do ensino fundamental, tinha consciência de que era diferente de meus amigos, que aprendiam em um piscar de olhos, enquanto eu não entendia o que era ensinado. E a cereja do bolo era a professora, que, por vezes, apontava seu dedo em minha direção, sempre destacando meus erros aos colegas e demais professores ao verbalizar: “Essa não tem jeito, pobrezinha. Nunca entende nada do que eu falo e não vai chegar a lugar algum”. Só faltou o carimbo na testa: condenada! Mesmo com pouca consciência, já naquela época eu questionava o porquê de ter nascido assim, com tanta dificuldade para aprender. Na hora de agradecer a Deus pelo dia, sempre pensava: se Ele criou todos iguais sob Sua forma e semelhança, por que o raio caiu bem na minha cabeça? Depois de tantos questionamentos e cobranças, as coisas foram mudando, e Deus colocou em meu caminho verdadeiros professores: aqueles que se entregam de corpo e alma e dedicam-se incansavelmente a ensinar quem está disposto a aprender, independentemente da dificuldade que apresentem. Assim, conseguiram tocar minha alma de menina. Esses professores levaram em consideração as interações sociais e a qualidade de estimulações de que eu precisava, elaboraram com cuidado processos de aprendizagem, identificaram meus atrasos (mas também minhas potencialidades), e assim fui avançando. Os mestres levaram em conta minha capacidade e não focaram a dificuldade. Com isso, passados os anos, inspirada nesse exemplo, formei-me em Pedagogia e pude abrir portas para outras crianças na mesma situação, levando em conta suas personalidades, seus valores, seus hábitos, suas reações e suas histórias familiares. O dito popular diz que não se pode esperar nada de quem nasceu “torto”. Não mudará de forma alguma, esse é seu destino e ponto. Em cada canto deste nosso país, histórias como essa compõem o corpo discente. Por isso, os educadores precisam aprender a identificar as aptidões de seus alunos e a desenvolver a aprendizagem, desde o primeiro contato do sujeito com o mundo e estendendo-se por toda a vida. Assim, pau que nasce torto tem conserto e precisa de uma boa dose de carinho, de um olhar mais apurado e de pessoas que intervenham carregadas na alma com a essência do que é verdadeiramente ensinar. Consulte sempre um verdadeiro educador para que não se condene o “torto”. I smênia Ribeiro para a coluna Universo feminino Encontre-a no instagram: @direcionar.educa
- Nunca mais faça isso
Outro dia eu estava assistindo a um filme no Netflix na casa de uma amiga. Era um programinha inocente, tipo sessão da tarde entre amigas de longa data, quando uma delas deu um grito! “Genteeeeeeee o que aconteceu com a fulana?” Ela estava se referindo à uma atriz que foi musa absoluta nos anos 90, tinha ficado sumida das telinhas e agora voltou num papel muito bacana com seus quase 60 anos de idade (vou poupar aqui o nome da atriz em solidariedade à ela). O grupo excitadíssimo começou a comentar o quanto a pele do rosto dela havia caído, o quanto ela tinha engordado, o quanto ela estava quase irreconhecível, o quanto ela foi linda no auge dos seus 20 anos, o quanto todos os nossos namorados eram apaixonados por ela e agora… blablabla… Por um tempo eu me recolhi, em silencio, me calei para tentar entender porque aquela algazarra aparentemente inocente estava me ferindo tanto. Me levantei, pedi desculpas, e fui embora para o meu mundo interior tentar decifrar em que lugar em mim estes comentários encontraram espaço para se alojar de maneira tão invasiva. E eu descobri, uma descoberta assustadora. Eu descobri o que aconteceu com ela, com aquela atriz que tanto me inspirou na minha adolescência: ELA NÃO MORREU CEDO! Ela não desapareceu enquanto ainda era jovem e linda. Ela não se recolheu. Ela ousou. Quanta audácia! Ela ousou sair do esconderijo quando sua pele já não tinha mais o viço da juventude. Ela seguiu VIVENDO! Aquela conversa aparentemente inocente da mulherada mexeu comigo. Me calou. Me machucou. Eu não a conheço, mas eu conheço as dores de estar viva. As dores de insistir em estar presente aos 50 anos, falando as minhas verdades, me expondo no Instagram, dançando onde me der vontade. Existindo. Me parece que existir depois dos 50 anos é uma extenuante resistência à uma sociedade que faz comentários etaristas, que fecha as portas para mulheres maduras e experientes, que só valoriza pernas, bundas e colágeno transformando mulheres em objetos de desejo, onde o publico alvo descarta o modelo conhecido e faz filas pelo ultimo modelo. Tentam nos tornar tão descartáveis quanto eletrônicos portáteis da maçãzinha com mais de dois anos. Ao escrever