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  • Formosa, GO

    Vem comigo descobrir as belezas de Formosa, GO! Você já ouviu falar em Formosa? Ainda não? Então prepare-se para conhecer um lugar abençoado pela natureza, com muitas trilhas, cachoeiras, poços de águas cristalinas, grutas, rampas de voo livre e ainda sítios arqueológicos. Aquele tipo de destino que todo amante do ecoturismo deve conhecer, vai por mim!! Formosa é um município brasileiro localizado no estado de Goiás, situado a 80 km de Brasília/DF e a 282 km de Goiânia, capital do estado de Goiás. Como fica relativamente perto da Chapada dos Veadeiros – outro destino de ecoturismo em Goiás - é super possível fazer os dois lugares em uma mesma viagem. Para quem vai de avião, o aeroporto mais próximo é o de Brasília. De lá, dá pra seguir até Formosa de carro alugado ou de ônibus. Eu conheci Formosa em 2019 com um grupo de amigos e passamos por lá 4 dias inteiros de muita aventura, desbravando os principais pontos turísticos do lugar. Vou listar aqui quais foram esses atrativos e já garanto que - tenho certeza!! - muitas de vocês ficarão tentadas a conhecer esse paraíso também. A primeira atração visitada foi o Parque Ecobocaina, um complexo de preservação ambiental com muitas trilhas, cachoeiras, rios, poços e mirantes. Dentro do Ecobocaina existem várias trilhas diferentes e cada uma delas levam a atrativos diferentes. A trilha que fiz foi a "Encontro das Águas", onde visitamos o Poço do Noel, a Cachoeira dos Reis Magos e a Cachoeira da Palmeira. Em todos esses pontos senti uma energia muito boa e revitalizante, aquele tipo de lugar onde a gente sente muita paz. O segundo atrativo visitado - e o que eu, particularmente, mais gostei - foi o Bisnau Ecoturismo. Nada no mundo poderia me preparar pro que eu iria encontrar naquele lugar. O Bisnau Ecoturismo é um paraíso de 3.000 hectares de cerrado vivo e totalmente preservado. O local oferece vários tipos de atrativos como trilhas, poços de águas verdes cristalinas, cachoeiras, prática de rapel, voo livre e ainda um sítio arqueológico que conta com gravuras rupestres que possuem entre 4 e 10 mil anos!! Pensem em quanta riqueza histórica que esse lugar tem, hein.. É simplesmente apaixonante! Por lá eu conheci os Poços Esmeralda e Cânions, dois poços de águas verdes cristalinas, um tom que ainda não tinha visto em nenhum outro poço ou cachoeira. O segundo poço - o Poço Cânion - principalmente, quase me fez cair pra trás de tanta emoção. Nesse poço, ao contrário do primeiro, a gente chega por cima e por isso ele se torna tão impactante. A cor da água é impossivelmente verde, cercada por um paredão rochoso que dá uma vibe mística ao lugar e o local ainda conta com uma vegetação majestosa. Sério, dos lugares mais lindos que já vi! Outro atrativo que amei conhecer e que acabou se tornando um grande desafio pra mim foi o Parque Ecológico Chapada Indaiá. Cito esse grande desafio, pois foi nesse dia que fiz a trilha mais desafiadora da minha vida até hoje. O Parque Chapada Indaiá é mais um paraíso preservado de Formosa que conta com 7 quedas, não cheguei a passar por todas, mas as que conheci foram bem especiais. A primeira delas foi a Cachoeira do Espanhol, seguida da Cachoeira do Indaiá, que dá nome ao atrativo. Sobre a famosa Cachoeira do Indaiá, ela é lindíssima mesmo e merece a fama que tem. A queda fica exatamente no meio de um imenso paredão rochoso e o poço que se forma abaixo dela é uma delícia pra se banhar. Atualmente existe uma corda que delimita a passagem, avisando que a partir dali já fica mais fundo e consequentemente mais perigoso, mas se a pessoa souber nadar dá pra ir mais adiante até umas pedras que ficam bem próximas da queda. Dali seguimos para a terceira e última cachoeira do roteiro e foi ali que começou o meu desafio. Apesar de já ter feito algumas trilhas ao longo da vida, não me considero nenhuma expert no assunto… por isso, que foi tão sofrido chegar na Cachoeira Véu de Noiva. Só para vocês entenderem, foram cerca de 2 km de trilha entre subidas e descidas, pulando e subindo pedras, me agarrando em vários troncos e galhos pelo caminho, levando muitos escorregões em certos trechos e com certeza muitos pingos de suor. O trecho final é ainda mais esgotante, pois é só descida e num caminho bem complicado. Mas só de ouvir o som da queda cada vez mais alto e forte, eu me enchia de coragem e determinação pra chegar logo. E enfim chegamos! E como foi maravilhoso chegar lá depois de tanta sofrência e dar de cara com mais uma cachoeira linda nessa viagem. A cachoeira Véu de Noiva tem uma beleza estonteante e fascinante, com certeza vale o sacrifício! Mas atenção: trilha totalmente indicada apenas para quem tem o mínimo de preparo físico por conta do nível de dificuldade. E então chegamos no último dia da viagem, mas lógico que não iríamos embora sem antes conhecer o maior cartão-postal da cidade: o Salto do Itiquira. Do alto de seus 168 m de pura formosura – sendo uma das maiores quedas do país – o Salto do Itiquira já recebeu o título de “maior queda d’água acessível do Brasil”. Isso porque a estrada que leva até ele é toda asfaltada e também porque dentro do Parque Municipal do Itiquira as trilhas são todas pavimentadas e em linha reta, de modo que pessoas de todas as idades e até com deficiências físicas podem contemplar essa belezura sem a menor dificuldade. Lá dentro o parque é uma delícia, com poços para banho, estacionamento, restaurante, banheiros e bebedouros espalhados. O local é super agradável e por isso mesmo, aliado ao seu fácil acesso, é possível perceber que muitas famílias o procuram para passar o dia. Mas é lógico que a grande atração mesmo do local é o Salto do Itiquira. A força da água é tão tremenda, que à medida que vamos nos aproximando dela já podemos sentir seus respingos. E exatamente por conta da força da queda, que é proibido tomar banho no poço que se forma abaixo da cachoeira, sendo possível entrar apenas nos poços menores que ficam abaixo dela. Como eu fui de roupa fiquei apenas contemplando mesmo e tirando muitas fotos com ela de fundo. Dica: tem uma pedra que fica ao lado da placa e de onde é possível ter um ângulo privilegiado. E assim finalizei mais uma viagem incrível pelo nosso Brasilzão, de onde voltei pra casa trazendo na mala memórias de lugares lindos, muitas risadas boas e mais uma experiência de vida inesquecível. E aí, será que pelo meu relato consegui despertar em você o desejo de se aventurar mais pelas belezas do nosso país? Te garanto que Formosa no lindo estado de Goiás vai fazer você se apaixonar! Clara Azeredo para a coluna Bolsa de Viagem Encontre-a no Instagram: @claraazeredo

