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Ser humano (in)satisfeito?

Por Gabriela Carvalho

Eu era uma adolescente de 14 anos de idade, quando numa aula de religião no colégio Santo Agostinho, o professor falava sobre o ser humano como um ser eternamente insatisfeito. Ele explicava que o homem nunca estava realizado com as suas conquistas, e vivia sempre à procura de algo mais.

Lembro que aquela lição ficou marcada em mim, e com o tempo entendi o verdadeiro significado daquela aula.

De fato, a ideia de algo mais tem haver com a nossa busca incessante pela felicidade.

Estabelecemos metas e fazemos de tudo para alcançá-las, mas se e quando as atingimos, ficamos novamente insatisfeitos e passamos a desejar outras coisas e buscar novos objetivos.

Nessa busca frenética e contínua não paramos para apreciar e viver a meta tão almejada e obtida. E iniciamos um processo interno de sofrimento e angústia por aquilo que ainda não recebemos.

Vejam, por exemplo, os relacionamentos humanos. Às vezes, um homem batalha para ganhar uma mulher, usa de todas as suas armas para tê-la para si e quando isso acontece, o mesmo homem se vê insatisfeito e segue procurando outra mulher. Ele sai em busca de qualidades que a outra não tinha, sem se dar conta que aquela mulher o compreendia, o fazia rir, o completava.

Igualmente, acontece com indivíduos que priorizam as coisas materiais. Um dia, a pessoa acorda decidida a possuir o carro último lançamento do ano. Então, começa a trabalhar arduamente, faz horas extras, perde sua saúde e seu tempo de lazer, até que enfim compra o tão cobiçado automóvel. A pessoa curte um, dois, quatro meses, e depois descobre que saiu um novo carro no mercado, que tem funcionalidades e design mais moderno, que o outro não tinha. E se inicia o processo enlouquecedor e tormentoso para ir atrás do próximo desejo.

Essas situações nos mostram que o indivíduo não vive o presente, ele não aguenta a felicidade e segue insatisfeito e a procura do algo mais.

Mas se de um lado, a insatisfação te acarreta uma eterna frustração e ansiedade, de outro lado, não se pode negar que ela gera a motivação necessária para o indivíduo ir atrás de novos propósitos e sonhos.

Nesse percurso chamado vida, o ideal é procurar pelo equilíbrio. E saber que a verdadeira satisfação está nas coisas mais simples. Na família que acolhe, nos amigos que se preocupam contigo, no sol que resplandece no rosto e no vento que descabela, naquela música que traz boas e doces lembranças…

Assim, meu conselho é que o ser insatisfeito do título na corrida pelo seu algo mais seja capaz de contemplar e valorizar o momento e a conquista presente. Que saiba viver o agora, olhando para o passado como lição e com gratidão e para o futuro com o coração aberto e com fé.

Sem se angustiar com o que está por vir ou com o que quer alcançar.

Atenção: A vida está te chamando nesse exato momento. Nem pede licença e vai viver, querida leitora!

Matéria de Gabriela Carvalho para a coluna Empoderamento Feminino.

Encontre-a no Instagram @gabizinha_carvalho

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