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Um Recado…

Por tanto tempo esperei o dia em que venceria na vida… busquei me encontrar em tantas esquinas quanto pude; pensei ter chegado em casa todas as vezes em que alguém me olhou com vontade de respirar um pouco do mesmo ar que eu e quase caí em algum dos abismos eternos que circundam o medo que tenho de desapegar-me dos meus.

E foi quando, sem querer, escutei um recado da minha versão mais jovem, que estava guardado há tempos, embrulhado em um papel amassado bem no fundo das minhas emoções mais genuínas: ele me dizia que tudo que eu buscava, por tanto tempo, era apenas uma doce ilusão do que me faria feliz um dia. Porque o melhor que eu poderia extrair dos momentos que me cercam, são as memórias vivas do meu eu ao lado de quem me amou de verdade.

Caminhei um pouco mais adiante para tentar despedir-me de mim, em doses peculiares de vontade e gratidão, mas só encontrei um pouco do infinito que cerca minha história, cheio de encontros felizes e reencontros agendados, cheia de contornos de resignação e sussurros de esperança tracejados no emaranhado de emoções que moldam os sons das músicas que mais me emocionam…

Entendi, enfim, que ela havia partido. Mas percebi também que havia deixado algumas cartas pelo caminho…

Fui! (Esperar para agradecê-la…)

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