  • PAZ E CELEBRAÇÃO NA SOLITUDE

    Hoje, quero convidá-la a explorar a solitude que na maioria das vezes é temida e vista como um grande monstro malvado que veio para assombrar a todas nós. Pode parecer estranho à primeira vista, afinal, estamos acostumadas a buscar conexões, interações e relacionamentos. Mas eu quero te mostrar que há um mundo maravilhoso a ser descoberto quando abraçamos a nossa própria companhia. Com a experiência dos anos aprendi a valorizar os momentos de solitude de uma maneira especial. Aqueles momentos em que me permito estar em companhia dos meus pensamentos, das minhas séries ou dos meus livros favoritos. São ocasiões em que posso saborear a minha comida preferida ou abrir uma garrafa de vinho e brindar à minha própria companhia. Durante anos, acreditei que não ter alguém por perto era automaticamente sinônimo de solidão. Sei que muitas mulheres ainda compartilham dessa crença, pensando que a presença de outra pessoa é essencial para o seu bem-estar. Mas o verdadeiro ideal é sentir-se bem na própria companhia, amando e respeitando a si mesma, os seus gostos e os momentos que são inteiramente seus, únicos e especiais. Hoje, tenho uma perspectiva diferente. Aprendi que a alegria de viver e a felicidade emanam de dentro para fora. Aprendi a apreciar a minha própria companhia e confesso que não foram poucas as vezes em que escolhi estar sozinha. São momentos que trazem uma sensação positiva e extremamente relaxante quando os vivemos conscientemente. Além disso, eles fortalecem a nossa autonomia e independência emocional. As pessoas que investem na prática da solitude constroem relações mais saudáveis, pois escolhem estar com alguém movidas pelo prazer genuíno da companhia do outro, não por carência ou insegurança em estar sozinhas. Lembro-me de alguns anos atrás, quando elaborei uma lista de experiências que desejava vivenciar sozinha. Entre elas, realizar uma viagem e beber no balcão de um bar. Amei viver cada uma dessas experiências e gostaria de incentivar todas as mulheres a abraçarem momentos de solitude, fazendo coisas que amam. Atividades simples como ler, meditar, ouvir música, caminhar e cozinhar sozinha podem ser incrivelmente valiosas no exercício do autocuidado e do autoamor. São oportunidades de nos reconectarmos com nossa essência, de nos nutrirmos interiormente e de cultivar um relacionamento profundo e autêntico com a mulher incrível que somos. Na solitude, você é livre para explorar seus pensamentos mais profundos, sonhos há muito esquecidos e anseios que talvez tenham sido silenciados pelas demandas da vida cotidiana. É como um encontro consigo mesma, uma chance de se redescobrir e se apaixonar novamente pela pessoa incrível que você é. E o mais incrível é que a solitude não a isola do mundo, mas, ao contrário, a conecta profundamente com ele. Quando nos conhecemos melhor, podemos interagir com os outros de maneira mais autêntica. Nos relacionamentos, não nos perdemos, mas compartilhamos a plenitude da nossa própria presença, enriquecendo a nós mesmos e aqueles ao nosso redor. Saiba que é perfeitamente válido buscar momentos a sós e apreciar a sua própria companhia. Em um mundo agitado, reservar um tempo para si mesma é um ato de amor próprio e não significa sentir solidão por passar momentos assim. Então, abrace a sua solitude, permita-se se redescobrir e se fortalecer nesse espaço tranquilo e descubra a beleza única que reside em você. Ive Bueno para a coluna Universo Feminino Encontre-a no Instagram: @euivebueno

  • Menopausa: como vencer essa vilã?

    Todas as etapas da vida têm alguma fase chata para desafiar a gente. A vilã da velhice feminina, não temos dúvida, é a menopausa. Ela diminui nossas defesas, nosso ânimo, nossa lubrificação, nossa libido... nossa, mas é muito ruim, né? A boa notícia é que nem todas as mulheres passam tão mal, e as que passam têm vários aliados na luta contra essa praga! Cada mulher é única, não somos receita de bolo. Então fui assuntar com outras mulheres como foi ou está sendo a experiência delas. No meu caso, tive menopausa precoce, com cerca de 40 anos. Calores esquisitos, menstruação irregular, mau humor, parecia que eu estava sempre em TPM. Aí minha ginecologista na época disse: não, você está muito nova para a menopausa. Quem me socorreu foi a homeopata, que passou um medicamento que minimizou os sintomas, até sumirem! Depois, fiz histerectomia, e fiquei sem o indicativo mais evidente da chegada da menô (já somos íntimas). Recentemente voltei a sentir calores, um suador danado, algo de insônia, ansiedade, e novamente recorri à homeopatia. Eu estava achando estranho esse vai e volta da fase, a gente começa a duvidar até do que sente... mas nesse bate-papo nos grupos de mulheres maduras descobri que não era só eu. Márcia também teve menopausa precoce, parou de menstruar cedo, mas os sintomas apareceram depois de alguns anos. E vieram com força total! Pele muito seca, cansaço, tanta insônia que teve que tomar remédio para dormir. Entrou na reposição hormonal, com o devido acompanhamento médico, e apenas passado um ano começou a fazer efeito. Ela e muitas outras tomam um medicamento para compensar a deficiência de estrogênio após algum tempo na menopausa. De efeito colateral, a grande reclamação é que engorda... nada é perfeito. Para várias mulheres, a reposição é fundamental, apesar dos efeitos indesejados. A Patrícia, mesmo com reposição, sentia calores. Mudou de médico para médica, mudou a medicação, e agora se sente muito melhor. Luciana ressaltou que ter uma ginecologista mulher dá mais segurança de sermos ouvidas e atendidas nas nossas necessidades nessa fase. Eu também prefiro, em todas as fases. Não que sejam perfeitas (vide a minha aos 40, que não aceitou minha menopausa precoce), mas é mais provável que entendam, como pessoa, o que estamos passando. Cristina não sentiu calores, mas muita irritação e indisposição. A melhora com a reposição foi tão drástica que ela declara que “a fez renascer”. Mônica foi enfática no nosso bate-papo: reposição salva! E quem quer fazer, mas não tem esta opção? Maria estava em tratamento de câncer, e passou 3 anos minimizando os sintomascom fitoterapia. O chá de folha de amora foi citado mais de uma vez e, como eu não conhecia, fui pesquisar. Encontrei um estudo realizado pela Universidade Federal de Lavras que constata sua eficácia. O estudo faz parte da dissertação de mestrado da nutricionista Jéssica Petrine Castro Pereira, sob orientação do professor Bruno Del Bianco Borges. A pesquisa foi realizada com cobaias em laboratório, utilizando a folha de amoreira e também linhaça, pois ambas contêm grandes quantidades de fitoestrógenos, que são moléculas que possuem o efeito do hormônio estrógeno no organismo. “Com isso, podemos demonstrar que a suplementação de linhaça e/ou folha de amoreira tiveram um resultado benéfico para a saúde desses animais, demonstrando, assim, que essas substâncias podem ser um adicional à melhora desses sintomas causados pela falta dos estrogênios.”, relatou o professor Bruno, em entrevista ao site da Universidade (www.ufla.br). Geraldine é instrutora de Yoga, e ressalta a importância que a prática teve na manutenção do seu equilíbrio hormonal. O metabolismo mudou, como é natural, mas os sintomas não apareceram. Trinidad também coloca a atividade física como a principal responsável por ela ter passado por esta fase sem problemas. A consequência que foi comum a todas nós foi o ressecamento da pele e mucosas. Para os olhos, colírio; para a pele, mil opções de cremes; e para a vagina? A melhor dica que achei foi da Luzia, que usa lubrificante à base de água e sem cheiro, natural e menos agressivo a esta área tão sensível. O da marca que ela usa é hidratante também, ela usa todo dia, como usamos os creminhos de rosto, para manter o viço. Vou provar, aí conto pra vocês em primeira pessoa. É isso, como já falei, cada uma sente e vive esta fase de um jeito. O ponto em comum entre todas nós foi constatar a importância do apoio e da troca das nossas experiências. Por mais distintas que sejam entre si, sempre aparece uma dica, um conselho que nos serve e melhora a vida. E, claro, sentir-se acolhida e ouvida em um momento complexo nos dá mais força para enfrentá-lo. TMJ! Ana Lucia Leitão para a coluna 50+ Encontre-a no Instagram: @aninhaleitao2

