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Simples


Simples. Muitas vezes sinto falta de ver e sentir o “simples”. Aquele simples que não cansa, que não grita, que não incomoda. O simples que vai bem com todos os gostos, que combina com todos os ritmos, que não causa mal estar quando está na sala. Sinto falta da pessoa simples, daquela que não faz um drama para contar seus “causos” e que também não explode em textos intermináveis para defender uma posição política ou social. O simples muitas vezes parece ser mal-educado, mas na verdade é, tão somente, mais sincero. É o simples “não” ou o simples “sim”, que facilitaria muito a vida dos prolixos usuais. O simples gostar sem a preocupação se será correspondido, ou o simples comer sem a culpa dos quilos que virão. É o “simples” que me encanta quando o percebo em um rabo de cavalo descuidado ou em um sorriso franco. O simples bege que falta nos milhões de tons complexos da nossa conturbada vida cotidiana. Somos sempre seres tão exigentes com nós mesmos que não aproveitamos a simplicidade maravilhosa que podemos desfrutar quando não usamos tantas “crases e vírgulas”. O simples está em falta nos dias atuais, se escondendo em lacunas cheias de palavras difíceis e currículos rebuscados. Temos títulos e méritos, compramos propostas rebuscadas em receitas padronizadas de felicidade, e temos a certeza do que queremos, sempre quando esse querer está contemplado em um manual de como viver bem. Só que nos esquecemos de que a “vida boa” não está descrita em manuais e não possui regras específicas. A “vida” é algo bem mais simples… Fui! (simplificar…)

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