este texto sinto um gosto amargo na boca. Será este o sabor da maturidade? Será que estamos fadadas a aguentar metade da nossa vida, sim, a segunda metade dela perdêssemos a nossa relevância junto com a menstruação e o colágeno? Será que não passamos de vacas reprodutoras? Ou será que ao contrário, não somos nós as erradas, as loucas com prazo de validade expirado colado na testa, mas mulheres que resistem em viver intensamente em uma sociedade machista e etarista que descarta o que lhe ameaça, que ignora a experiência e permanece no raso, onde é mais fácil transitar, evitando mergulhar nas aguas profundas da subjetividade humana? Precisamos nos lembrar que cada vez que pixamos o corpo, que apontamos o formato, a gordura, a celulite, a estria, a altura, as rugas, o cabelo branco, o decote, a roupa colada, nós estamos ridicularizando a todas nós! Ridicularizar alguém é uma tentativa desesperada de atestar para o mundo que você não é a única que não pertence, mas que precisa a qualquer custo, fazer de conta que você é melhor que alguém, mesmo se sentindo pior que a maioria. Ninguém que esteja em paz consigo mesma tem necessidade nem tampouco vontade de julgar, de apontar “defeitos” em outra pessoa. Só faz isso quem se sente insegura, quem não se garante, e quem lucra com a insegurança de milhares de mulheres. Tenho certeza que depois deste texto, não importa a sua idade, o seu peso, a sua autoconfiança, você irá pensar duas vezes antes de detonar outra mulher por ser quem ela é. Celebre toda existência como se fosse a única (pois sim, ela sempre é). Julgar a aparência de uma mulher é invalidar a existência dela nesta vida, e isso nunca, NUNCA é legal. Fabi Guntovitch para a Revista MS Disponível nas colunas: Psicanálise Feminina Universo feminino 50+ Encontre-a no Instagram: @fabianaguntovitch
- Desapegar dói, não é fácil...
Coração aperta, seguramos as lágrimas e fazemos cara de forte. Dá até vontade de rir, porque basta um segundo em um porto seguro, que relaxamos e elas rolam soltas, aliviando esse coração teimoso. Somos apegadas não apenas as coisas, as pessoas e as relações. O pior apego de todos é aquele que nos dita regras. Nos apegamos intensamente as regras sociais e culturais as quais somos expostas durante o nosso desenvolvimento. Nos apegamos a ideias! E essas se transformam em crenças que passam a reger nossas vidas de um jeito bastante rígido e cruel. Nos apegamos a ideias! E essas se transformam em crenças que passam a reger nossas vidas de um jeito bastante rígido e cruel. Nos apegamos a versão de nós mesmas que deveríamos ser, que precisaríamos nos tornar para que nos permitíssemos nos amar, nos aceitar e sofremos a frustração da idealização insana de nós mesmas, uma versão inatingível e cruel que adotamos sem perceber o mal que causamos a nós mesmas neste processo. É o apego ao senso comum que nos faz sofrer. A grande sacada é que a nossa geração está pronta para questionar o que grita a maioria! O ser humano é um ser individual, único, que para ser pleno precisa se escutar e se aceitar incondicionalmente. Não existe amor-próprio com condições. Não existe “eu preciso emagrecer para me amar mais”, não existe “eu preciso me formar ou ter” X” na conta bancária para me amar mais, ou pior, eu preciso me casar para validar meu valor e meu amor-próprio”. Amor-próprio precisa estar onde estamos, como estamos, apesar do processo, do caminho. Daí a gente respira... respira... respira... e lembra do mantra: “está tudo bem...” e realmente está! Lembramos que a vida é feita de ciclos... que as memórias nos pertencem eternamente, e que o antídoto ao apego está aí, na nossa cara, facinho, facinho de alcançar... É só chamar por ela... a linda, poderosa e maravilhosa gratidão. Quando sentimos a gratidão pelos momentos vividos, pela paz que o desapegar pode nos oferecer, pelo passado, pelos ensinamentos, pelas conquistas, pelo presente e também pelo que a vida está por trazer, certamente ela irá nos surpreender.... Lembra? Essas são produções do ego, apegado a tudo que ouvimos e vimos em casa, nas mídias, nos filmes, na vida! Ela sempre nos surpreende! Quando conseguimos sentir gratidão pelo que estamos vivendo, gratidão incondicional mesmo, de olhos vendados, ah! O coração se expande, a alma fala e o ego cala... Gratidão transborda! Gratidão por poder sentir gratidão! O alívio é certo, é doce, é amor, é benção.... Que maravilha é viver quando a alma fala e o ego cala. Fabi Guntovitch para a Revista MS Disponível nas colunas: Psicanálise Feminina Universo feminino Encontre-a no Instagram: @fabianaguntovitch
- Nem lutar nem fugir, se unir!