  • Camafeu funcional e Cracker

    Eu digo que sempre da pra comer uma versão melhor de algo que a gente gosta muito! Se você está querendo ser mais saudável e não sabe por onde começar, eu vou te dar o caminho! Camafeu funcional A tâmara é um ingrediente super doce e um ótimo substituto do açúcar comum, visto que ela é riquíssimo em fibras, vitaminas e minerais importantes pra nossa saúde. O Tahine é feito de gergelim, fonte riquíssima de cálcio, o cacau cheio de antioxidantes, o coco carrega uma gordura excelente pro coração. As nozes apesar de calóricas são excelente anti-inflamatório, então SE JOGA nesse docinho! Ingredientes: 2 colheres de Tahine de Cacau (pasta de gergelim com cacau) 2 colheres de coco ralado sem açúcar (ralei coco fresco) 2 gotas de óleo essencial de cardamomo 6 tâmaras sem caroço Lascas de nozes para decorar Modo de preparo: Misture o Tahine com o coco ralado e o óleo essencial. Abra a tâmara e recheie com essa mistura e decore com a nozes por cima. É só comer! Cracker Se tem algo que eu AMO nessa vida são as sementes. Eu sempre recomendo a compra delas cruas e sem adição de sal, pra vc não correr o risco de ingerir muito sódio junto, pois elas são salgadas com glutamato monossódico, um realçado de sabor desnecessário. O cracker é uma ótima opção pra quem precisa introduzir esses “alpistes” na rotina alimentar e não sabe como! Da pra usar como torradinha, quebradinho na salada ou puro mesmo. IMPORTANTE é que você utilize sementes que formem GEL ao serem hidratadas, como a linhaça e a chia. Além de tudo é fácil de fazer! Delicie-se! Ingredientes: 1 colher (sopa) semente de girassol 1 colher (sopa) semente de abóbora 1 colher (sopa) de linhaça 1 colher (sopa) chia 1 colher (sopa) quinoa 1colher (sopa) gergelim Temperos de sua preferência. Usei pitada de sal rosa, 1 pitada de páprica defumada e 1 gota de óleo essencial Black Pepper dōTERRA 60 ml de água morna para hidratar. Em gramas, use em média 80g de sementes. Modo de preparo: Misture todas as sementes e temperos e deixe hidratar em água até formar um gel. Disponha numa assadeira (NÃO USE PAPEL MANTEIGA) use tipo Dover ou unte a fôrma. E leve para assar a 180 graus por uns 20 minutos. Deixe esfriar e está pronto! Roberta Crudo Bellucci para a coluna Na Cozinha Da MS Encontre-a no Instagram: @abetaqfaz

  • Na potência da pele

    “O mais profundo e a pele!” Paul Valéry Minha pele e bico do peito se arrepiam de novo. Um arrepio que sobe da ponta do meu pé, passando por minhas coxas e chegando à nuca. Meus lábios vibram e minha boca se enche de saliva. Nossa, faz quanto tempo desde a última vez? Não lembro, mas sei que ainda tá em mim o cheiro do teu suor e peso do teu corpo nu em cima do meu. O tempo lá fora está frio, úmido e com cheiro de grama molhada. Pego uma garrafa de vinho já aberta na geladeira. Sento no chão gelado com as pernas entreabertas e meus joelhos se tocam suavemente. Já é madrugada, não consigo fechar os olhos sem voltar aquela transa de corpos violentos, corpos que pulsam de tanto sentir. Sorriso, pau, voz, conversas, música não sei mais qual foi a ordem de me ver envolvida e entregue aquele corpo firme de braços fortes e olhos que me despia ao me ver falar. Involuntários gemidos macios saem de meus pulmões e garganta, meus quadris gemem derretendo no chão já suado do meu prazer. Lembrando de tudo aquilo que era proibido, mas eu … só queria mais. Sabia que era demais para mim, aquela liberdade toda, aquela vida cheia de curvas, noites em camas e chãos diferentes. Aquilo me enlouquecia, fascinava, mas não era meu mundo, sabia que não sustentaria por muito tempo sem me apaixonar e sofrer no final da história. Mas ele me instiga o desejo de ousar, de me permitir. Me ensinou a ser livre, livre com meu corpo, pensamentos, livre com meu peito nu e minhas ideias revolucionárias. Me toco, toco minha vulva lembrando de como ele passava a língua igualmente a um beijo molhado pingando saliva pelas minhas coxas. Suas mãos seguravam firmes minha bunda, cintura me agarrando como se eu nunca mais pudesse sair daquele lugar, prendendo meus punhos em uma corda que tinha achado na calçada. Minha mão continuava enfiada entre as pernas, amando dançar por cima de meu clitóris. Naquele momento de novo, lembro da delícia de ser mulher, sabia exatamente como era meu corpo, sabia onde caminhar com seus dedos molhados mapeando cada pedaço de prazer. Não queria ele ali, mas queria que ele soubesse de tudo que ainda gera em meu corpo, queria que ouvisse meus sussurros e gritos de prazer. Demoro aqui, como uma música longa sem pressa para acabar. Me perguntava onde queria que ele me chupasse, como eu queria que me comesse, deixando que eu comandasse aquela poesia e putaria toda. Penso e me encharco… Me vejo no reflexo do espelho na parede em minha frente, num flertar erótico no ondular do meu corpo quase nu, coberto apenas por uma calcinha pequena de renda colocada para o lado, em uma camiseta velha transparente que está altura está toda suada. Assim, sinto meu orgasmo chegando contraindo e relaxando meu corpo mordendo forte meus lábios quase os deixando sangrar, me envolvo aquela pequena transe aproveitando cada segundo meu cio de liberdade. Gabriela Prux para a coluna Papo de Bordel Encontre-a no Instagram: @gabiprux

