![](https://static.wixstatic.com/media/5c5c36_35d75135c5f949ac963ffe831596da1c~mv2.png/v1/fill/w_63,h_47,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/5c5c36_35d75135c5f949ac963ffe831596da1c~mv2.png)
Quantas vezes ficamos imaginando que para sermos bonitas ou aceitas, devemos ter o corpo ideal, perfeito, adequado para a sociedade?
Desde meninas somos criadas na ideia de que devemos praticar exercícios físicos para chegarmos a um corpo magro, esbelto, sem marcas. É ensinado que para alcançar esse corpo estabelecido pela sociedade, devemos nos “matar” diariamente com exercícios de alta intensidade e dietas insustentáveis. Menciono o “matar” pois a forma que tais práticas são realizadas hoje em dia, mais prejudicam do que trazem algum tipo de benefício.
“O autoconhecimento, quando atingido, pode nos apresentar a realidade da nossa essência”
Onde a saúde mental se encaixa no meio de tanta autocobrança, competição e frustração? Como seria a relação de nós mulheres com a prática de exercício físico, se ao invés de termos sido ensinadas a treinar para emagrecer, tivéssemos sido ensinadas a treinar para cuidar da saúde mental e física?
Antes de estética, a prática de exercício físico traz inúmeros benefícios. Começando pela liberação de endorfina, hormônio que tem como consequência a sensação de prazer e bem-estar. Além disso, promovendo a qualidade de vida e prevenção de doenças. Porém, esses fatores são facilmente esquecidos enquanto vivemos em uma sociedade que impõe descaradamente o que é bonito ou não. Temos assim a chamada “ditadura da beleza”, que influencia diretamente na forma que nós mulheres nos enxergamos, afetando nossa autoestima.
![](https://static.wixstatic.com/media/76f6c1_c2c33fb1815b4b709abee44013b22fbb~mv2.jpg/v1/fill/w_75,h_42,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/76f6c1_c2c33fb1815b4b709abee44013b22fbb~mv2.jpg)
Com isso, a grande maioria tenta incansavelmente seguir rotinas surreais de exercícios e dietas para conseguir atingir um corpo inalcançável. Mas também temos um outro lado, o lado que realmente não sente prazer algum com o exercício físico, inclusive tem desgosto, porque praticar exercícios remete a ideia de seguir padrões sociais, se encaixar em uma regra, ser aceita socialmente. E é traumatizante e frustrante tentar alcançar algo que beira o impossível de ser alcançado.
Todos os benefícios da atividade física são deixados de lado, pois desde sempre aprendemos que para sermos bonitas precisamos ser magras e para sermos magras precisamos treinar. Percebem como vira um ciclo? E como sair desse ciclo? Como deixar essa ideia de lado?
Podemos tentar sair dessa espiral por um processo denso e trabalhoso de autoconhecimento e autoaceitação. Nesse processo, aprendemos o que gostamos, o que faz a gente se sentir bem, feliz e satisfeitas conosco, o que temos capacidade de fazer ou não, qual nosso objetivo, características e personalidade.
O autoconhecimento, quando atingido, pode nos apresentar a realidade da nossa essência, resgatando nossa autoestima, deixando (quem sabe) um pouco de lado essa necessidade de aceitação social, encarando esses fatores, como a prática de exercícios, com um olhar de autocuidado, e não de obrigação.
O que mais torço é que: a gente treine porque ama nosso corpo, e não porque odeia ele.
Antonella Borghesi para a coluna Empoderamento Feminino
Encontre-a no Instagram @psi_antonella