Desde que o mundo é mundo, nós, seres humanos, reagimos às adversidades da vida lutando ou fugindo. Tem gente que é combativa, explosiva, e tem gente que corre, foge, se esconde. Antigamente, diante de um invasor ou um animal ameaçador demais, a gente corria mesmo, em busca de um lugar seguro. Hoje em dia, tirando os desafios de um maluco que queira nos atacar fisicamente, a gente foge mesmo é para dentro, se trancando debaixo de camadas e camadas de defesas psíquicas e subterfúgios conscientes e inconscientes. Quem dera durante uma reunião de família, quando a gente se sente atacado, ofendido, não ouvido ou frustrado, a gente pudesse sair correndo para não arremessar a coxa do peru de Natal. Como correr dali vai fazer a gente parecer inadequado, e arremessar qualquer coisa também é impensável, a gente, para não brigar, costuma usar as poucas alternativas que parecem menos bizarras, mas nem por isso costumam ser eficientes, que são: fazer o jogo das palavras ácidas, ser sarcástico ou passivo-agressivo, ou nos calar, engolindo a raiva, a ofensa, com espinho e tudo, e fazendo de conta que não está doendo. Nem preciso dizer que qualquer uma dessas alternativas vai trazer um efeito rebote imenso e intenso, seja ele a curto ou a longo prazo. O nosso normal é estruturalmente desajustado para a grande maioria dos eventos desafiadores na nossa geração. Sim, existem situações em que a nossa segurança física depende de lutarmos para nos defender ou fugirmos, mas, quando não há uma violência física iminente, poderíamos ser mais estratégicos nas escolhas das nossas reações em vez de nos deixarmos levar tanto pelo automático. Quando pensei em escrever este texto, uma onda de esperança me invadiu. Talvez você me chame de Poliana, de ingênua, de maluca, mas e se, em vez de nos sentirmos tão solitárias diante dos nossos desafios e frustrações, a gente pudesse contar de verdade umas com as outras? E se, em vez de lutar ou fugir, a gente pudesse se unir? Como seria a nossa vida se não tivéssemos medo o tempo todo de não sermos boas o suficiente, de não darmos conta da vida, de nós mesmas e dos nossos filhos? Não, talvez você não perceba que esses medos nos habitam, ou talvez você se sinta numa areia movediça por causa deles; de qualquer forma, eles estão, sim, presentes, seja na superfície da consciência ou nas profundezas do inconsciente. A sororidade nos acolhe de fora para dentro à primeira vista, mas de verdade ela nos acolhe também internamente, pois parte de um lugar muito especial de não julgamento. "A sororidade nos acolhe de fora para dentro à primeira vista, mas de verdade ela nos acolhe também internamente, pois parte de um lugar muito especial de não julgamento." E, verdadeiramente, só somos capazes de não julgar outra pessoa quando somos capazes de nos acolher nas nossas próprias falhas, nas nossas dores e nas nossas tantas culpas que nos são imputadas todos os dias nas nossas vidas. Quando a dor bater à sua porta, quando a culpa te invadir, quando o medo se apresentar, respire amor, compaixão e perdão, e busque a união. Ninguém se cura sozinha, ninguém prospera sozinha, ninguém se ama de verdade sem também ser capaz de amar o próximo. Desejo tanto, tanto que nosso DNA se ajuste um tiquinho que seja, a cada geração que vai e que chega, para que a gente possa contar não apenas com o fugir e o lutar, mas também com o UNIR e o CONTAR com alguém. No dia em que isso acontecer, certamente viveremos em uma sociedade muito mais justa, gentil e amorosa neste planeta. Fabi Guntovitch para a Revista MS Disponível nas colunas: Psicanálise Feminina Universo feminino Empoderamento feminino Encontre-a no Instagram: @fabianaguntovitch


