  • Chega de ser carregada!

    O que você sentiria se embarcasse carregada ou carregado em um avião lotado? Foi exatamente isso que aconteceu comigo há bem pouco tempo. Eu, uma mulher cadeirante de mais de 40 anos, voltando de uma viagem com minha filha de 16 anos, fui carregada para a 8ª fileira de um avião com mais de 180 pessoas embarcadas, mesmo com leis obrigando a disponibilização de poltronas mais acessíveis para pessoas com dificuldade de locomoção. Sempre reforço o quanto a sociedade precisa avançar nas questões de Diversidade, Equidade e Inclusão. Quando vivencio experiências assim, sinto o quanto ainda temos para evoluir para uma sociedade verdadeiramente inclusiva. Nesse voo com minha filha adolescente, percebi isso quando, mais uma vez, fui carregada no colo pela tripulação até o assento da aeronave. Comprei as passagens com um mês de antecedência e preenchi um formulário – oferecido pela companhia aérea – apontando minha deficiência e impossibilidade de caminhar. Imagino que a partir desse apontamento, eu e minha acompanhante, já deveríamos estar com nossas poltronas reservadas nos assentos mais acessíveis. É importante reforçar que eu escolhi a empresa aérea com mais “acessibilidade”, pois a maioria das aeronaves dessa empresa têm espaços amplos para eu chegar nas poltronas da 1ª fileira com a minha própria cadeira, faço a transferência sozinha e não leva mais que dois minutos para isso acontecer. Caso as seis primeiras poltronas da primeira fileira do avião estejam ocupadas por outras pessoas com prioridades estabelecidas por lei, na aeronave existe uma cadeira de bordo, que eu poderia utilizar para ser conduzida até outra fileira, com dignidade e sem precisar ser carregada. Nosso voo era de Maceió para São Paulo, com escala em Salvador. Em Maceió já fizemos os check-in para os dois trechos. Para o trecho Maceió – Salvador estava tudo certo, mas para o trecho Salvador – São Paulo, estávamos marcadas na fileira trinta e dois. Eu pedi para a atendente refazer e nos colocar na fileira um, mas ela disse que na porta da aeronave isso seria resolvido. Na conexão em Salvador, passei pelo check-in novamente e a atendente conseguiu dois assentos “melhores” (bem entre aspas), nas fileiras 4 e 5, mas eu preciso viajar ao lado da minha filha e, mais uma vez, a atendente garantiu que na aeronave isso seria resolvido. Chegando no avião – que já estava com todos os passageiros embarcados – recebi a informação que as fileiras da frente estavam ocupadas por outras prioridades. Até que o atendente de solo voltou dizendo que conseguiriam nos colocar juntas na fileira oito. Estávamos em cima da hora, eu achei melhor aceitar. Notei que as seis poltronas da frente de fato estavam ocupadas, duas delas por um homem tetraplégico e sua acompanhante, os demais assentos por pessoas que aparentemente não tinham nenhuma deficiência ou necessidade específica. No desembarque isso se confirmou, pois todos saíram andando, com independência e sem nenhuma dificuldade. Resolvi não insistir em usar as poltronas da primeira fileira quando embarquei, cheguei a pedir a cadeira de bordo, mas para agilizar os atendentes da empresa ofereceram-me carregar nos braços para a poltrona da fileira oito. Eu topei! Na hora achei que eu iria causar muito exigindo a cadeira de bordo e permiti que eles me carregassem. Fui sorrindo, brincando com os meninos que me carregavam, mas lá na poltrona oito percebi como toda situação foi constrangedora, não apenas para mim, mas também para minha filha. Eu não fui carregada sozinha! Eu fui carregada com ela, minha filha foi exposta comigo. O rapaz tetraplégico foi exposto comigo. A população com deficiência inteira foi exposta comigo! No calor do momento, eu não consegui calcular que o peso da exposição de ser carregada era maior. Só quando escrevi esse texto como desabafo, entendi que a minha simpatia, sorriso e brincadeiras ao ser carregada era uma defesa à opressão que eu estava passando. A população com deficiência inteira foi exposta comigo! Eu atuo para colaborar com o desenvolvimento de uma sociedade culturalmente mais inclusiva, esse é o meu trabalho como CEO do Grupo Talento Incluir. Nessa posição, tive algumas chances de estar em evidência, o que sempre entendi como oportunidade para a sociedade me perceber e consequentemente valorizar potencial em todas as pessoas com deficiência. Em Diversidade e Inclusão chamamos isso de representatividade! O contrário ocorre, quando sou exposta a situações que me diminuem, essa representatividade continua existindo, mas de forma negativa, fortalecendo os rótulos que incapacitam, invisibilizam e invalidam todas as pessoas com deficiência. Estamos parando de nos esconder, saindo de casa, circulando, temos direitos conquistados, mas que ainda são negligenciados. O meu desabafo é para que minha existência seja considerada, para isso que preenchi o tal formulário ao comprar a passagem. A cadeira de bordo já existe, é regra da ANAC. A quebra da barreira arquitetônica estava ali, já existe a solução, o que faltou foi acessibilidade atitudinal. Os colaboradores da companhia aérea estavam perdidos, sem saber se atendiam o tempo do avião em solo e os clientes que pagaram por um assento conforto na primeira fileira ou se me davam dignidade! Faltou diretriz inclusiva, clara, convicta da liderança da empresa para seus colaboradores. A jornada para uma empresa ser inclusiva é longa e precisa de disposição. Empresas que não avançarem em cultura de Diversidade, Equidade e Inclusão não conseguirão sobreviver num futuro logo ali. Carolina Ignarra para a coluna Corpos Sem Filtro Carolina Ignarra é CEO e sócia fundadora do Grupo Talento Incluir, ecossistema que reúne 4 negócios sociais: Talento Incluir, Talento Sênior, UinHub e UinStock. Está entre as 20 mulheres mais poderosas do Brasil, eleita pela revista Forbes em 2020. Em 2018, foi eleita a melhor profissional de Diversidade do Brasil segundo a revista Veja. Encontre-a no Instagram: @carolinaignarra

