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- Dia dos Inimigos
Mais do que homenagear meus amigos, em um dia cheio de carinho fraternal e ultra-sentimental, homenageio meus inimigos, destacando todas as maldades e dificuldades que eles me fizeram passar. Alguns nem sequer sabem da sua extrema importância em minha tão simples vida, mas o fato é que sim, são super importantes. Não descarto todos os ótimos momentos que tive ao lado dos amigos, não me entendam mal… Apenas priorizo transformar tudo o que a mim é dado “de mau grado”, porque o “de bom grado” é sempre um presente, e presente não se agradece, se retribui. Mas grosseria, antipatia e traição não devem ser devolvidas. Devem ser assimiladas como lições aprendidas. São as várias caras da ignorância que, se não nos matam, nos fortalecem de alguma forma. As infinitas rugas que trago no meu rosto, fruto de todas as incontáveis risadas que dei ao lado dos meus queridos amigos vão permanecer nas entranhas da minha pele, estampadas para quem quiser e puder ver o quanto fui feliz ao lado deles, amigos. Já os sinais de desgaste sofridos pelo stress que recebi dos inimigos, esses, eu quero escondê-los o melhor que eu puder. Escondê-los só para ter o prazer de desfilar linda na frente deles, maus amigos que me desejam o pior, para lhes mostrar que a minha força é maior, que meu Deus é mais forte, e que a minha bunda tem menos celulite! Fui! (agradecer a quem me ama como sou e também a quem ajudou a me tranformar no que eu sou…)
- Dentro de Mim
Muitas vezes me deparo com esse ser que habita dentro de mim, que me diz todas as noites que é hora de recomeçar. Que me mata e me fortalece nas minhas dores e no meu cansaço. Esse ser que me toma por completo é minha alma angustiada por horas a mais, por momentos que já se foram e por tudo o que meu corpo precisa para respirar. É esse desejo de ter mais de tudo o que me faz feliz, que me arrebata e me controla, que domina meus sentidos e que me torna imortal na minha essência. Se hoje sou mais exigente comigo mesma é porque busquei ter o que não consegui, quebrei regras que não deveria e me perdi em algum atalho sombrio na busca de ser o que não fui. Quero mais da vida por menos esforço e quero aplausos, muitos aplausos por tudo o que consegui ser até hoje. Se não sou um ser completo é porque me falta um pouquinho mais de algo que ainda não encontrei, mas que deve estar aí em algum canto, escondido nos arbustos da minha vaidade e rindo da minha completa ignorância da vida. E quanto menos vontade tenho de dizer adeus ao “eu” antigo, mais egocêntrico me torno na busca de tudo o que se refere à mim, em uma plástica mais perfeita, de um tempo com menos rugas, sem tantos vícios e com lembranças sem importância… Fui! (buscar mais dentro de mim e menos no meu espelho…)
- Simples
Simples. Muitas vezes sinto falta de ver e sentir o “simples”. Aquele simples que não cansa, que não grita, que não incomoda. O simples que vai bem com todos os gostos, que combina com todos os ritmos, que não causa mal estar quando está na sala. Sinto falta da pessoa simples, daquela que não faz um drama para contar seus “causos” e que também não explode em textos intermináveis para defender uma posição política ou social. O simples muitas vezes parece ser mal-educado, mas na verdade é, tão somente, mais sincero. É o simples “não” ou o simples “sim”, que facilitaria muito a vida dos prolixos usuais. O simples gostar sem a preocupação se será correspondido, ou o simples comer sem a culpa dos quilos que virão. É o “simples” que me encanta quando o percebo em um rabo de cavalo descuidado ou em um sorriso franco. O simples bege que falta nos milhões de tons complexos da nossa conturbada vida cotidiana. Somos sempre seres tão exigentes com