A força invisível que move todas nós
- flaviasantosalbuquerque
- 10 de out.
- 2 min de leitura
Mulher, você já parou para pensar que, mesmo sem perceber, existe uma força silenciosa e invisível sustentando cada passo da sua vida? Ela está em você quando se levanta depois de uma noite mal dormida, quando segura firme as mãos de quem ama, quando decide seguir apesar do medo. Essa força não se mostra em músculos aparentes, mas na resistência interna que toda mulher carrega: no corpo, na mente e no coração.
Ao longo da história, fomos ensinadas a silenciar dores, disfarçar fragilidades e, muitas vezes, esconder até mesmo nossos desejos. Mas o que acontece quando olhamos para dentro e reconhecemos que essa força não vem apenas de “aguentar tudo”, e sim da capacidade de sentir, transformar e renascer?
O corpo como raiz da força
No meu trabalho como fisioterapeuta pélvica, vejo diariamente mulheres descobrindo que o centro dessa força está no próprio corpo. O assoalho pélvico, tão pouco falado, é um exemplo. Ele sustenta órgãos, participa do prazer e tem papel fundamental no parto e no pós-parto. É uma musculatura invisível aos olhos, mas que dita muito sobre a qualidade da nossa vida.
Essa força invisível não é apenas física. Ela se revela também quando uma mulher consegue dizer “não”, quando busca ajuda para uma dor íntima que a incomoda há anos, ou quando ousa admitir que merece prazer. O corpo, quando cuidado, se torna palco de autoconhecimento e empoderamento.
Força não é ausência de vulnerabilidade
Existe uma crença antiga de que ser forte significa não sentir dor, não demonstrar fraqueza, não se permitir cair. Mas a verdade é o contrário: a vulnerabilidade também é força. Reconhecer limites, pedir apoio, chorar quando necessário. Tudo isso é parte da potência feminina.
É no espaço da vulnerabilidade que surgem as maiores transformações. Quantas vezes uma mãe, ao se sentir frágil no puerpério, descobre em si mesma uma coragem que nunca havia conhecido? Quantas vezes uma mulher, ao admitir uma dor na relação, encontra caminhos para recuperar não só a saúde, mas também a autoestima?
A força coletiva que nos move
Se por um lado existe essa energia individual, silenciosa, que cada mulher guarda, por outro lado há uma força coletiva ainda maior. Ela está presente nas mãos que se estendem, nas histórias que se compartilham, nos olhares que dizem: “você não está sozinha”.
A cada paciente que acompanho, percebo como somos criadas com experiências semelhantes. Uma fala da outra, inspira, cura, e abre portas para que mais mulheres se libertem de culpas e tabus. Essa rede é ancestral. Nossas avós já nos sustentavam, nossas mães também, e agora nós somos parte dessa continuidade.
E você, já reconheceu sua força invisível?
Talvez você a sinta no corpo que pulsa, no coração que insiste, na respiração que te ancora. Talvez ela apareça na coragem de recomeçar, no desejo de viver com mais prazer, ou simplesmente no ato de existir em um mundo que tantas vezes tenta nos calar.
Essa força é invisível porque não precisa se exibir: ela simplesmente está dentro de cada mulher, em cada fase da vida, aguardando ser reconhecida.
E quando você olha para si mesma com cuidado e amor, percebe que nunca caminhou sozinha. A força que move todas nós, é também a força que move você.
Mirella Bravo para a coluna Saúde Íntima
Encontre-a no Instagram: @mirellabravofisio










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