  • Barbie, a boneca multicarreira

    Já que o assunto do momento é o filme da Barbie, a revista Maria Scarlet cedeu espaço no seu vermelho habitual para aderir à onda rosa. Eu não poderia ficar de fora deste momento, afinal, tem boneca que fala mais com as meninas sobre carreira que a Barbie? Talvez hoje até tenha, mas é consenso que a Barbie foi a precursora. Foi esta boneca que trouxe a aspiração profissional para a brincadeira das meninas. Se hoje ainda estamos lutando por equidade de gênero nas oportunidades de carreira, imagina como eram as condições nos anos 60, quando a Mattel começou a apresentar a boneca em diferentes profissões! Só para se ter uma ideia, nas minhas memórias de infância, as mães de amigos que trabalhavam fora, como costumávamos dizer, eram professoras, enfermeiras, cabelereiras ou trabalhavam no comércio. Em toda a minha infância na periferia do Rio de Janeiro, nos anos 80, não conheci uma mulher que fosse profissional em outra área. A primeira Barbie, lançada no final dos anos 50, era uma modelo, mas apesar do estereótipo do padrão de beleza e da cultura de moda da época, ela era à frente do seu tempo: era uma boneca adulta, independente e vestindo maiô. Nos anos seguintes, outras profissões foram inseridas, promovendo representações de mulheres em carreiras variadas. A segunda Barbie lançada era enfermeira, a terceira, comissária de bordo (conhecida como Barbie Aeromoça), a quarta, professora... De lá para cá, a Barbie já virou cientista, astronauta, atleta, até presidenta. E entre as diversas modalidades de atletas, também está lá a Barbie jogadora de futebol. Ao longo do tempo a Barbie foi se adaptando às mudanças culturais e aspirações das crianças, buscando promover mais representatividade e diversidade. A influência da Barbie não atingiu somente as meninas cujas famílias tinham condições financeiras de comprar a boneca, não. Mesmo quem não podia ter uma Barbie, foi impactada por sua presença em diversas mídias, das propagandas a filmes, desenhos e séries na televisão, e podia imaginar uma realidade em que as mulheres eram donas da sua casa dos sonhos, do seu carro, da sua carreira... A Barbie tinha tudo isso. Eu posso dizer que fui privilegiada, pois eu tive uma Barbie. Sim, eu tive uma, apenas uma, e não ganhei dos meus pais, pois a boneca era cara para nossa realidade. Ganhei da minha madrinha e, hoje, reconheço a sensibilidade que ela teve ao escolher uma Barbie diferente. Não havia Barbie negra na época, então ela me deu uma Barbie ruiva. A minha boneca não tinha uma profissão (que era uma linha ainda mais cara), mas assumia diversas carreiras nas minhas brincadeiras. Nunca a imaginei como uma “filha”, como as bonecas em geral eram associadas. Ela era uma projeção do futuro profissional e assumia papéis de professora, cabelereira (o cabelo que era comprido virou “chanel” numa dessas sessões), costureira (inclusive, eu costurava roupinhas para ela com retalhos da minha mãe), enfim, a Barbie podia ser o que eu quisesse. Guardei a minha boneca como relíquia, até passar para a minha filha, mais de 30 anos mais tarde. Mesmo quem não podia ter uma Barbie, foi impactada por sua presença em diversas mídias, das propagandas a filmes, desenhos e séries na televisão, e podia imaginar uma realidade em que as mulheres eram donas da sua casa dos sonhos, do seu carro, da sua carreira... A Barbie tinha tudo isso. Assistir ao filme com a icônica boneca como protagonista, ao lado do meu marido e filhos já adolescentes, foi um misto de nostalgia e senso de realização. O filme é sobre empoderamento feminino, quebra de estereótipos, desconstrução do patriarcado e o sonho de uma sociedade justa e igualitária, em que mulheres (e homens) possam ser o que desejam ser, e foi gratificante constatar, mais uma vez, que meus filhos (menino e menina) têm uma visão de mundo que permite contestar os modelos tradicionais e enxergar com naturalidade a igualdade de gênero, a rir das piadas ácidas, a concordar com as mensagens subliminares e com a crítica social envolvida em tons de rosa. Mesmo que seja considerado “lacração”, o filme Barbie traz uma inegável contribuição para o processo de avanço social ao estimular reflexões sobre as contradições de buscar ser você mesma; mas continuar sendo cobrada por um estereótipo de mulher inalcançável; sobre a falta de representatividade feminina em posições de liderança nas grandes corporações e de poder na sociedade em geral ou mesmo a importância das redes de apoio para que as mulheres possam alcançar seu pleno potencial. Barbie e Ken, o boneco que foi lançado para ser o namorado da Barbie, evoluíram na linha de produtos da Mattel para refletir a mudança nos valores sociais e a necessidade de promover oportunidades iguais e representatividade nas narrativas infantis. Ambos os personagens passaram a ser mostrados como indivíduos independentes, cada um com suas próprias ambições e interesses profissionais, reforçando a ideia de que homens e mulheres têm capacidades igualmente valiosas. Um mundo em que o Ken era só o namorado da Barbie só servia para reforçar o quão inverossímil era. Já um cenário em que o Ken também tem sua individualidade e suas escolhas de carreira, da mesma forma que a Barbie, faz mais sentido para sedimentar o conceito e impulsionar a mudança que desejamos. Apesar dos erros e acertos da Mattel com produtos da linha - como é natural em qualquer segmento no lançamento de produtos -, é fato que o mundo Barbie promove a diversidade e a inclusão para o imaginário infantil, com bonecas com diferentes etnias, profissões, estilos e condições, permitindo que as crianças se identifiquem e se conectem ao se verem projetadas. Nos últimos anos, a linha introduziu bonecas sem cabelo, com vitiligo, com deficiências (com prótese e usando cadeira de rodas), para proporcionar uma experiência cada vez mais representativa. A Barbie, definitivamente, se tornou um símbolo do empoderamento para as pessoas, não somente crianças, tampouco somente meninas. Por suas histórias e pelo seu potencial para despertar a imaginação a partir de temas sobre inclusão, diversidade e equidade, a Barbie inspira as gerações mais jovens a desafiarem os padrões que são prejudiciais à sociedade que respeita e oferece oportunidades iguais a todos que estamos construindo. Érica Saião para a coluna Mulher & Carreira Encontre-a no instagram: @erica.saiao

  • Bem-vinda à nossa cozinha!