nós mesmos que não aproveitamos a simplicidade maravilhosa que podemos desfrutar quando não usamos tantas “crases e vírgulas”. O simples está em falta nos dias atuais, se escondendo em lacunas cheias de palavras difíceis e currículos rebuscados. Temos títulos e méritos, compramos propostas rebuscadas em receitas padronizadas de felicidade, e temos a certeza do que queremos, sempre quando esse querer está contemplado em um manual de como viver bem. Só que nos esquecemos de que a “vida boa” não está descrita em manuais e não possui regras específicas. A “vida” é algo bem mais simples… Fui! (simplificar…)
- Créditos
Hoje vejo um Mundo em constante transformação. Pessoas correm para todos os lados em busca da felicidade própria, e da felicidade dos seus entes queridos. Desprendem-se do benefício próprio em prol do melhor para “eles”, seus amores. São incansáveis em buscar o melhor, mesmo sem saber o que exatamente é esse “melhor”. Mas tentam. São eles, seres incompletos, cheios de defeitos, que buscam incessantemente alguma coisa que nunca na verdade conseguem alcançar: a plenitude de uma vida. Herdam os ensinamentos e também, os traumas. Desculpam-se pelas faltas e exageram nos mimos. São reféns de um modelo que não deu certo, mas que o seguem a 100 Km por hora. E quando percebem que o pneu furou, o trocam rapidamente, sem nem cogitar trocar o carro que usam para essa viagem. E nessa vida louca, em que tentam ser mais do que podem, só conseguem contabilizar os créditos positivos em uma conta infinita de pontos somados, mas nunca diminuídos. O olhar otimista é o que impera na inocente ótica sobre a vida: somos todos fruto das expectativas que geramos sobre nós mesmos, em um compasso desencontrato do que o outro espera de nós. Se eu pudesse voltar a viver, seria um alguém em busca de “créditos negativos”, uma pessoa que procura viver com o menor índice de culpa, com atitudes que contemplam “mínimos erros”. Contabilizaria quantos “menos pontos possíveis” eu acumularia no percurso dessa caminhada. Teria atitudes egoístas e cuidaria de mim como bem entendesse, mas abdicaria do direito de saber o que seria o melhor para meus filhos, meu parceiro, meus amores. Correria menos riscos durante o caminho para minimizar os traumas que sempre acabamos gerando em quem mais queremos bem. Não faria do meu filho uma extensão de mim, ao contrário, o deixaria livre para escolher ser um alguém muito melhor e com menos elos de ligação. Seria eu, um ser quase inofensivo aos que quero adornar. Viraria uma expectadora da vida deles, sem lhes acorrentar com dúvidas e questionamentos a respeito do que eu acredito ser o melhor. Seria mais uma referência, ao invés de um guia. Não os moldaria à minha imagem e semelhança. Os incentivaria a criar seu próprio molde. E assim, me esquivando dos erros ao invés de buscar tantos acertos, conseguiria entregar um pouco da tal plenitude àqueles para os quais dirijo para todos os cantos. Fui! (pegar uma carona até a próxima parada. Porque amar demais também cansa…)
- Intolerantes
Intolerantes. Todos somos. Em algum momento, em alguma ocasião, na vida. Somos todos frutos da intolerância passageira, daquela que se instala nos episódios de agonia cotidiana. Mas existem os filhos da intolerância, os que são criados nas raízes do ódio do preconceito, que exalam o mau cheiro do desastre social, onde benevolência é crime, e, sorriso, um atentado. Somos parte de uma rede de escolhas, mensageiros de um não dispor a nenhum momento. Somos reféns e senhores ao mesmo tempo. Pedimos passagem, mas não deixamos passar. Mentimos sobre quem somos e, se somos melhores do que os intolerantes de nascença, nos sentimos aliviados e cremos ser especiais. Mas não somos. Somos apenas seres incompletos. Não conversamos com o diferente e não temos tempo para o que passa por dificuldades. Somos mais ocupados quando solicitados, e menos disponíveis quando necessários. Somos melhores para nós mesmos e bem piores para o “Mundo”, já não mais tolerado… Se eu pretendo mudar? Claro que não. A intolerância faz parte da minha alma suja e ferida. Afinal, não sou humana, sou apenas o projeto de ser humano que não deu certo. Do ser humano que passou a vida sendo intolerante… Fui! (viver a solidão do meu eu sem me importar com o que vem atrás…)