    É com grande alegria que eu inauguro a coluna NA COZINHA DA MS. Um verdadeiro presente no dia do meu aniversário de 50 anos, uma data extremamente importante pra mim! Gosto de expressar sabor e beleza através da nutrição, minha formação desde 1994. Mas a comida vai além, pois conecta pessoas, lembra um momento ou alguém especial, e a boa alimentação cuida da nossa saúde e previne doenças, melhorando nossa qualidade de vida e bem estar como um todo! Meu propósito aqui é te guiar positivamente pra este mundo das comidas saudáveis, criativas e práticas. Bem vinda à minha, à nossa coluna! Receitas com manga Nosso país tropical tem a manga como um dos ingredientes mais consumidos, e apesar de não estarmos na safra ideal, sempre encontramos bons preços e qualidade. Ela é saborosa e tão versátil que eu trouxe uma opção salgada e uma doce nesta 1ª edição da coluna. Fiz com todo carinho pensando em vocês! CEVICHE DE MANGA Ingredientes: 2 mangas Tommy picadinhas em cubos 1 cebola roxa fatiada fininha em lâminas 1 lata de milho 1 limão grande espremido (Tahiti ou siciliano) 1 colher de chá de pimenta calabresa seca 2 colheres de sopa de azeite 1 colher de café de flor de sal (ou utilize o sal rosa) 1/2 xícara de salsinha ou coentro (sua preferência) Modo de preparo: Misture todos os ingredientes (menos a salsinha) num recipiente com profundidade, mexa e deixe curtir na geladeira por pelo menos 1 hora. Finalize com a salsinha fresca na hora de servir. Receita maravilhosa como entradinha junto com folhas verdes variadas, acompanhamento num buffet de saladas do seu churrasco e também em festas de fim de ano. Geleia de manga, maracujá e gengibre Ingredientes: 3 mangas picadas 1 maracujá com semente 1/2 xícara de açúcar demerara Suco de 1/2 limão 2 gotas de óleo essencial Ginger (sabor gengibre dōTERRA) A quantidade de adoçante é muito pessoal. Eu já não uso muito, mas gosto da doçura. Por isso usei açúcar demerara. Pode ser xilitol, Stevia ou açúcar da sua preferência (o mascavo e o açúcar de coco podem comprometer o sabor). Modo de preparo: Frutas, suco de limão e açúcar na panela, fogo baixo, panela meio tampada. Vá mexendo de vez em quando até reduzir e ficar em ponto de geleia. O óleo essencial deve ser adicionado ao final da receita. Adicione e mexa tudo por igual. Dica: o suco de limão é para liberar a pectina das frutas e ajudar na consistência de geleia. Beta Crudo Bellucci para a coluna Na Cozinha Da MS Encontre-a no instagram: @abetaqfaz

  • O Poder da economia prateada

    A economia prateada é a que junta renda, produção e consumo de produtos e serviços dos 50+. Um segmento econômico que movimenta R$ 2 trilhões ao ano só no Brasil, segundo a Data8, uma consultoria especializada em estudos e pesquisas sobre o comportamento e hábitos de consumo das pessoas maduras. Segundo a consultoria, a tendência é que o consumo na maturidade possa dobrar em poucos anos. Então, por que somos tão negligenciadas pelas marcas e empresas? Temos tido avanços nos últimos anos, mas é fato de que as empresas brasileiras ainda não estão preparadas para atender às nossas reais necessidades. A gente não encontra com facilidade produtos que atendam ao que realmente queremos, que dirá nos vermos representadas nas campanhas publicitárias! Para Michelle Queiroz, fundadora da Rede Longevidade, ONG que produz conteúdos educativos sobre envelhecimento saudável, isso acontece porque o envelhecimento no Brasil ainda é novidade. “Comparado a países da Europa e Ásia, o Brasil está fazendo essa transição mais tarde na história. É normal que tenhamos mais dificuldades em compreender essa cultura, tanto no impacto econômico quanto social”. Realmente, há muitos anos vemos os grisalhos europeus com seus sapatinhos confortáveis, bermuda e chapeuzinho estilo safari, aquele espeto de ajudar em escalada, e muita disposição, saracoteando por todos os cantos do planeta. É diferente mesmo. Michelle destaca que o mundo inteiro vive uma revolução da longevidade, mas aqui no Brasil está mais impactante, com uma forte mudança na demografia, e inversão da pirâmide social. A gente não encontra com facilidade produtos que atendam ao que realmente queremos, que dirá nos vermos representadas nas campanhas publicitárias! "Hoje a gente fala como se fosse nicho, mas daqui a pouco todo mundo vai ter que ser meio especialista em economia prateada; se não, perde mercado. Eles já representam mais de 30% dos consumidores da base de clientes de todos os setores", corrobora Laila Vallias, da Data8. É isso aí: ano passado, o público 50+ foi o que mais cresceu no consumo de e-commerce. E os produtos mais vendidos não foram remédios e medicamentos, mas sim eletrônicos, com celulares e computadores nos primeiros itens da lista. Me dá muita raiva quando vejo que algumas marcas acabam se apropriando da bandeira da longevidade saudável, antietarista, apenas para pontualmente se aproveitar de datas comemorativas, ou surfar na onda que vem valorizando a população madura, sem ter políticas efetivas de inclusão e destaque deste público. Chega o dia das mães, dia da mulher, e aparecem um monte de exemplos na mídia de mulheres maduras lindas e empoderadas, com as frases clichês de elogio de sempre. Fora destas datas, ficamos confinadas aos papéis de vovós acolhedoras e simpáticas, que fazem comidinhas gostosas. É uma imagem linda, quando eu for avó vou me identificar (tirando a parte de fazer comidinhas, sou uma negação na cozinha...) mas não dá pra generalizar no estereótipo, e nem pensar que o nosso interesse é restrito. Podemos ser vovozinhas fofas, boas cozinheiras, e termos uma coleção de NFTs. Podemos hospedar os netos no fim de semana, desde que não tenha uma festa dançante para irmos, ou uma viagem para os Lençóis Maranhenses. Podemos fazer tudo que a nossa condição física permita, e que o nosso coração deseje. Fora destas datas, ficamos confinadas aos papéis de vovós acolhedoras e simpáticas, que fazem comidinhas gostosas. Então, queridas empresas brasileiras, fica a dica: estamos na nossa melhor idade. Corram atrás de nós, se querem nos conquistar. Mandem flores, bombons, mas também nos respeitem e nos enxerguem como somos, potentes e plurais. Ana Lucia Leitão para a coluna 50+ Encontre-a no Instagram: @aninhaleitao2

  • A Liberdade de Escrever os Próprios Roteiros

    Acredito na possibilidade de reescrever nossa vida como se estivéssemos criando roteiros teatrais. Se um roteiro não saiu como esperávamos, sempre temos a chance de escrever o próximo de forma mais alinhada com nossas expectativas. Um dos maiores equívocos que muitas pessoas ainda cometem é continuar "ensaiando" o mesmo roteiro que já não funciona, na esperança de que um dia ele melhore. Um dos momentos mais libertadores da minha vida foi quando percebi que não precisava seguir o roteiro padrão da maioria: estudar, arrumar um emprego, namorar, noivar, casar, ter filhos e esperar pela aposentadoria num trabalho que já não me fazia feliz pensando apenas na segurança financeira e esquecendo da emocional ou em um relacionamento amoroso desconectado por medo de ficar sozinha. Quando entendi que a escolha dos caminhos a seguir era exclusivamente minha e que não precisava tomar decisões baseadas nas crenças alheias, descobri o verdadeiro significado da liberdade. Há algum tempo, optei por viver uma vida criativa e livre, impulsionada por mim mesma e seguindo minha intuição. Não estou dizendo que casar, ter filhos ou se aposentar após anos no mesmo emprego esteja errado. O que defendo é que cada pessoa deve escrever seu próprio roteiro de vida, de acordo com o que seu coração pede e o que trará plenitude e felicidade genuína, aquela felicidade que traz emoção e orgulho por ser quem somos e fazer o que fazemos. Acredito que a liberdade é essencial para a dignidade. Uma mulher livre compreende seu valor diante da vida e sabe que merece vivenciar as melhores experiências, pessoais e profissionais. Ela não aceita migalhas de qualquer natureza e enxerga seu próprio valor no espelho, independentemente dos padrões de beleza impostos pela sociedade. Uma mulher livre se comunica sem se vitimizar, ela vai atrás do que acredita e busca seus objetivos com determinação e coragem. Essa clareza, sem dúvida, é adquirida ao longo da maturidade e das experiências de vida. Eu mesma, no passado, mantive relacionamentos tóxicos por tempo demais e permaneci em um trabalho que me deixava infeliz, tudo por medo do julgamento alheio. Naquela época, não percebia que estava dizendo SIM para os outros e NÃO para mim mesma, quando deveria ser o contrário. Como mulheres, precisamos aprender a dizer mais SIM para nós mesmas do que NÃO. Nós mulheres, somos frequentemente bombardeadas por tantas crenças negativas ao longo da vida que acabamos aceitando-as como verdades absolutas, sem nem mesmo questioná-las. Essas crenças nos colocam em posições inferiores no trabalho, nos relacionamentos amorosos e, o que é ainda pior, em nosso relacionamento conosco mesmas. Essas crenças nos impedem de "sentarmos à mesa", como bem descreve Sheryl Sandberg em seu livro "Faça Acontecer - Mulheres, Trabalho e a Vontade de Liderar". É por todas essas razões que muitas vezes vivemos nossas vidas de forma reativa, sem assumir o papel de protagonistas que verdadeiramente somos em nossa jornada. Ao me deparar com a realidade de ser uma mulher livre, percebo que tenho o poder de criar uma vida que faça sentido para mim. Já passei por um divórcio e encontrei um novo amor, já tive a coragem de escrever um livro e pedir exoneração de um trabalho que não me completava. Ao longo do tempo, vivi diversas experiências e sei que ainda há muitas outras por vir, todas elas me aproximando cada vez mais da minha essência verdadeira. Não falo que é necessário passar por um divórcio ou escrever um livro para se sentir livre, essas são vivências minhas. É importante lembrar que essas decisões são pessoais e somente você sabe o que realmente ressoa em seu coração. No entanto, sugiro que reserve um momento para refletir sobre seus sonhos, desejos e objetivos, e avalie como seu roteiro de vida se encontra no momento presente. Ele está alinhado com sua essência? Ele verdadeiramente te faz feliz? As palavras, linhas, pontos e parágrafos deste roteiro estão onde deveriam estar? Independentemente do resultado dessa reflexão, é fundamental lembrar que você, como mulher, é naturalmente livre para viver e escolher o que faz sentido para você. Você possui um poder criativo que lhe permite reorganizar a rota e, acima de tudo, deve ser a principal impulsionadora do seu próprio caminho. Siga a voz da sua intuição e confie na sua capacidade de criar uma vida que seja autenticamente sua. Ive Bueno para a coluna Universo Feminino Encontre-a no Instagram:@euivebueno