- Mais uma Vez…
Depois de anos da minha morte terrena, desejaria voltar à vida mais uma vez. Desejaria reencarnar como uma pessoa normal, sem excesso de nada, nem de beleza, e nem de riqueza. Não me pouparia o luxo de ter alguns mimos, e o benefício de uma imagem que me deixasse confortável à frente de um espelho. Mas não, não forçaria meu corpo a entregar mais do que ele naturalmente já me proporcionaria. Não gastaria meus preciosos minutos em me manter conectada ao que não me fosse essencial. E, mesmo nas banalidades fúteis da vida, me encarregaria de assegurar que fossem legítimas em me fazerem relaxar. Seria mais preocupada em ler o que mantivesse minha mente atenta e curiosa, e não simplesmente ler o que me faria mais culta aos olhos de quem nunca realmente vai enxergar. Não seria um “engodo” para mim, poderia até sê-lo para todos os outros agentes que fazem da vida cotidiana um lugar mais complexo do que deveria. Seria autêntica. Seria eu, em um corpo de verdade. E curtiria a sensação de poder me apaixonar sem medo de sofrer, comeria o que tivesse vontade, e começaria toda segunda-feira uma nova dieta. Seguiria caminhos alternativos, pegaria bifurcações, cometeria erros e acertos e, em se tratando de mim, provavelmente seriam mais erros do que acertos… Seria, talvez, mais benevolente com “meu tempo”, pois não o deixaria esperando por mim por tanto tempo. Seria eu quem iria ao encontro dele. Eu o buscaria, e o trataria melhor desta vez. Nessa vida seria um alguém menos rabugento, um ser menos difícil e menos rancoroso. Mas claro, teria a minha essência viva e flamejante, louca para brigar pelo que acreditasse e ao mesmo tempo, rápida para mudar minhas crenças e verdades. Seria mais ousada e mais contraditória do que nunca, mas seria também mais compreensiva com as opiniões alheias. Não odiaria tanto e envelheceria com calma. Seria mais verdadeira comigo nas minhas escolhas. E no final, quando as luzes se apagassem novamente para mim, eu gostaria apenas de ter um único pensamento sobre essa vida: “Desfrutei muito”. Fui! (Mas um dia eu volto…)
- Imunda
Nas cores da sua pele manchada estão os desbotados de suor e vergonha, que inundam seu corpo quente de forma explícita e indecorosa. São lembranças feias de uma vida suja, onde verdades se camuflam em um passado sem pai, e sem lei. São as manchas que não limpam, a umidade que não seca, e a dor que não passa. É o abismo sem fim em que você se encontra com eles, seus erros. E errantes, se tornam amigos de caminhada dos falsificadores de histórias, e dos contadores de novos enredos. E a vida passa assim, sem desmentir o que lhe é favorável e manipulando o que pode ser escondido, mas traduzindo sempre no melhor tom possível. Onde está a fórmula da junventude? Lá atrás, em um passado distante, onde não havia erro que fosse impune, e verdades que pertencessem a um único dono. Ali, bem no meio da mesa do café, eu comia sossegada um pedaço de bolo, sem culpa e sem pudor. Era eu e minha vontade. E não havia nessa mesa nenhum pedaço roubado, nem nenhum sonho que não pudesse ser perdoado. Ali, os pecados eram todos jovens, e minha pele, ainda não sofria com os efeitos do “meu” sol… Fui! (tomar um bom “banho” e passar protetor… )


