  • Não pare

    A vida é repleta de oportunidades e desafios e não é diferente quando se trata de carreira. Mas muitas vezes temos medo de agarrar uma oportunidade, porque estamos presos em uma zona de conforto, mesmo inconscientemente, onde a rotina e a familiaridade nos proporcionam segurança e estabilidade. A zona de conforto é uma área mental onde nos sentimos seguros com nossas circunstâncias atuais. É um lugar onde sabemos o que esperar e onde as incertezas são minimizadas. Embora possa parecer agradável e acolhedora, também pode limitar nosso desenvolvimento profissional. Corremos o risco de estagnar e de não aproveitar todo o nosso potencial, porque o crescimento acontece quando enfrentamos desafios e exploramos territórios desconhecidos. Ao sair da zona de conforto e expandir nossos horizontes, estamos nos abrindo para novas experiências, desafios e aprendizados que moldarão nossa carreira de maneiras inimagináveis, mas a gente precisa ter coragem para esse movimento. E não vou evitar repetir aquela frase que já ouvimos diversas vezes, porque eu adoro um clichê: a coragem não significa ausência de medo, e sim, a capacidade de enfrentá-lo e avançar apesar dele. Não devemos subestimar o medo, essa emoção poderosa que pode exercer uma influência significativa em nossas vidas, especialmente quando se trata de tomar decisões relacionadas à carreira. Não podemos fingir que ele não existe. Queremos alcançar nossos sonhos, progredir, conquistar estabilidade e realização profissional, porém, o medo pode se infiltrar em nossos pensamentos e nos impedir de aproveitar oportunidades valiosas. Para alguns, o medo grita, para outros, sussurra, mas no fundo, ele está lá. Podemos ter medo de arriscar em um novo emprego, empreendimento ou projeto porque não sabemos se seremos bem-sucedidos. Podemos hesitar em aceitar uma promoção ou uma transferência devido ao medo do desconhecido ou da responsabilidade adicional. Às vezes, tememos até mesmo buscar novas oportunidades que tenham mais fit com o que sempre sonhamos, preocupados com o risco do fracasso. E como lidamos com isso? Estou aprendendo também, a cada dia. A primeira coisa é compreender que o medo é uma emoção normal e que todos nós enfrentamos dúvidas e incertezas. É essencial lembrar que os erros e fracassos fazem parte do processo de crescimento e aprendizado e que é melhor tentar e falhar do que nunca ter tentado (sim, outro clichê!). Certa vez, ao compartilhar que estava com um tremendo frio na barriga antes de fazer uma apresentação, um amigo me falou que até a Fernanda Montenegro assumia que ainda sentia frio na barriga antes de entrar no palco. Saber disso me ajudou naquela apresentação e fui pesquisar depois em que circunstância a atriz teria revelado isso encontrei uma entrevista sua para a revista Quem, edição 194, publicada em 2004, em que respondeu exatamente à pergunta se ainda sentia frio na barriga antes de subir ao palco: “Frio na barriga? Ainda sinto todo dia, toda hora, a cada cena!” (Fernanda Montenegro) Se até Fernanda Montenegro sente frio na barriga, a nossa pode até congelar que está tudo bem, não é mesmo? Uma vez reconhecido o medo, uma estratégia importante para lidar com ele é buscar apoio e orientação de pessoas confiáveis, como mentores, amigos ou profissionais experientes. Essas pessoas podem fornecer insights valiosos, encorajamento e perspectivas diferentes, ajudando-nos a enfrentar nossos medos e avançar em direção às oportunidades. Outra medida é se alicerçar nos seus pontos fortes e “se colocar no fogo” em situações pontuais e temporárias que possam lhe tirar da zona de conforto e gerar medo da exposição, do fracasso, do julgamento ou outro, para exercitar o enfrentamento. Não precisa ser exatamente na sua área profissional - acho até que o ideal é que não seja, para que a gente se sinta mais à vontade. A questão aqui é ir desenvolvendo habilidades para ganhar mais resiliência e confiança em si mesmo em territórios inexplorados. Estas experiências vão sedimentando a capacidade de lidar melhor com o novo, as adversidades e os contratempos que possam surgir em nossa carreira. Enfim, reconhecendo o medo, buscando apoio e desenvolvendo resiliência, podemos enfrentar esses temores de frente e nos abrir para um mundo de possibilidades. E por fim, já que citamos a admirável atriz Fernanda Montenegro, compartilho mais uma frase sua, extraída da mesma entrevista: "Se tenho certeza de uma coisa, é que sou uma atriz. Se me elogiam, eu não vou parar. Se me derrubam, também não vou parar.” (Fernanda Montenegro) Precisamos, acima de tudo, de maturidade profissional para seguir em frente independentemente de elogios e críticas. Alguns levam muito a sério os elogios e param de se desenvolver. Outros acreditam nas críticas e tombos e paralisam. Nada é definitivo, tudo é circunstancial. Que sigamos o exemplo dessa grande atriz e não deixemos que elogios ou críticas nos parem, porque nosso compromisso deve ser, acima de tudo, com nós mesmos, com a nossa carreira e com a evolução para o que ainda virá. Érica Saião para a coluna Mulher & Carreira Encontre-a no Instagram: @erica.saiao

  • O que o LinkedIn poderia aprender com o Tinder?

    Eu adoraria que o Linkedin tivesse um perfil que me encantasse, em sintonia com objetivos de vida, que fosse um crush simpático e que iniciássemos uma conversa leve e respeitosa. Depois do match e alguns papos virtuais, gostaria de ir para um 1o encontro. Um café seria perfeito. Na expectativa de conhecer melhor meu crush, adoraria engatar numa conversa animada, numa parceria. No Tinder, conseguimos fazer isso. No Linkedin, está cada vez mais difícil. Olhar no olho então, nem se fala. Networking só quando as pessoas têm interesse imediato em você. Quando você não tem mais o sobrenome da empresa, o mundo das conexões fica mais complicado e raramente as pessoas têm tempo para um café. Devia ser assim? Podemos fazer diferente? Podemos ser melhores e tomar café genuinamente com uma conexão nossa? O Tinder é um mundo de diversidade. Pessoas divertidas, outras sérias, muitas nada a ver com você. Algumas vezes seus usuários perdem a paciência. Outras vezes se preocupam com os golpes. Alguns casaram com os crushes e foram felizes. Outros não encontram nada por lá. Nem fale sobre o crush lixo. Sem a mínima empatia e responsabilidade emocional. O aplicativo ajuda em qualquer parte do mundo a se conectar com pessoas com objetivos comuns. A abrangência é fantástica, tal como no Linkedin. O Linkedin é um mundo de diversidade? Ao meu ver, parece pasteurizado. É sisudo. Não precisa ser. Podemos ser profissionais sérios, representando marcas pessoais e empresas, fazer negócios e compartilhar conhecimento, mas pode ser de uma maneira leve, interessante, divertida, curiosa. Podia ser menos “promoção pessoal” e mais serviço. Tenho uma amiga que não gosta do Linkedin, pois parece um ambiente fake, com gente se mostrando. Diz que as pessoas não são elas de verdade. Que os conteúdos não acrescentam. É isso que queremos? Que rede de conexões profissionais estamos construindo ou dando continuidade? Nossos conteúdos são de qualidade ou só estamos na corrida de chegada com o algoritmo? Mas quem não é visto, não é lembrado. Esse é o jogo do mercado de trabalho. Enquetes no Linkedin pesquisam se você já conseguiu uma entrevista, um emprego ou fazer negócio por aqui. Essa rede não é dedicada a esses propósitos? Ainda acredito no meu match com o Linkedin. Fazer negócios. Observar tendências. Refletir sobre opiniões diferentes. Reforçar minha marca pessoal. Mostrar quem sou profissionalmente. Reverberar minha voz. Interagir. Identificar talentos. Atualizar. Aprender. Ajudar as pessoas. Ser útil. Acrescentar algo. Fazer refletir. Impulsionar o networking. Estabelecer uma conexão verdadeira. Uma amizade, quem sabe. Seja num conteúdo educacional ou inspiracional. Seja a partir do meu exemplo pessoal ou de outras experiências. Construir novos tempos mais promissores, acolhedores e prósperos no mundo do trabalho. Maria Helena Carneiro para a coluna Sociedade Encontre-a no Instagram: @mhelenacar

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